#4

12.6K 827 80
                                    

O doutor Álvares começou a se pronunciar sobre o progresso de alguns casos que envolvia a sua família e ele participava de tudo, eu mesmo nervosa permaneci atenta.

Fazia algumas anotações que quando fosse me dada a palavra, pontuaria.

Até notar Vinícius pegar o copo de água e levá-lo a boca. Eu juro que tentei não reparar, mas era impossível não perceber como o pomo de Adão subia e descia.

Eu devo estar ficando louca, foco Thalita, foco.

Ele colocou o copo na mesa novamente e esfregou as mãos nas pernas, movimento normal para quem estava presente até eu sentir uma mão subir pela minha perna levando também a saia.

Álvares: Eles vão te chamar, associação ao tráfico.

Ele riu com desdém.

Álvares: Já te pedimos que controle a exposição. Vá tirar umas férias por algum tempo.

Vinícius: Não dá, tenho outras metas para agora.

A mão dele ainda subia por minha perna.

Álvares: Precisamos falar com seu irmão também, ele não pode agir dessa maneira, já falamos sobre os riscos de redes sociais, não precisa nem estar envolvido só de saber de quem são filhos seriam alvos de investigação.

Vinícius: Certo, vou dar a ideia nele.

Eu estava muito sem graça pela situação.

...

Respirei aliviada quando encerrou a reunião e aquela tortura em forma de homem se afastou de mim indo falar com o Doutor Norberto.

Esperei que todos se afastassem e levantei arrumando discretamente minha saia e minha pasta.

Vinícius: Posso te roubar por um tempo.

_ Não. - Respondi sem olha-lo, assustada porque a pouco não estava ao meu lado.

Vinícius: Precisamos trocar uma ideia, tu me abandonou lá sem um nome.

_ Estou no meu local de trabalho senhor. - Respondi séria.

Vinícius: Norberto. – Ele gritou e eu não quero acreditar que vai fazer isso. - Posso roubar tua estagiária por um tempo.

Minha cara era de espanto.

Norberto: Veja bem, menino...

Vinícius: Não é nada demais, é só um assunto pendente entre nós dois, depois eu devolvo sem um arranhão.

Doutor Norberto ficou sem resposta, eu não acredito que ele está me fazendo passar por essa vergonha. Eu quero matá-lo.

Sabe quando você constrói um castelo de areia lindo, com muito sacrifício, muito suor, e vem uma criança birrenta não se importando pelo seu esforço e o destrói? Estou me sentindo assim.

Ele me arrastou pelo estacionamento sem falar nada, e o amigo que eu descobri ser o Mota, atrás com passadas que eu tinha que correr para acompanhar, e meu salto não ajudava muito.

_ Devagar Vinícius. – Ralhei, sendo ignorada. - Você não tem o direito de me tirar do trabalho assim, não pode fazer isso comigo.

Ele abriu a porta de um Sportage preto todo insulfilmado e me colocou no banco de trás entrando também do meu lado. Mota entrou no motorista.

Vinícius: Fica na sua, vamos conversar em casa.

Mota: Pra onde?

Vinícius: Pra casa.

Somente Dele (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora