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Olá, pessoal! Como estão?

Bom, eu tive essa idéia ao ler um livro e escutar uma música chamada Diphylleia Grayi, que é o nome científico da flor esqueleto.

Para quem não sabe, essa flor quando em contato com a água ela fica transparente e é muito bonita.

Tanto o livro quanto a música tem significados importantes para mim e eu acabei criando um plot para escrever essa fanfic e aqui está.

Espero que gostem dela e do capítulo.

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"Mas eu não sabia que a dor de deixar ir conscientemente
Me mataria e me destruiria assim
Agora que está encharcado em lágrimas
Minha falha simples tornou-se invisível"

Olhei no espelho pela segunda vez naquele dia e meu rosto parecia o mesmo da primeira e dos outros dias da semana que se passaram. Sem expressão e sem vida.

Qual era a necessidade de viver em um lugar onde ninguém se importava, se nem a minha própria família ligava para o que eu fazia? Se nem mesmo os meus amigos se preocupavam comigo?

Nenhuma.

Não havia algo que me prendesse aqui, nesse lugar, nessa cidade ou nesse país. Eu poderia dizer que minha irmã era um dos motivos, mas ela não me prendia aqui. Eu só estava atrasando tudo ao meu redor e inclusive ela.

Saí do banheiro e caminhei pela minha casa na mesma velocidade, não havia ninguém, nenhum barulho e nem mesmo a minha família.

Mas era melhor assim, pelo menos não veriam o fracasso que eu me tornei, a decepção que apenas iria trazer para eles. Eu era insuficiente em tudo, até mesmo nas tarefas simples, nada funcionava, eu sempre estragava qualquer coisa que começava a fazer. O vazio parecia me consumir cada vez mais, a dor tornou-se aliada em meu dia a dia e a necessidade de sumir era quase como uma obrigação que deveria ser feita.

Com isso, apenas troquei de roupa e verifiquei meu apartamento se estava tudo devidamente em seu lugar. Sorri pela primeira vez naquele dia e suspirei antes de sair e trancá-lo.

A noite estava confortável, o clima agradável e eu sabia que ela duraria muito até o amanhecer, era sempre assim todos os dias. Observei como a lua iluminava lindamente o meu prédio e eu consegui escutar as vozes de meus amigos soarem em minha cabeça cada vez que observava onde morava.

"Como pode se achar insatisfeita se mora num lugar onde todos queriam morar e tem tudo o que todos sonham?"

Eu também não entendia, queria ser mais agradecida e valorizar mais tudo o que consegui em todos os anos em que trabalhei arduamente. Mas do que adiantaria se não faria diferença alguma se a insatisfação e o vazio permaneceria?

Caminhei sem rumo até a ponte mais próxima, ela parecia alta demais. Antes, tinha medo de altura, hoje nada me deixava com medo. Nada me fazia prezar pela minha segurança e nem receosa devido a um possível perigo. A vida faz parte disso, uma hora você está incrivelmente feliz e realizado, e na outra, você não passa de um nada sem futuro, mesmo tendo tudo "o que pode".

O rio estava calmo como todas as vezes que eu passava por ali. A ponte parecia mais alta do que o normal e eu suspirei enquanto me encostava no parapeito. Era algo costumeiro que eu fazia todos os dias, que me acalmava pelo menos um pouco.

Diphylleia Grayi {Camila/You}Onde histórias criam vida. Descubra agora