Primeiro amigo

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Brendon p.o.v

Garoto- Então. Vamos retomar de onde paramos.- diz andando até em mim- De qual raça você é?- ele para muito perto de mim.

Fico olhando pra todo os cantos do quarto menos pros olhos dele.

- Eu.... Eu sou... Eu sou da raça animalia.

Garoto- Sério? Então vamos por isso em prova.

Foi muito rápido. As orelhas que antes estavam na minha cabeça, estavam nas mãos dele.

Garoto- Interessante!... Você é um péssimo mentiroso, humano.

Nessa hora eu fico olhando assustado entre as orelhas na mão dele e o seu rosto.

Ele me olhava como se estivesse  esperando uma explicação minha. Mas a única coisa que eu fiz foi sair correndo pra dentro do banheiro do quarto, trancando a porta na mesma hora que ele se esbarra nela.

Garoto- Você sabe que não vai ficar trancando ai pra sempre humano.

Eu não respondo nada. Eu sabia que não ficaria trancado nesse banheiro pra sempre, pois chegaria a hora que a fome e a sede viriam. E sair pra comer e beber água não é uma opção. Mas ter que escolher entre: morrer de fome e sede; e descobrir o que eles fariam comigo por ser um humano.

Prefiro a fome e a sede.

Porém me admira ninguém ter percebido que eu não era um deles. Estava torcendo que continuasse assim, até achar um jeito de voltar. Mas ele tinha que descobrir.

Garoto- Qual é. Abre logo essa porta. Não vou fazer nenhum mau a você, humana.

- Não confio em você. E para de me chamar de humano.

Garoto- Mas você é um!.... Vamos, confia em mim. Se eu fosse fazer algum mau a você, teria arrombado essa porta e feito.

- Não!

Garoto- OK. Olha, eu não vou sair daqui enquanto você não sair desse banheiro ou pelo menos abrir a porta. Eu me chamo Myke, qual o seu nome?

- Porque quer saber meu nome? Por acaso precisa saber o nome da vitima pra fazer algo.

Myke- O que? Claro que não! Eu só to tentando fazer você confiar em mim.
Vamos lá, abre a porta e vamos conversar.

Eu fiquei refletindo o que aconteceria se eu abrisse essa porta. A conclusão era: se eu abrisse essa porta, ou ele iria fazer algo comigo que causaria a minha morte, ou eu poderia fazer algo pra fugir. Mas a questão é: de um jeito ou de outro eu séria pego. Quais são as minhas chances de escape de um planeta totalmente habitada por sei lá o que? Provavelmente nulas.

Não tive escolha, há não ser em ter que confiar nele. Mas antes de abrir a porta eu pego um recipiente, provavelmente seja de shampoo, e destranco a porta. Apos fazer isso corro direto pro lado oposto, ficando o mais longe da porta, e fico agachado dentro da banheira, que por sinal é enorme, e vejo ele abrindo a porta.

Ele estava com as mãos pra cima, em sinal de rendição, eu apenas fico o observando, qualquer movimentação suspeito, o shampoo ira aprender a voar.

Myke- Eu vim em paz.

- Não enrola. Vá direto ao ponto.

Myke- Bem direto. Gostei de você!.... Eu só quero ajudar você.

- Jura? Não me diga.- digo com sarcasmo- Qual o motivo pra eu confiar no que você diz?- pergunto com desconfiança.

Myke- Bom, eu não te ataquei não é? Isso já é um ponte de confiança, não acha?- ele fala com uma sobrancelha levantada.

Eu serro os olhos pra ele.

- Não. - falo sendo bem direto.

Myke- O que preciso fazer pra você confiar um pouco em mim?- ele me pergunta.

- Primeiro destranque a porta do quarto; segundo fique a um metro de distância mim.

Myke- OK.

Ele vira, vai até a porta do quarto e a destranca. Ele se senta na cama que estava com a sua mala. Eu saio do banheiro, sem desviar o meu olhar dele.

Myke- E agora, confia em mim?

Eu rio pra ele e me sento na cama que seria a minha.

- Sim!- digo sendo sincero.

Myke- Sério?

- Sim, sério. - respondo - Tipo eu estou em outro planeta né, em uma escola cercado por "alienígenas"? Então... Isso é bem legal! - falo rindo - Sabe não bato bem da cabeça.

Myke- Entendo - ele rir - Então... Eu irei te ajudar com com o seu problema. Mas primeiro, toma. - ele me devolve as orelhas.

- Obrigado. - agradeço colocando as orelhas.

Myke- Vai precisar pra manter a aparência. - ele me olha sério - você não pode tirar isso nunca, só quando estiver sozinho nesse quarto.

- Certo. E como faço pra sair daqui?- o pergunto.

Myke- Isso é muito complicado, sair desse planeta é bem difícil.

- Porque?

Myke- Você deve ter ouvi o sr. Meisp falar sobre a floresta. E é lá que está sua rota de fuga.

- Sim ouvi ele dizer que não se pode entrar lá. - digo tentando lembrar de mais algo - Então não deve ser tão difícil assim..

Myke- Você não me escutou? Isso é uma tarefa complicado, pois a floresta é sempre vigiada por seguranças da escola e mesmo que passe por eles, anda tem os monstros de diversos tipos que se encontra lá.

- Entendo. Mas caso passemos por isso tudo, o que tem nessa floresta pra eu voltar pra casa?- o pergunto.

Myke- É lá que eles colocam as naves. E é com uma delas que você ira voltar pra casa.

- E as coisas se complica cada vez mais, eu não sei pilotar uma nave. - falo - Não tem outro jeito, além dessa?- eu o pergunto, mas ele não responde.

O Myke estava parado, olhando pro nada, ai percebo algo saindo das suas costas, era algo parecido com uma calda, mas eram duas. E elas se mexiam como se fossem duas serpentes prontas para o ataque.

- Myke?

E olha pra mim e pula na minha direção.

- Mas o que....?

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