Quem é 𝐞𝐥𝐞 ¿ - 𝐏𝐚𝐫𝐤 𝐉𝐢𝐦𝐢𝐧 -

d a n ç a c o m i g o ?

Jimin garagalhou muito sobre algo que eu disse, e eu não entendi porque estava sendo tão engraçada naquele momento.

Acabamos saindo do teatro e caminhando por ali, sem rumo. Com uma conversa que começou sobre como a peça foi maravilhosa e sinceramente, não quero saber como vai acabar.

- Nossa... me diverti demais com você. — Jimin suspirou finalizando qualquer vestígio da sua crise riso de minutos atrás. — Vamos fazer algo assim de novo, depois...

- Claro, também me diverti demais... — Falei baixinho e chutei a pedrinha no meu caminho. Por um momento eu lembrei do meu objetivo com aquele encontro. Mas já não me importava mais. Sei lá, foi divertido e não consegui mais ficar pensando nas possibilidades, criando planos. Só me diverti. Provavelmente Jimin causou isso. Me desarmou.

- Ah que clima bom! — Jimin passou por mim com os braços abertos e girou seu corpo com um sorriso no rosto.

- A noite está linda não é? — Ele parou e olhou pra mim com ternura. Seus braços já abaixados, sua postura perfeita.

- A noite está maravilhosa. — Respondi e dei um passo à frente. Então escutei uma melodia abafada. Olhei pra o lado e parecia vir de um restaurante mais afrente. Jimin também se virou para observá-lo.

Continuei tentando decifrar a melodia daquela música, e notei  quando o Jimin deu mais um passo. Ficando de frente, e me olhando. Isso eu senti.

- Dança comigo?

Foi como um susto que logo me fez dar risada. A melodia já não me pareceu tão interessante.

- O que? Eu sou desastre, também não há música pra dançar e aqui não é lugar pra dançar. — Dei um sorriso porque pensei em gargalhar mas fiquei tímida com o jeito que ele me olhava.

- Por que sempre faz isso ? — Um olhar tão intenso... — Não precisa ser tudo tão certinho...

Eu sei, Jimin.

- Enfim... Você não é desastre, temos a música maravilhosa que está tocando naquele restaurante e não existe leis que proíbem dançar na rua.

Me desarmou. De novo.

- Vamos lá! Eu prometo que vai ser divertido.

Parei de questionar só pra ele não ter mais trabalho comigo. Deixei ele me levar até mais perto do restaurante, pra assim o som ficar um pouco melhor.

Eu não disse nada.
Ele não disse nada.
Só sorriu.
Como sempre.
Como sempre ele faz.
Do jeito que sempre só ele faz.

E sorrindo ele pegou na minha mão, e nos colocou na posição correta para a dança. Começamos a nos movimentar, mas confesso que me perdi nos seus olhos de tal forma que nem prestei atenção no que fazia.

Apontei minha cabeça no seu peito, porque meu coração já não consiga mais encara-lo. Consegui ouvir bem o seu coração, e fiquei pensando se talvez batesse tão forte pelo mesmo motivo que o meu coração.

Eu não sei o que fazer. Se devo me confessar e arriscar, afinal não existe problema em estar apaixonada. Porém, é difícil se entregar a algo quando não tem ideia das consequências. Pois o que causa medo é não saber o que vem depois.

Eu gosto de você.

Eu só queria dizer a ele. De uma vez. Sem temer.

- Eu gosto de você.— Ele sussurrou tão baixinho que nem parecia sua voz.