Yuki-Onna

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6 de Junho de 2000 - Long Branch, Toronto.

Hoje eu faço 18 anos. Não estou muito entusiasmada com isso, exceto pelo fato de que estou fazendo 18 anos o que é um sonho meu desde criança. Eu nunca imaginei como seria esse dia, se 1 eu iria sair com uns amigos - como se tivesse muitos- se 2 iria comer um pedaço de bolo com meus parentes mórbidos ou até mesmo se 3 iria ficar o dia todo trancada em meu quarto. Mas decidi que vou aproveitar meu aniversário. Sem reclamar, sem brigar, só vou aproveitar. Desci as escadas correndo para abraçar meu pai, o encontrei na sala de jantar e logo pulei em seus braços.

-Bom dia! - gritei

-Bom dia - disse ele calmo.

-O que vamos fazer hoje?

-Você vai ter que me desculpar filha, mas tenho muito trabalho a fazer, não vou poder ficar aqui com você.

Estou acostumada com isso, com as pessoas falando as coisas como se eu não me importasse. Mas eu me importo.

-Tudo bem.

Disse e subi para o meu quarto, me joguei na cama e coloquei os fones, e fiquei escutando uma música qualquer. Lembrei de minha mãe, ela sempre comemorou meus aniversários, mas ela já se foi há sete anos, o que é muito tempo. Então ela não está aqui para me consolar. Eu devo me consolar. Senti uma lágrima quente descer por minhas bochechas, a limpei e gradativamente adormeci.

* * *

Acordei já a noite e acabei por decidir a ficar na cama mesmo, sem fazer nada, naquela mesma posição. Quando de repente ouço um estrondo vindo do andar de baixo, levo um susto e logo desço para ver o que se passava e me deparei com meu pai, todo pálido me encarando.

- O que aconteceu? Praticamente grito

-Esbarrei no armário de minha sala e ele se esparramou pelo chão. Agora volte para o seu quarto, está tudo bem.

-Mas..

-Mas nada! Volte para o seu quarto agora. - disse aos berros

Bufei, revirei os olhos e fui direto para o meu quarto. Ele conseguiu de novo arruinar por completo o meu aniversário. Mas eu não me importo tanto com isso, eu não me importo com as coisas que deveriam me pertubar .. Talvez sim, mas eu procuro fingir para mim mesma que não. Fico com aqueles berros vagando pela minha cabeça e decido voltar a sua sala e falar que ele acabou com o meu dia. Fui até lá com passos firmes e quando estava determinada a bater na porta de seu escritório eu ouço algo:

-TOME MAIS CUIDADO!Eu vou contar para ela amanhã. Agora ela está nervosa comigo e acha que eu estraguei tudo! Obrigada, mas deve tomar mais cuidado. - meu pai gritava nervoso

Subi as escadas correndo e sentei em minha poltrona vermelha. O que ele esconde de mim e irá me contar só amanhã? Fiquei pensando nisso e dormi ali sentada, como sempre.

* * *

7 de Junho

'Querido diário, hoje acordei de manhã sentindo a brisa gelada entrar pela minha velha janela de madeira. Como se combinado meu despertador tocou segundos depois. Eu não sei ao certo, mas estou sentindo uma coisa, como se algo fosse acontecer...'

Parei de escrever pois ouvi alguém subindo as escadas e logo depois percebi passos pesados em direção ao meu quarto. Em seguida três batidas na porta ecoaram por ele todo.

-Entre.

-Seu pai quer falar com você. - disse Lea, a empregada.

-Já estou indo. - Disse em um tom alto.

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⏰ Última atualização: Oct 01, 2014 ⏰

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