10 de Outubro de 2000
"Sabe quando você está passando para a idade das responsabilidades? Pra mim começou entre os 17 aos 18 anos, eu fiquei super aflita quando aconteceu comigo, comecei a ver que precisava ter uma profissão, precisava de um alicerce para vida. Comecei a fazer cursinhos e logo após comecei a faculdade, porém o emprego não vinha. Fiz metas para o ano , e sabe o que aconteceu? O ano passava e nada se resolvia, nada acontecia.
Olhava a minha volta e via amigos casando, comprando suas casas e eu estacionada. Isso me deixava aflita!
Tentava focar em várias coisas ,investia no meu currículo, mas nada adiantava. Fora os problemas de família. Eu sabia que todos da minha família torciam por mim, mas eu me sentia pressionada ,porque sempre me questionavam o porquê de nada dar certo pra mim, e isso me machucava. Eu fingia estar bem, fingia ter esperanças, mas no final eu simplesmente não tinha nada, eu não tinha pais para me apoiar, porque eles precisavam de mim também. Então chegou o momento em que eu fiquei com "crises de ansiedade", elas vieram lentamente na minha vida, eu não entendia o que meu corpo estava me dizendo, até que ouve uma explosão de sentimentos, formigamento no corpo todo, falta de ar entre outros sintomas. Isso tudo era meu medo do futuro. Meu medo de não ser ninguém. Até que lutei e consegui me controlar, na verdade, eu camuflei os meus sentimentos e sintomas para que ninguém notasse.
Mas aconteceu que um dia recebi a notícia que uma amiga estava realizando seu sonho e indo viver em um dos países mais ricos do mundo, eu fiquei feliz por ela, mas ao final do dia, eu me senti a pessoa mais estúpida. Será inveja? Não eu não queria o que era dela, eu só queria crescer também. Era errado ficar triste em um momento de alegria? Eu estava feliz por ela, mas estava frustrada comigo, porque novamente eu fiquei para trás. Tantos anos correndo contra o vento. E novamente eu me escondi, na minha própria bolha e ninguém notou.
Assinado V"Nariz entupido, cabeça doendo. O dia começou ótimo hoje hein. Deixei o lápis e o papel molhado dentro da escrivaninha e fui me arrumar para mais um dia de faxina. Sim! Eu era uma espécie de diarista. Coloquei os fones no ouvido e peguei minha mochila para ir até o escritório que eu ia limpar. Olho para o meu celular antes de sair de casa para ver se tem alguma notificação nova, mas nada. Fazia meses que eu estava a procura de uma oportunidade de emprego, faz mais de 7 anos que faço faxina para ajudar em casa, mas meu corpo já não está tão ativo como no início, as dores de coluna e tendinite tem me perceguida, natural pelo esforço de esfregar as coisas. Continuo olhando para o meu celular, é tão interessante as pessoas terem dinheiro para sair, até que meu celular mostra o nome de Penélope no visor.
- Oi bom dia! - ouço o suspiro cansado de minha amiga
- Oiiiie Vivian! Onde você está?
-Estou indo para o trabalho. -digo o óbvio ,pois fazem 3 anos que faço faxina aos domingos ,o problema é que Penélope me acha louca e sempre tem algo pra fazer e quer me convencer.
- POXA! De novo? Eu queria que você almoçaste em casa. Vai vir a Charlotte aqui também.
- Legal, mas você sabe que não posso, preciso dessa grana. - como todas as tentativas dela, ouço ela grunhir e recomeçar com seus protesto, é pelo jeito o dia começou com o pé esquerdo.

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De TodoVocê acorda, se levanta e se apronta para ir trabalhar. Ao lavar o rosto e encarar aquele reflexo no espelho, quem você vê? Uma pessoa melhor do que antes? Alguém que está em busca de crescimento? Você conhece bem a pessoa que te encara todas as man...