Marcas

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Por Michaella;

A dor faz latejar a minha cabeça. As cortinas impedem a luz do sol adentrar no meu quarto, ainda está escuro aqui dentro e nem sei que horas são. Estou perdida no tempo.

Me deitei com a roupa que usei na noite passada, ainda cheiro a Fleert Street e a sua prostituição barata. Não gosto de lembrar do que houve lá. Meu primeiro oral foi um desastre e isso feriu o meu ego.

Tateei o criado-mudo até achar o meu celular, olho que faltam quinze para às cinco da tarde. Está tarde e a minha barriga ronca de fome.

Nem retiro a roupa e desço para a cozinha como estou. Abri a geladeira e peguei alguns sanduíches naturais, para saciar a minha barriga que implora. Vou a sala pegar o jornal de hoje e lá está o Devonshire conversando com um homem que arregala os olhos ao me ver, o Devonshire me olha e me ignora. Habitual. Pego o jornal que está próximo a ele, e não falo nada. Hoje estou com preguiça de tirar piadinhas com ele ou irrita-lo.

Sigo ao meu quarto pacificamente lendo as notícias. Terminei de comer os sanduíches e mereço um certo banho para relaxar.

Por que eu deveria dizer algo? Eu sou apenas o objeto sexual dele. Pensei que poderia ser a amiga dele, essas merdas desse tipo. Um mínimo respeito, mas o que esperar de um ogro de pau grande?

A frase dele me deixou de alguma maneira chateada. Objeto sexual.

- Perdeu o seu primeiro dia de estágio no hospital, continue assim. - a Evelyn me informa. Eu tinha esquecido disso completamente.

Leio a primeira página e lá está a ruiva.

A assassina da rua Fleert.

Não deixo de esboçar um sorriso no rosto, eu ajudei a pega-la e resolver parte do crime. Estou me sentindo o Batman ou Sherlock Holmes.

- E ai Michaella, botou em prática o que te ensinei sobre o oral? - Evelyn

-Sim. :D - respondi a ela. Eu precisaria contar tantas coisas a Evelyn, ela nem sabe que eu moro aqui direito. A única coisa que soube foi que virei submissa e ela me pareceu assombrada, claro me xingou de tudo quanto quis. Porém, eu não disse que o meu senhor, era o nosso colega da eletiva, ela surtaria. Ela o acha muito estranho e já veio com uns papos dele ser adorador do capeta.

Pedi ajuda a ela no caso, o Devonshire tinha praticamente me humilhado por não saber fazer um oral, só de me lembrar causa uma raiva interior, além da ajuda da Evelyn, pesquisei em blogs que me levaram a comprar o bendito dos pirulitos. Foi ridículo devo admitir, eu passar a minha tarde no quarto em cima da cama, simulando que o pirulito era um pênis, a vergonha chega ser grande, mas valeu o esforço, fiz aquele troglodita sentir prazer e perder a pose de assexuado. Gozou na minha boca. Ok, não deveria me gloriar disso, mas é o Andrew e qualquer coisa que possa me mostrar sobre a humanidade dele, já é algo.

Ele deveria se comportar sempre como mestre. Ele se comporta, claro. No entanto, algo o marcou profundamente e aquela mulher da foto o fez perder o interesse em todas mulheres. Que amor pode ter sido esse? E o quão boa ela pode ter sido?

[...]

São sete horas da noite e o barulho do violino cessa provavelmente ele desceu para jantar e é isso o que devo fazer.

- Senhorita Emma, espero que goste da minha sopa de batata, minha especialidade. - diz a Sienna servindo a namorada do Nathan gentilmente.

- Olha, a bela adormecida acordou.

- Já estou acordada há algum tempo Sienna. - puxo a cadeira, sempre só sobra o lugar de frente ao meu malvado favorito - Olá Emma. - a cumprimento.

Love in the Dark (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora