Verdadeira Cor

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Shura não estava muito feliz por isso comecei a sentir como se meu corpo estivesse queimando. Assim como quando eu era criança, acabei me vendo numa familiar sala branca. Estava deitada no chão gelado e a minha esquerda Shura estava sentado com as pernas e braços cruzados.

-O que aconteceu? – perguntei sem me mexer.

-Você desmaiou – ele respondeu – Seu corpo não parece pronto para receber mais do que 50% do meu poder, como mecanismo ele "desligou". Consegui andar até a casa e acionar os servos mas depois disso não sei o que aconteceu.

Me sentei e encarei Shura – Você acha que ela tem alguma coisa com os vampiros também? Não teria como eles saberem... A anos que os vampiros não saem das cidades subterrâneas.

Shura olhou diretamente nos meus olhos – Eu não duvido de nada, aquela garota [Nome]... Teria sido melhor a matar quando eu te falei. Anos atrás.

Desviei o olhar pro chão.

-Guren não te ama – ele respondeu ríspido – Eu sei o que passa no seu coração, não adianta tentar querer me enganar... Nessa guerra, se você não sacrificar o que for importante pra você, vai morrer. E isso não é uma coisa que eu vou aceitar.

E então ele levantou a mão na minha frente e com um estalo eu abri os olhos, ainda estava na minha antiga casa, me levantei e vi o horário no relógio da parede. Já era bem tarde, devia voltar para habitação assim que possível.

Estava com alguns arranhões no rosto e tinha algo que parecia com uma tala improvisada, Shura tinha quebrado o meu braço? Tentei mexer os dedos da mão direita sem muito sucesso, é ele tinha quebrado meu braço.

Me levantei e peguei meus pertences pronta pra sair.

-[Nome]-sama! Você não está em condições de sair daqui – uma das servas disse tentando me parar – [Nome]-sama! Por favor!

-Eu estou bem – respondi e continuei andando – Isso não é nada, apenas chame o motorista pra mim – dei a ordem e fui para a frente da casa. Em segundos o motorista já estava ali para me pegar e levar para o meu apartamento na habitação dos Ichinose.

E não demorou muito para que eu chegasse, meu braço estava se recuperando e Kureto tinha me dado o aviso, mas no momento a maior das minhas preocupações era dar de cara com um certo garoto que atende pelo nome de Guren. Ele não ia ficar calado e iria me questionar.

Com os passos mais leves possíveis eu andei pelo corredor e cheguei até a minha porta, não havia nenhum movimento e nenhum som perceptível em todo o andar, acho que está tudo bem.

Abri a porta e entrei na minha sala soltando um suspiro, também não tinha ninguém ali. Poderia finalmente descansar, eu já começava a sentir os meus dedos então meu braço logo estaria ao normal. Teria pouquíssimas horas para dormir, mas precisaria tentar me preparar para a manhã seguinte mesmo que um par de olhos vermelhos aparecesse em meus sonhos a noite.

Guren acordou de madrugada com certos pensamentos sobre a Igreja Hyakuya e o porque de todo o ataque e fazia um tempo que aquilo estava martelando na cabeça dele. Sentado na sala ele tentava achar uma resposta quando ouviu o barulho do elevador parando no andar. Ele achou estranho afinal, as suas duas servas estavam cada uma na sua respectiva cama e [Nome] deveria estar no apartamento dela.

Palavra chave, deveria.

A curiosidade foi maior então com passo leves ele andou até a porta e espiou por ela, realmente era [Nome]. Guren encarou as costas da menina, e diferente do que ele estava acostumado a ver ele enxergou vestes amassadas e severamente danificadas, os cabelos antes soltos e brilhantes pareciam molhados e num tom completamente opaco. Além do acessório que ela levava no braço.

Dangerously (Guren x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora