Jaci acorde!

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- Jaci Guaxu tem omsitua, não adianta negar, ela não vai passar dos dez anos, os deuses costumam fazer isso. Fazem ela aprender tudo antes da época, para depois, mata-la antes mesmo da idade.

- Ela é perfeita  -A mãe nunca deixaria algo acontecer a sua criança-  Não vou sacrifica-la, ela suportou o ritual, vai suportar isso também.

- Você já viu alguém morrendo dessa doença?Eu já, é horrível, tanto para ela, quanto para os país.Ela pode suportar, mas até quando irá conseguir?

- Preciso ver minha filha, chega desse assunto, ela não vai morrer!

- Você tem  dois meses pra se despedir. Na sexta lua cheia ela deve partir.Se ela morrer por causa da doença,não irá esquecer o quão horrível foi presenciar.Fique tranquila, as anciãs irão deixá-la no morro de edadeip, ela viverá melhor, e não trará riscos a tribo, se der sorte irá morrer rapidamente morta por alguma fera -E como sempre a voz de quem pouco se importava com o destino da menina-.

O desejo de quase toda mulher é ser mãe. Isso gera uma das maiores dores,  durante toda a engorda e no momento do parto. Mas, perder um filho, ser obrigada a abandona-lo, essa dor não tem comparação.

-Jaci acorde! Acorde, ande, você está comigo? Acorde Jaci! - O desespero na voz, não mostrava somente o medo  dela não ter sobrevivido ao ritual, mas de ter perdido a sua pequena para o deus do Omsitua -
Dizem que quando o Deus Omsitua leva alguém, a alma sofre por toda a eternidade, nunca podendo então descansar. Por isso, por anos os pais sacrificavam seus filhos, entregavam eles a morte de uma forma rápida, antes dos quinze anos, antes de virarem homens e mulheres de verdade.

-mama? É você?como está meu rosto? Eu consegui?- o medo de quem esperava aprovação era nítido no tom de sua voz-

- Está tudo bem, você foi forte, você conseguiu. Se não conseguisse, não haveria problema, você tem apenas cinco anos.Não importa o quão evoluída pareça ser, tem cinco anos- a voz trêmula demonstrava o medo de perder sua filha, mas ela não contaria a guerreira Jaci, pelo menos não agora.

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