Capítulo 4

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— Onde foi que nós paramos?

— Jura? — Os olhos de Jeonghan desviaram dos lábios de Joshua, atentando-se nas íris do moreno. — Acho que prefiro focar em outra coisa agora, — Olhou para os hambúrgueres, esboçando um fraco sorriso. — estou morrendo de fome.

Jisoo sorriu, concordando; de forma envergonhada e confusa se afastou do coreano, tentando compreender o que raios havia acabado de acontecer: estava saindo com seu namorado após passar sete anos sem notícia alguma dele. Sacudiu a cabeça, tentando se livrar de tais pensamentos. O que lhe restava era o hambúrguer, então tratou de estender a mão boa e pegar, desajeitadamente, o sanduíche. Aquilo não seria nada fácil.

— Quer ajuda? — Jeonghan perguntou com um sorriso salafrário no canto direito dos lábios, pousando as mãos sobre a mesa após devolver o hambúrguer à bandeja.

— Consigo me virar. — Fez um biquinho, involuntariamente – mesmo após sete anos, sete longos anos, Hong Joshua permanecia com aquela mania adorável de contorcer os lábios quando se sentia inconformado com algo.

Não era uma tarefa muito fácil irritar Jisoo, mas ele continuava sendo humano e com certeza existia uma coisa que o tirava do sério: desafios. Falar que Hong Joshua não era capaz de fazer algo era como jogar um fósforo aceso em um local coberto de gasolina; e, acredite, era possível ver a chama que dominava seus olhos.

Os olhos assustados de Jisoo observavam com cautela cada espaço do lugar em que se encontravam; sua mão entrelaçada na de Jeonghan servia como um calmante, mas seria necessário mais dez Jeonghan's para que realmente o deixasse tranquilo.

Estavam no meio de um bosque, cercado por árvores e nenhum sinal de vida a não ser os sons dos passarinhos. Estavam no meio do nada, com certeza ninguém os acharia caso fossem... Atacados por algum ser sobrenatural que habitava o local.

— Você tá com medo, não é? — Jeonghan perguntou com um sorriso bobo, olhando fixamente para o americano que claramente não estava gostando de sua ideia.

— Medo? Medo do quê? — Largou a mão do outro antes de cruzar os braços.

— De atravessar. — Virou o rosto para o rio de águas agitadas, que separava o bosque ao meio e conectava as duas partes com um tronco velho.

— É claro que não! Por que eu teria? — Cuspiu as palavras, chutando o ar enquanto olhava timidamente para o rio.

— Porque você tem medo de altura... E isso é um pouquinho alto. — É, talvez dois metros fossem altinhos mesmo – e a correnteza forte abaixo do tronco deixava tudo ainda mais aterrorizante.

— Não tenho medo disso. — Deu de ombros. — Quer me ver atravessar?

— Duvido. — Riu. Oh, ele não devia ter dito aquilo...

Jeonghan só percebeu o tamanho de seu erro após ver os olhos de Joshua brilharem em ira, seus lábios formarem um biquinho e ele virar seu corpo bruscamente em direção ao tronco antigo. Ele não sabia o que estava fazendo.

Nervoso daquele jeito, Jisoo provavelmente não conseguiria se equilibrar e acabaria caindo feio dentro das águas. O americano deu o primeiro passo em direção ao rio, mas a mão de Jeonghan segurando forte em seu ombro o impediu de continuar.

— Você não precisa fazer isso. — Jisoo tirou a mão do mais velho de si, suspirando.

— Eu quero fazer isso, Jeonghan.

— Não, você não quer. — Joshua arqueou as sobrancelhas, dando as costas para Jeonghan e andando em direção ao tronco. — Joshua! — Arregalou os olhos.

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