Primeiro Capítulo

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Nota da autora: Nesse universo os deuses são quase que a personificação de seus poderes, então quando os mortais fazem algo que é dom de um deus eles estão o "adorando", ou se rendendo aos seus encantos, é isso, espero que vocês gostem.

Ele não lembrava exatamente como começou, como ele foi formado, mas já faziam muitos anos, talvez milênios.

Óbvio que vieram alguns antes dele, mas até esses o adoravam, ele era quase como a base do mundo. Do rico ao pobre, do negro ao branco, todos o adoravam, e ele simplesmente adorava aquilo...

Ele era quase inalcançável, alguns diziam que sua beleza se igualava a das pedras mais preciosas, com olhos brilhando como diamantes, pele clara e corpo que deixavam até as deusas mais poderosas de pernas bambas, e é óbvio que ele sabia disso.

Um sorriso dele e ele tinha tudo nas mãos, mas seu maior feito foi apresentar suas habilidades aos humanos.

"Criaturas engraçadas" ele costumava dizer, "Antes se matavam por conta de terras e poder, agora um simples toque já é o bastante para destruir reinos inteiros".

Ele era forte, todos sabiam disso, talvez por isso poucos deuses se dispunham a fazê-lo companhia, por isso ele gastava várias de suas noites com os humanos.

"Você não deveria fazer isso" Pothos costumava dizer, esse um dos poucos amigos celestes que ele possuía.

"Você sempre fala a mesma coisa" Ele nunca o ouvia, apenas se arrumando na frente do espelho, não que ele precisasse fazer tal ato.

"Você sabe o que pode acontecer se você for demais para lá" Pothos voltou a falar, mas recebeu apenas um sorriso ladino do outro.

"Você realmente acha que eu, o deus do sexo me apaixonaria por um mortal?"

Não existia uma real regra para aquele tipo de situação, mas entre os celestes rolavam boatos, que ia muito ao reino mortal acabava tomando afeição por aquelas criaturas e vez ou outra desistia de boa vontade dos próprios poderes apenas para viver ao lado do amado.

O deus do sexo não acreditava nisso, ele acreditava em sexo, sujo e suado, não em amor. Mesmo com seu irmão por parte de mãe o tentando explicar o ao contrário por diversas vezes, mas nada mudaria o seu pensamento, ele conhecia os mortais de um jeito que nenhum outro deus conhecia, no momento de mais intimidade, e as quatro paredes ninguém realmente se amava.

*

*

*

Naquela noite a boate estava cheia, era alguma festa da cidade ou algo assim, ele não se importava o suficiente para querer saber, e com seus olhos procurava distraidamente quem seria sua presa da noite.

Óbvio que depois de algum tempo ele teve que negar diversos convites, tanto de homens quanto de mulheres, mas naquela noite específica ele estava mais entediado do que o normal, já tinha dançado, bebido aquela coisa horrorosa que os humanos achavam bom, e agora ele estava simplesmente sentado, um copo de algum líquido azul na mão e os olhos focados no centro da pista de dança.

Por estar sentado um pouco mais em cima, muitas mulheres rebolavam quase teatralmente na sua frente para ver se recebiam algum convite para o fazer companhia, mas aos seus olhos todas eram iguais, lindos corpos, sejam magras ou gordas, ele apreciava a todas sem distinção, mas hoje nenhuma o enchia os olhos.

Mas a noite estava só começando, ele ainda tinha algumas horas, isso era a fraqueza dele, seu poder ficava mais controlado pela noite, como se ele o distribuísse por todos os que o adoravam aquela hora do dia, e pela manhã.... Alguns falavam que sua pele brilhava, e ele ficava tão irresistível que nem um santo o negaria. Claro que ele nunca testou se isso realmente aconteceria, nem pela pele e nem pelo santo. O que ele sabe é que ele não pode estar ali quando o sol sair.

O Deus do SexoOnde histórias criam vida. Descubra agora