Um poeta silencioso

Devaneios

"Disse que ia para não mais voltar, eu queria falar, mas quem sou eu pra pedir pra ficar?

Ela estava tão decidida e eu não quero te mudar

Disse que me amava, mas o amor acabou e quem sou eu pra fazer voltar?

A noite veio, a lua cheia, o céu negro me cobriu

O frio entrou pela mesma porta que você saiu

Estou me acostumando a esse meu pulsar vazio

Mendigando amor para quem já dei carinho

Disse que eu nunca mais estaria só, mas me encontro aqui, sozinho.

Eu deveria estar acostumado

Afinal sempre acontece, quem diz que não vai te abandonar é a primeira que esquece

Mas a solidão é inspiração para quem escreve

A caneta corre solta enquanto meu corpo adormece

A tristeza pode ser esquecido, mas é por isso que a gente transcreve

Meu peito já foi cheio de angústia porém hoje voa leve

Quem chegou, sorriu, partiu, não da saudade

Seria o mesmo que sentir falta da minha ingenuidade

Quando criança aceitava todo amor como verdadeiro

hoje crescido desconfio que todo amor é devaneio."

       -Vinícius Santos