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- Filha, você está atrasada. Rápido! - Minha mãe grita da sala.

Pego minha mochila e desço as escadas. Vou até a cozinha, pego uma fruta e abraço meu pai, que está lavando a louça.

- Te amo. - beijo sua bochecha.

Vejo minha mãe na porta e a abraço também.

Vou até o ponto de ônibus e no mesmo segundo, ele chega. Dou bom dia ao motorista, me sento e coloco meus fones, deixo no máximo a música "Everthing Black - Unlike Pluto".

Chego na escola e respiro fundo, para o primeiro dia de aula do ano.

Dou um abração no meu melhor amigo Michael, ao vê-lo dentro da escola.

Conheço Micha desde o sexto ano. Eu sempre soube sua verdadeira sexualidade, mas só admitiu para si mesmo aos 15 anos. Lembro que chorou muito, porque sabia que contar aos pais iria mudar muita coisa.

Mas eu o apoiei e muito. Lhe dei coragem para contar, e hoje tem total apoio de seu pai. Menos de sua mãe, que nunca aceitou esse fato. Mas ele sabe que ela o ama, muito.

- Que saudade! Como foi suas férias, seu falso?? - Pergunto pegando em suas bochechas.

- Não que te interesse - Diz fazendo cara de deboche. Beija minha bochecha e me puxa para a sala.

Ele e eu pegamos a primeira carteira, como todos os anos, ficamos na frente para interagir com os professores

-Você sabe a primeira aula? - pergunto, pegando meu caderno.

- Redação. Professor novo. Preparada para virar a favorita de mais um?

- Sempre! - sorrio.

O sinal toca e todos entram na sala.

Quando o professor entra, fico paralisada. Começo a soar frio e passar MUITO mal.

Não sabia o que fazer, tudo estava girando. Tão de repente, fico totalmente na escuridão.

Um mês atrás...

- Gosta de ler? - pergunta um homem, que se senta ao meu lado.

- Sim - Afirmo, ainda lendo meu livro - Também gosto de escrever.

- Incrível! Para ler em um bar, cheio de homens te paquerando, é porque realmente é bom.

- O que te faz pensar que uma mulher vem a um bar para sair acompanhada? - Finalmente olho para ele.

Ele tinha o cabelo preto e os olhos castanho escuro. Com um maxilar quadrado e um sorriso tão sexy. Dava para perceber que era mais velho que eu, mas não tanto. No máximo 21 ou 22 anos. Usava uma camiseta azul marinho de manga curta, apertando o suficiente o seus músculos dos braços, que não eram nem tão grandes e nem tão pequenos. Tudo nele, era muito charmoso.

- Eu não pensei isso... - Fica totalmente sem graça.

- Tudo bem. Estou acostumada com os olhares e "cantadas" - Faço aspas com as mãos.

- É irritante esses homens fazerem isso enquanto você está concentrada, não é?

- Demais. Mas estou tão concentrada no romance de Darcy e Elizabeth, que nem estou prestando atenção no que está acontecendo em minha volta, neste momento.

- Orgulho e Preconceito. Um clássico.

- Conhece? - Fico impressionada.

- Como não conhecer? Amo os clássicos da literatura. - Ele dá um sorriso sem mostrar os dentes, assim mostrando suas lindas covinhas. Adorável.

- Uau! Estou ficando impressionada com você. Mas fora isso, mostro o dedo do meio quando sei onde eles estão olhando. - Falo com orgulho.

- Que afrontosa! - Ele diz, abrindo um sorriso maior e bonito.

- Nem todos gostam dessa minha atitude, mas quem disse que ligo? - Dou risada - Como estou de férias, venho toda terça a tarde. Peço uma bebida doce sem álcool e entro no meu mundo de leitura ou escrita. Não sei porque gosto de ficar aqui, apenas gosto.

- Eu gostei muito de você. Valeu a pena vir aqui conversar contigo.

- Obrigada. - Sorrio. - Escutar isso me deixa mais animada.

Antes de fechar meu livro, marco a página. Volto a olhar para o homem, que me atraiu bastante.

Distraidamente conversamos sobre livros, autores e temas de redação. Tudo o que mais adoro.

- Então você é professor de redação? É muita coincidência!- Falo animada.

- Demais! Me formei no começo do ano. Começarei a dar aula mês que vem.

- Aí que incrível! E só para você saber, meu nome é Jennie. - Sorrio e coloco meu cabelo cacheado atrás da orelha.

- Rafael. - Ele pisca para mim.

Conversamos mais e mais e tudo começou a ficar mais quente. Foi quando percebi que estávamos, os dois, no corredor do banheiro, nós beijando MUITO.

- Desculpa... - falo ofegante - Eu gostaria muito de transar com você, mas esse ambiente não é muito adequado.

- Quer ir para minha casa? - Pergunta com intervalos beijando meu pescoço.

- Dessa vez não. Só precisava comentar, porque estou muito excitada. - Sorrio malicioso.

- Vamos ao banheiro feminino, pra eu divertir um pouco você...

- Agora!

Ele me pega no colo e usa meu corpo para empurrar a porta. Me coloca na pia e suas mãos vão para dentro de minha calcinha, e a brincadeira começa.

Hoje...

Acordo sem saber onde estou. Tento me levantar, mas sou impedida por um braço.

- Fica deitadinha, dona Jennie. - Michael empurra meu corpo delicadamente de volta.

- Onde estamos? O que aconteceu? - Pergunto desnorteada.

- Não se lembra? Você desmaiou na sala, bem quando o professor chegou. Motivos? I don't know babe.

- Aí não... Eu preciso te contar algo horrível.

- Meu Deus! Que merda você fez agora? - Ele fica assustado.

- Você sabe que eu ia toda terça, nas férias, para o bar. Teve uma vez que um homem chegou em mim e conversamos muito. No meio disso rolou algumas coisinhas, nada demais...

-TÁ GRÁVIDA??? - Ele grita e tento conter a risada.

- É claro que não! Nem chegamos nessa parte, infelizmente. O problema é que esse homem do bar, é o nosso novo professor de redação.

- O QUE??? VOCÊ QUASE TRANSOU COM O NOVO PROFESSOR?!? - Ele grita mais alto ainda.

- Não grita!! - Tento cobrir sua boca.

- Desculpe. Jennie, isso é pior do que estar grávida!

Tento não rir. Como pode ser pior do que estar grávida???

- Mas então vocês se pegaram gostoso. Amo!! - Ele bate palminhas sorrindo.

- Infelizmente. - Faço uma cara brava. - Mas foi bom, pelo menos - Rio.

- Safada! Mas o que fará com ele? Vão namorar?

- Quem dera... Mas você viu o resultado que deu quando eu soube que ele é nosso professor? Vou ter que fingir que não o conheço.

- Tenta conversar com ele. Você desmaiou porque ficou surpresa. Agora que sabe, não vai mudar o fato de que os dois se pegaram...

Ele estava certo, mas não sei se o Rafael estaria disposto a tentar algo comigo.

Meu Professor Onde histórias criam vida. Descubra agora