— Vovó posso te perguntar uma coisa?
— Lógico que sim meu neto. — Responde a avó sentada na cadeira de balanço, descansando dos seus oitenta e cinco anos. — O que você deseja saber?
O neto que está brincando com um carro de madeira na frente da casa, para e pensa no que vai perguntar.
Os dois tiraram o dia de folga... Dos familiares. Para ser mais preciso.
E logicamente a vovó materna sabe que o menino entrou numa "vibe" espiral de perguntas, que a cansa quando ele começa, porém a deixa muito mais realizada do que cansada.
O dia está lindo.
O vento bate mansamente nas folhas verdes, deixando uma sensação de leveza no ar.
O sol das três horas da tarde vai descendo por trás da casa de alvenaria, pintada de branca com telhado de madeira envernizada.
O neto ama esses momentos, e a avó, se pudesse, só faria isso: Brincar com o neto.
Lucas é o terceiro filho de uma gravidez não esperada, mas intensamente desejada.
— Como a senhora conheceu vovô? — A avó para de balançar-se e olha amorosamente para o neto.
— Na faculdade meu amor. Nós fazíamos o mesmo curso. E num certo dia, quando desci pelo elevador da faculdade, ele estava brigando com três rapazes... Eu o tirei da briga. E foi aí que nos conhecemos!
O menino para de brincar e olha rapidamente para ela.
— Ele estava brigando?
— Ele não gostava de brigar. Mas ele não suportou ver três marmanjos tirando libertinagem com uma garota.
— O que são "marmanjos"? — Pergunta o garoto empurrando para frente e para trás o carro de madeira.
— São homens tipo seu irmão Vinicius, que já são crescidos.
O menino arregala os olhos.
— Vó e o que é libertinagem? — A avó sorrir por dentro responde:
— É quando machucamos outra pessoa com brincadeiras de mau gosto.
— E o vovô enfrentou todos eles... — O menino faz uma cara de felicidade ao saber que seu avô defendeu uma pessoa inocente, mesmo estando em desvantagem numérica.
— Menino! Tire esse sorriso dos seus lábios. Não foi nada heróico ter que levar seu avô até o hospital mais próximo, o segurando pelos ombros.
— Eu tenho saudade do vovô. — Suspira o menino parando de empurrar o pequeno carro de madeira.
— Eu sei meu neto... Eu também tenho muita saudade do seu avô!
— E o que a senhora faz quando tem saudade dele?
— Eu não faço nada. Eu deixo as memórias dos momentos que tivemos juntos, trazerem o meu sorriso de volta.
— Então a senhora não é feliz morando com a gente? — A avó olha com tanta ternura, que uma lágrima salta do seu olhar.
— A senhora está chorando!
— Meu amor eu sou a mulher mais feliz do mundo por ter um neto igual a você e por morarmos juntos. — A vovó levanta-se com cuidado, vai devagar até o menino e o beija.
Os olhos de Lucas brilham ao sentir o calor vindo do olhar da sua avó materna.
— Meu príncipe eu te amo tanto que daria minha vida pela sua, se necessário fosse.
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HEREDITÁRIO - O laço de sangue é eterno - Lançado 04/05/19
Proză scurtăConto de Terror One-Shot Hereditário é um conto de Terror, escrito exclusivamente para participar do Concurso @concursofictesia, Avó e neto irão perceber que os laços de sangue são eternos e que nada e nem ninguém poderá separa-los. E COITADOS DA...