Aisla Carollesa
Quando olho o relógio já são quase cinco horas da manhã e eu não havia dormido absolutamente nada, passei a noite tentando compreender e traçar o perfil do assassino da senhora Wallin, minha sala está tomada por fotos do cadáver e da cena do crime, na mesa central havia diversos papéis que continham os relatos dos vizinhos referentes àquela noite, minha cabeça esquentava só de pensar o sobrenome Wallin.
Todo assassinato tem uma história para contar, sempre possui características, personalidades e traços dominantes. Meu trabalho é compreender o que o assassino quer dizer com seus atos, é pensar com ele e por um pequeno período de tempo ser ele. É como se o assassino me convidasse para uma dança que eu não soubesse absolutamente nenhum passo, então eu preciso me unir a ele, o estudar e assim entrar no seu ritmo e prever seu próximo passo.
É óbvio que é um serviço demorado e difícil, mas com anos de prática você acaba criando certa afinidade com esse tipo de pessoa, o que grande parte do tempo é péssimo, porque às vezes me encontro em um precipício moral aonde me questiono se afinal eu sou como eles ou apenas preciso pensar como eles.
Eu levanto do sofá e caminho em direção à janela o sol começa a nascer dizimando a noite e clareando um novo dia, não há nada para observar, provavelmente todos estão dormindo.
— Bom dia! – A voz de Patrick me traz de volta para a realidade. Viro-me a tempo de vê-lo entrar na sala, está com a camisa desabotoado e os sapatos nas mãos, no pescoço há uma corrente de ouro que contrasta com sua pele bronzeada. — Você virou a noite?
Ele caminha em direção a mesa central de vidro onde estão minhas pastas e as fotos, olhando daquela perspectiva tudo aquilo parecia uma grande bagunça, talvez representasse friamente minha linha de raciocínio.
— Não consegui dormir... - Me afastei da janela e fui em direção à cozinha.
Meus pés descalços se encontram com o chão frio da cozinha e meus pelos se arrepiam como resposta, caminho em direção à geladeira com a esperança de comer alguma coisa que forrasse meu estomago até a hora do almoço, é verdade que não me alimento bem, quase sempre pulo o café da manhã e no almoço não me arrisco mais que um filé de frango e salada, eu coloco a culpa no casamento sempre que Patrick me confronta sobre meus hábitos alimentares, digo que quero ficar magra para o vestido, o que de certa forma é verdade.
Enquanto estou observando a geladeira sinto a barba de Patrick roçar no meu ombro e então seus lábios descansarem no meu pescoço. Pat é meu noivo, nos conhecemos através de uma prima minha a pedido da minha mãe que já estava se preocupando com o fato de eu ter 23 anos e nunca ter parado em um relacionamento sério. Eu poderia trabalhar no FBI, mas sair com diversos caras sem esperança de algo mais sério não, então fizemos um trato, eu me casaria com alguém ("digno da família") e ela largaria meu pé e me deixaria optar por uma carreira.
Eu acho que não temos nada em comum, embora quase todos que nos conhecem dizem que nascemos um para o outro. Patrick é totalmente sociável, adora estar rodeado por pessoas e possuí uma lábia ótima, enquanto eu prefiro lugares reservados e prefiro observar a falar. .
Antes que eu pudesse dizer alguma coisa o som do telefone corta nossa conversa bruscamente, me afasto dele e caminho em direção a sala para atender.
Estico meu braço e pego o telefone no gancho que está em uma cômoda próximo ao sofá. — Alô?
— Carollesa? Aqui é o detetive Smith. – O detetive Smith estava encarregado do caso da Teresa Wallin, o capitão havia me informado que ele era a pessoa mais qualificada da delegacia para resolver esse caso. — Me desculpe pela hora, acredito que nossos policiais tenham encontrado um suspeito em potencial para o caso.
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Psique
Mystery / Thrillerpsique substantivo feminino 1. 1. alma, espírito, mente (por oposição a corpo). 2. 2. PSICOLOGIA m.q. PSIQUISMO ('conjunto'). Psique é um romance policial que se passa em meados de 1970 na cidade de Sacramento em Califórnia, a história retrata uma f...