Tiro de amor

174 19 15
                                    

Eu já nem durmo mais, não, só fecho os olhos e penso em você, só fecho os olhos e tento entender o que me trouxe aqui, sei que talvez eu te ame, espero ser o seu caminho de volta, naquela rua eu descobri que tudo ia ficar bem, eu finalmente entendi, mesmo se ninguém acreditar não importa. Enquanto eu começo eu consigo ver o fim, o pressentimento não muda, me sinto atingido por um tiro. Estamos nos vendo a semana, ele não me conta sobre sua vida, um homem de negócios, um negócio de família? Por favor eu não caio nessa. Eu estou aqui, por que você não me diz?
O telefone toca e já sei quem é.

- Hey babe, senti sua falta hoje. - Ele fala, sua voz sooa distante, e me distrai, por deus essa voz rouca me tira o ar.

- Hey, eu não vou devolver sua camiseta.

- Corazón, ela é sua se quiser, assim como eu.

- Não me diz essas coisas se não quer que me apaixone amor.

- Preciso te mostrar uma coisa muito importante hoje. - Não gosto da preocupação na sua voz, fico preocupado, está tudo muito perfeito, sinto como se o teto estivesse sumindo aos poucos. Uma solidão me invade, espanto meus pensamentos, não quero soar repetitivo.

- Humm gosto de quando você me mostra coisas.

- Mais tarde nos vemos, naquele lugar. - Fala encerrando a chamada. A rua virou "nosso lugar", sempre nos encontramos lá, não sabemos por quê, nem quando, apenas aconteceu. O muso inspirador das minhas melhores músicas, quem realmente é Sehun?

○○○○○●●●●●

Melodia suave, o deslizar macio de seus dedos, criava toda uma atmosfera, ele estava com meu violão, estava impressionado e um tanto chocado, afinal parecia que eu não era o único artista do cômodo. Na minha sala, sentados no chão, ele tocava violão para mim.

- Era isso que você queria me mostrar?

- Não, não exatamente.

- Como assim? - Indago. Ele estava nervoso, inquieto, preocupado

- Porra. Eu não sou bom com palavras, sou de ações, por isso quero te mostrar.

- Certo. Me mostre. - Falo e ele me puxa para seu carro, estacionado em minha porta, pede para eu entrar.

Quando percebo estamos em uma espécie de galpão, escuro, o sol da tarde transparece por brechas, sendo a única iluminação do local, parecia abandonado, estou com medo, por que estamos aqui?
De algum lugar ele acha um interruptor, acendendo luzes por todo balcão, e não entendo, parece uma especie de fábrica, há máquinas, olho confuso em volta. Até que vejo dinheiro.

- Sehun? O que é tudo isso? Por favor me explica.

- É o meu trabalho, lavamos dinheiro aqui.

- O que? Você trabalha pra um criminoso?

- Não amor, eu sou o criminoso. - Fala como se não fosse nada demais, incrédulo, dou um passo para trás.

- Como? Por que? Tipo aqueles caras que tem uma arma e tudo?

- Sim, com arma e tudo. - Não sei como reagir, olho para o chão, tenho vontade de ir embora. Como posso deixá-lo aqui, uma vez ele me disse que eu era a primeira pessoa que ele confiava de verdade em anos, como posso abandonar esse problema?

Ele pega na minha mão, entrelaça nossos dedos, me olha um tanto desesperado, ele não quer me perder.

- Se quiser ir embora eu entendo, porém se ficar, você precisará entender umas coisas.

- Me mostre.

- Que?

- Me mostre sua arma. - Digo sem olhar nos seus olhos, não sei se consigo. Ele caminha para fora do galpão e entra no carro, imito seus passos.

- Aqui está. - Debaixo do banco ele saca uma arma, meu coração dispara, é tudo real.

- Me leva pra casa por favor.

- Vamos... Eu... Está bem. - Ele acaba concordando, está sério, diria que até bravo, onde eu fui me meter, estou apaixonado por um criminoso. Ele estaciona na minha porta, eu desço do carro. - Tem certeza?

- Não, eu... Não consigo pensar em nada agora. Por favor vai embora.

●●●●●○○○○○

Encontrei paz na sua violência, você pode me mostrar, tenho estado em silêncio por tanto tempo, quieto por tanto tempo, não existe mais certo ou errado, eu faço qualquer coisa só pra não lembrar que ainda te amo, dizer que ama alguém é algo muito intenso, nunca me senti assim, nunca disse eu te amo a ninguém, ele foi e tomou parte de mim. Acho que um mês se passou, não sei, como eu ainda o quero? Isso é algum tipo de pesadelo? Eu queria acordar. Por favor não me deixe, volte, ainda preciso de você. Espero que atenda. Tum... Caixa postal. Tum... Tum... Era 2:00 da manhã será que ele está acordado?

- Alô? Alô??? - Ele fala parecendo atordoado e voz de sono, eu o acordei.

- Oi, é o Suho.

- Suho? Você tá bem? Algum problema?

- Não, é que... Você podia me encontrar aqui? - Falo decidindo que preciso dizer, pessoalmente. Encontrei o que eu tinha perdido.

- Sim já estou a caminho.

Ele tira o capacete, estava com sua moto, esse cabelo bagunçado, acabei me destraindo, não me culpe. O amor nos deixa malucos.

- Olá estranho - Ele me cumprimenta com um sorriso rápido. Eu realmente me sinto um estranho.

- Olá

- Então...

- Oh, então como você está? Eu estou bem, sabe eu meio que senti sua falta, não é o que você tá pensando, é só que... - Começo a tagarelar e ele ri de mim, nervosismo.

- Calma, devagar, comece novamente, eu também senti sua falta.

- O que eu queria dizer é que, eu quero ficar com você, não me importo. - Se eu fiz alguma coisa ruim, por que me sinto tão bem?

- Você não pode.

- Eu sei que eu deveria ficar longe, talvez seja apenas atração, físico, mas não posso mais negar, talvez seja cedo, Sehun eu te amo. - Cruzei uma linha da qual já não posso voltar atrás.

- Eu também, eu também te amo. - Ele diz, meu coração está disparado, se tornou normal, sempre acontece quando ele está por perto.

Ele me beija, era uma bela noite assim como todas as que estávamos juntos, pra sempre, tudo que eu quero é eu e você sem direção, não solte a minha mão jamais.
Foi o tiro de amor, aquele pressentimento, o tiro de amor nos atingiu, apenas feche os olhos e confie em mim, esteve esperando por esse sentimento toda sua vida sem nem saber. Você não pode impedir é o tiro de amor.

LOVE SHOT 《 Completa 》Onde histórias criam vida. Descubra agora