Capítulo Único

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“- Princesas precisam de príncipes.

Era isso que seus pais lhe diziam com carinho, mas Ginny parou de acreditar naquela frase quando tinha doze anos. Sempre que a ouvia de seus pais ela corrigia com a maior delicadeza possível que “Essa princesa precisa de outra princesa”.

Ginny sabia que sua mãe nunca se acostumaria com a ideia dela, mas ela não se importava já que sabia que seu pai sempre a apoiaria, mas sabia que a culpa sempre se recaia nela quando o assunto da separação de seus pais. Bom, era isso até que Fred, Percy e Ron se assumiram homossexuais dois anos após a separação.



Quando a garota Weasley conheceu a garota Lovegood, foi amizade colorida à primeira vista, e somente depois de dois anos a amizade evoluiu para um namoro de verdade. O pedido foi feito com direito a alianças e falas clichês, clichês demais para o gosto das duas.

Foi difícil para Ginny se acostumar com os problemas pessoais de Luna, mas nada que o amor que sentiam uma pela outra não pudessem superar. Tudo, menos o pai esquizofrênico que a loira tinha e, por conta disso, Luna fugia sempre que podia de sua casa para a casa dos Weasley em busca de conforto que somente sua namorada explosiva podia dar.

Quando Ginny acordou abrindo um de seus olhos castanhos com preguiça, ela não ficou nem um pouco confusa. Ao ouvir outro tilintar em sua janela, se levantou, desperta. Ela pegou o blusão ao lado da cama e o vestiu. Tinha o hábito de dormir somente de calcinha e não queria abrir as janelas somente de roupa íntima.

Esticou os pés pálidos para fora da cama, hesitando antes de pisar no chão gelado, e sentiu seu corpo estremecer ao choque térmico, mas o ignorou e correu nas pontas dos pés para a janela. Se apoiando no peitoral da janela, ela tentou ver na escuridão os tão conhecidos cabelos platinados. A Lovegood olhava para o outro lado da rua, esperando. Ginevra abriu com cuidado a janela, pegou uma das pedrinhas, ficou na borda e a jogou na garota lá embaixo. Sua mira perfeita não errou e logo Luna escalava a árvore que ficava ao lado da janela branca.

– Você está congelando! – resmungou Ginny enquanto pegava um dos seus edredons e o colocava sobre os ombros da loira quando ela finalmente chegou ao quarto quente. – Por que veio até aqui nessa neve?

Luna deu os ombros sem se importar em responder a pergunta e se jogou na cama da ruiva. A Weasley bufou e foi até a porta do closet para pegar uma toalha seca que estava pendurada e a jogou na cara da outra garota que começou a enxugar os longos cabelos.

– Seu pai pirou novamente?

A pergunta saiu grossa, mas Luna não ligou pois percebeu a pitada de preocupação que estava escondido pela grosseria e também já tinha se acostumado com o jeito da ruiva.

– Totalmente – concordou calma, colocando a cabeça no colo da ruiva que veio se sentar junto a ela na cama, e explicou sem muito caso: - Mamãe “apareceu” novamente. Está pior que o comum, mas quando eu fizer dezoito... você já sabe. É o melhor para ele e para mim.

- É, eu sei. – Respondeu, começando a acariciar os cabelos loiros úmidos. Luna suspirou baixo e segundos depois as duas começaram a se encarar. A Lovegood começou a contar cada sarda que a ruiva tinha enquanto a outra observava os lindos olhos azulados-acinzentados da namorada. A Lovegood ergueu a mão e, com a ponta do dedo, começou a traçar um caminho entre a bochecha sardenta, ligando uma sarda à outra. Ginny inclinou a cabeça e começou a enrolar os leves cachos com o dedo, distraída.

- Quando Bill vai voltar? – perguntou com pura curiosidade, não parando as carícias na bochecha da outra.

- Talvez semana que vem. Papai e Molly estão o pressionando há semanas para apresentar logo a nova namorada. Mas sabe, acho que antes dele vir eles vão terminar. Isso acontece tanto que virou rotina.

Luna soltou uma risadinha:

- Nah. Dessa vez é verdade, você vai ver. O Bill na França... Ele deve ter tido muitas pretendentes, mas pra escolher somente uma tem que ser especial.

- Se você acha... – Ginny deu os ombros sem se importar e se ajeitou deitando de frente a namorada, um dos braços apoiando o rosto, os olhares se encontraram e as duas se olhavam com doçura e paixão.

Luna acomodou seu braço livre na cintura da ruiva e logo a mesma a copiou, as duas garotas se aproximaram levemente, os narizes roçando e os lábios se juntando aos poucos antes de virar um apaixonado e lento beijo de língua. A mão da loira se apertou em torno da cintura fina da outra e trouxe o corpo magro para mais perto de si. Logo em seguida usou a mão livre para rodar na cama e ficar em cima da ruiva, que ofegou com o movimento repentino. O braço que antes apoiava sua cabeça agora servia de apoio para seu corpo não pesar em cima da outra, enquanto a outra mão vasculhava com curiosidade o corpo sardento.

Ginny não estava muito diferente. Uma das suas mãos tinha se emaranhado na cabeleira loira e a outra mão apertava a cintura branca. Um grande fogo começou a queimar entre elas à medida que a exploração dos corpos e os beijos sedentos iam aumentando. Luna logo percebeu que em algum momento tinha subido um pouco o blusão da outra garota, que ofegava dando leves e sensuais beijos em seu pescoço e clavícula. Antes de pensar algo coerente, a loira puxou levemente a lateral da calcinha de Ginny, que ofegou mais ainda e deu-lhe um beijo ardente.

As garotas se olhavam ofegantes. A Lovegood passava suavemente seus dedos pelas coxas da Weasley que ficava a cada segundo mais molhada. Luna ,por sorte, se lembrou de lançar um feitiço de isolamento pelo cômodo. Logo as duas voltaram ao que faziam.

Sentindo o amor e desejo que possuíam uma pela outra, a madrugada passou lenta a vista das duas garotas naquele dia invernal.

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⏰ Última atualização: May 08, 2019 ⏰

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