"Porque você nunca foi um deles."
"Ode Aos Amores Temporários" conta, de forma breve e crua, em formato de e-mails na perspectiva de Stella, sobre como ela lida com o término de um relacionamento conturbado. O leitor tem acesso direto aos seus senti...
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“ Eu não vou, não vou, não vou Cobrir minhas cicatrizes Vou deixar elas sangrarem Para que meu silêncio Para que meu silêncio não seja Compreendido como crença Eu estou errado por querer que desse certo? ”
— It's You, ZAYN
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Uma, duas, três, quatro... de repente já não importavam mais.
Não importavam com quantas taças de vinho eu me envenenasse ou com quantos cigarros eu era capaz de me intoxicar em uma noite.
As estrelas no tapete negro do céu acima de nossas cabeças sempre me fariam lembrar das noites que passamos acordados na sacada do seu quarto. Sempre me fariam recordar da sua fala sonolenta e das piadas horríveis das madrugadas. A escuridão que a noite trazia consigo, no entanto, parecia mais comigo. Aquela imensidão negra me resumia nitidamente, nem as foscas luzes da cidade seriam capazes de acabar com a podridão que havia se alojado em cada canto do meu ser.
Eu olhava para aquele rosto angelical sobre a cama. Tão calmo em um sono profundo, absorto e imune ao meu caos. Ao caos que você havia deixado em mim. Os fios loiros suados caíam adoravelmente sob a testa, e logo a culpa me abateu.
Sempre a maldita culpa.
A culpa de que não era nele que meu cérebro pensava durante as noites não dormidas, como essa. A culpa de que não era por ele que meu coração aceleraria todas as vezes que meu celular tocasse, que não era por ele que eu — ainda — ansiava para ter ao meu lado todas as manhãs.
Porque era por você que eu sempre acabava bebendo no fim da noite, era você que eu iria querer após acordar no meio da noite após um sonho ruim.
Era por você.
Era sempre você.
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