Mais Preocupação.

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Quando completamos mais um ano de vida, esperamos que o dia seja maravilhoso, para algumas pessoas é apenas um dia normal, para mim não, o meu aniversário já começa com festa, é um dia depois do primeiro dia do ano, mas esse está sendo o pior aniversário que já tive.

Estamos a caminho do hospital, na Rocinha, nunca estive lá, a primeira vez, por uma desgraça, a Bia, terminou de conversar com a enfermeira, mas não quis me dizer nada. Estamos já dentro da favela, tem bastante casas mais tem uma beleza única.

Entramos na UPA, é fomos até o balcão de atendimento, aqui as coisas são meios desorganizadas, mas fomos bem atendidos, a enfermeira mandou nós sentamos, ficamos esperando por horas.

Escuto barulho de motos, entra 3 homens e 3 mulheres, uma delas estava com um bebezinho no colo, ele não parava de chora, eles não sabiam o que fazer. Estava cansada sem notícias da minha família. E aquele bebezinho chorando e ninguém fazia ele para, olho para Bia, ela já sabe o que eu vou fazer, o Lipe está dormindo. Me levanto, e vou em direção a mona que está com o bebe:

- Oi, me chamo Mariana, você que uma ajudinha com o bebe?

- Oi, prazer, me chamo Patrícia, desculpa se esse pequeninho está te incomodando, não conseguimos fazer ele para, a mãe e o pai sofreram um acidente.- Nossa mais um acidente, o que tá acontecendo hoje.

- Não, imagina ele não está me incomodando, mas posso segura ele um pouquinho?

- Claro, mais e bem difícil ele fica com alguém.

Pego o pequeno no colo que esconde o rosto, mas para de chora. Sento e começo a repara em todos, tinha um em pé, ele estava bem preocupado, a Patrícia disse que ele e irmão da moça, os outros são amigos mais que juntos formam uma família, o pequeno dormiu em meus braços, dei ele para a Patrícia, ela pegou meu número, e fui respira um pouco de ar puro, levo um susto, Felipe me abraça e diz no meu ouvido:

- Todo vai ficar bem, eu prometo. Vem vamos para dentro, a Bia vai comprar alguma coisa para a gente comer, e o médico vai dar notícias.

Sento, e o médico chama a Patrícia e seus amigos:

- Familiares de Juliana Rizzo?

- Aqui- diz Felipe.

- A senhora Juliana, está de repouso, teve alguns aranhões, mais está bem. Obviamente, que você conheça as outras pessoas que estavam no carro, - Felipe concorda com a cabeça, estou calma- O garoto, está em coma superficial, ou seja as respostas motoras estão desorganizadas e não apresenta resposta ou estímulo de despertar, ficara de observação aqui na UPA.- o médico deu uma pausa e olhou em direção ao moço que estava junto com a Patrícia.

- Sinto em dizer que Carlos Marinho, Victoria Miller, Michel Rizzo e Gabriela Fagundes, não estão mais nessa viagem, o trem deles já chegou na estação.

Não escuto nada, só vejo as ações das pessoas a minha frente, corro até o banheiro, fecho a porta, e as batidas não cessam.

No meu peito, apenas a dor de um punhal, que a cada batida parece afundar mais fundo em meu coração.

APENAS 18Onde histórias criam vida. Descubra agora