Capítulo 3

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Calebe

Vinte dias depois...

Estamos tentando nos adaptar e voltar para nossas vidas que agora tem um vazio enorme, eu e meus tios decidimos que as trigêmeas não poderiam ficar sozinhas, o Renam se ofereceu para ir morar com elas, a Laís voltou pra faculdade, mas ela tem chorado toda a noite, ela acha que eu não sei hoje nos vamos receber uma filha de uma amiga da mamãe, uma traficante de são Paulo que conheceu minha mãe quando ela foi para Espanha, minha mãe e ela tinham combinado de treinar a menina, a mãe dela tem medo que ela não esteja preparada para o combate, eu já estou prevendo uma patricinha, loira de salto tentando se equilibrar pra atirar, ela e a Laís tem se falado e vai cobrar pra mim treinar ela, eu estou perdido! Cheguei em casa e escutei vozes femininas, duas delas conhecidas a outra não.

-Fala de novo!

-"Ti amano e siprenderano cura di te sempre".

-Eu quero aprender italiano, é lindo, o que você disse?

-Eles te amam e vão cuidar de você sempre.

Quem essa patricinha pensa que é? Vou da uns esporros nela, quando estou entrando escuto minha irmã falar.

-Eu sinto tanta falta deles Alice, eu e a mamãe íamos para a cobertura e ficávamos olhando o antares...

Como eu nunca soube disso? E porque ela esta contando isso pra filha da amiga da mamãe? Eu nem vi essa menina, mas como eu desconfia deve ser uma patricinha tentando virar bandida ate fala italiano.

-... Era uma coisa de mãe e filha sabe? Eu sinto tanta a falta deles!

-Você pode contar comigo! Enquanto eu estiver aqui, eu vou cuidar de você.

-Ei! E eu? Voes estão me excluindo suas bruxas?

Entrei na sala e encontrei a tal Alice de costas, a Naiara e a Laís estão de frente para ela, as três não me viram chegar.

-Não é bruxa, é "cagna"!

-Oi!

-Vadia em italiano.

Uma patricinha que xinga? Minha irmã e a naiara me viram e sorriram.

-Alice esse é meu irmão Calebe.

Assim que ela se virou eu fiquei de boca aberta, ela é branquinha de cabelo ruivo natura, os olhos quase verdes, ela esta vestida com um short jeans curto e uma blusa que mais parece um sutiã, todo o corpo dela esta coberto por tatuagens.

-Oi! Sou Alice!

Oi! Sou Calebe! Achei que você só viria mais trade, eu ia com as meninas te buscar.

-Consegui convencer meu pai a me deixar vim de moto, ele não gosta que eu ande sozinha, ainda mais de moto!

-Moto?-Sim, minha bebe, ganhei quando fiz 15 anos, é uma XT660!

-Caralho!

-O que? Você achou que ia receber uma patricinha?

As três me olharam curiosas e eu assenti envergonhado.

-O que te fez pensar isso? Sou filha de dois traficantes e sobrinha da capo da máfia italiana estou bem longe de ser uma moca recatada.

-Então porque te mandaram pra cá?

-Por isso?

Ela subiu o cabelo revelando marcas feitas recentemente.

-Essas marcas parecem...

-Correntes!

A voz da tia Rubi nos assustou.

-Como você conseguiu isso menina?

-Sequestraram meu irmão Lucas Emanuel, eu troquei de lugar com ele, foram dois dias apanhando com aquelas malditas correntes.

Vi minha tia perder a cor do rosto, eu me lembro de escutar minha mãe falando que a tia Rubi passou por algo parecido.

-Tia Rubi?

-Eu estou bem crianças Calebe chama sua tia Mari pra ajudar a treinar ela, ninguém vai machucar essa menina e ninguém da família dela.

Dito isso ela saiu da nossa casa do mesmo jeito que entrou.

-Nossa família é muito estranha.

-Toda família de traficante tem marcas que nunca cicatrizam.

-Como você sabe? Você não a conhece?

-Sua tia me olhou como que se já estivesse sentido a mesma dor.

Que mulher é essa?

...

01-LUTANDO PELO SEU AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora