Olhos de Dragão - Sobre as águas ( Pausado )

O Despertar e o Desabrochar

Existem aqueles que acreditam que a vida surgiu da evolução, e existem pessoas que acreditam que a vida surgiu através sua Fé, de manifestações poderosas do que dizem ser seu Deus. E existem aqueles como eu que acreditam que a vida se manifestou da dança cósmica da escuridão com a água, gerando assim a vida. Essa dança foi tão forte e emocionante que a própria Escuridão deu o nome a dança que foi conhecida como "dar a luz ao mundo." daí o nome dar a luz, quando um ser humano está prestes a dar ao mundo sua prole ou quando filhotinhos estão prestes a nascer. São lendas que hoje em dia regem nossa fé, mesmo que seja diferente da fé que hoje é caçada por todos os que a depreciação ou a tornam inferior, de todos os outros, me refiro aos guardas, padres e espiões do "Magistério".

Vivo em uma parte minúscula do que antes era um refúgio de guerras e de desastres naturais, minha vida e a mesma de sempre, ou pelo menos desde que me recordo, estou a tanto tempo ali que não sei o que pode acontecer. A única coisa que sei é que mais e mais pessoas são levadas da minha vila para um lugar que não sei aonde fica, mas sei que uma vez indo jamais eles voltam. Eles dizem coisas como "Vamos curar vocês, estamos aqui apenas para ajudar, " Mas o importante é nunca acreditar em uma pessoa que enrola para dar a resposta para suas perguntas, de duas uma ou elas te tentaram acreditar em uma fé que não faz parte de você ou consequentemente vão te matar, ou será que matam apenas aqueles que não conseguem se desfazer da natureza.

Minha mama era uma pessoa muito forte, uma alquimista nível branco, ou seja um dos mais poderosas, tanto que era líder de uma grande aldeia de refugiados, que agora eram apenas algumas pessoas que resistiram a permanecer vivas. O mais estranho que não eram pragas de lavoura, ou insetos venosos que estão nos extinguindo, eram pessoas que tem um ego maior que o mundo, e com a fé mais fina que as folhas de veludo. Minha mãe sempre dizia que a magia que hoje era chamada de alquimia não tem limites e que um dia eles vão abrir os olhos e ver a esperança de uma vida abundante com cada um respeitando suas próprias verdades. mais eu acho que a cada pessoa levada para longe da aldeia e mais uma gota a escorregar para fora desde balde de esperança.

Os antigos Alquimistas previram que minha mãe poderia estar certa, já que nela dizia que uma pessoa ligada a sua vida estaria lutando para acabar com as mortes de seus iguais, que diante a última dança cósmica o mundo se endireitará. O problema e que esperamos e a única coisa que conseguimos achar foi mais e mais partidas.

***

A chuva caia em mais um fim de dia, pregando minhas pálpebras foi quando consegui sentir uma presença estranha uma energia de pura e bruto poder, era como se estivesse mergulhada em um vulcão e suas larvas não conseguem me queimar, como flutuar nas águas cristalinas de uma nascente. Foi quando meu corpo se acalmava e o poder chegava a mim que senti uma presença me observando, acordei assustada. Temendo que tivesse me achado.

— Perante a noite clarear as trevas com minha intuição faça dessas pedras refúgio de minha vida.—As palavras foram ditas com calma e com ênfase no que eu mais queria, linha proteção e que não conseguem me tirar dali e o mais importante tirar minha vida. Ao concluir estas palavras tudo se extinguiu, eu já não estava em minha cama feita de feno e algodão macio, estava em um local escuro, com som de água corrente, perante ali conseguir das trevas obscuras uma enorme criatura aparentemente com um pescoço longo, caldas e braços e pernas, logo quando consegui ver por completo a ser de escamas harmoniosamente sobrepostas umas às outras, que refletiam um prateado mais lustroso que espadas usadas em combate. O ser de extrema magnitude se pois diante mim, e observando com olhos de um azul similar as pedras preciosas. -- Perante as águas me deleito e me banho, pois na escuridão do fundo do mar e onde a verdadeira serenidade se encontra oculta aqueles que de suas ignorâncias não se dispõem a reconhecer sua inferioridade. — Ao completa a frase e ainda olhando para mim. eu não conseguia sentir mais medo. Minha vida esteve sempre ali, minha existência esteve sempre ali, era como se eu já o conhece.

— Quem é você, e qual o seu nome?

— Meu nome? tenho muitos e muitos deles você que me presenteou, mas é claro que não se lembra a água sempre flui, nunca se permanece a mesma. Mas o importante é que você sempre retorna para mim, não é mesmo Perola. — Quando foi dito meu nome o dragão se desfez, em sua escuridão desaparecendo e ressurgindo como um rapaz bem vestido de olhos cor de safira. Não conseguia tirar meus olhos de seus olhos. A única coisa que consegui fazer foi sorrir. Ele nunca foi um estranho para mim.

— Midras? — respondendo com um sorriso ao meu olhar,

— Você se lembrou! — disse ele estendendo a mão para mim. me puxando e levitando e ao mesmo tempo me conduzindo em passos que eu não conhecia, mas meu corpo sim, ele sim conhecia. A cada passo que dávamos o lugar se iluminava. deixando tudo até o barulho das águas com uma certa sutileza, era como se todos aqueles problemas em permanecer viva estivesse desaparecido.

— A onde estou?

— Midras olhou para Pérola com olhos firmes disse — estamos no palco cósmico, realizando a dança que todos os milênios realizamos, a dança cômica que batizei com o nome..

—Dar a luz ao mundo — As palavras fugiram de minha boca

Enquanto a única reação que teve foi um breve sorriso em seu rosto. —Mas porque?

— Para darmos a nova esperança, a boa nova esperança de um mundo melhor. sem escuridão sem trevas, sem morte, só vida, só luz, só serenidade. você e Pérola, minha joia mais preciosa, que dançou comigo diante do eterno breu. e que sempre será minha existência, proibida, luz e trevas não podem se encostar, apenas uma vez, a casa um milênio. a onde dançaremos para que vida e morte se beijem e luz e trevas quem duzentos.

— você falou que luz e trevas, eu dou a luz?

— não você e as trevas.

Foi quando acordei.