Insatisfeita com o escuro do mato
deslocou-se à cidade
gozou da luz
e brilhava pela cidadeNas ruas da cidade
caminhava pela baíaE por onde passava
despertava a vontade de todos
brilhava mais que o sol ardente da cidade
e no calar da noite
o seu rosto ofuscava as estrelasDizia-se por aí
que ela era uma Deusa
uma preta natural
uma preta fenomenalCom suas curvas naturais
corpo magro e alto
cabelo preto e duro
sempre vestida de trajes tradicionaisSimples e expontânea
linda e educada
sorridente e calma
mas não envergonhada
uma preta que abalava por onde passavaPelas ruas da cidade
acreditava que os asfaltos
fossem passarelas
que as luzes
fossem flash's
então brilhava por onde andavaA mulher do campo não andava
ela desfilava
uma negra rara
beleza que não se comparavaAquela mulher não prestava
causava por onde chegava
a mulher do campo
nasceu para brilhar
não nas passarelas
sim pelas ruas de Luanda.