Eles se foram por quase duas semanas, e Natasha foi baleada na coxa e tem um ligeiro coxo quando chega em casa. A ferida é costurada e no caminho para ser curada, mas ainda dói, ainda dói apenas o suficiente para que ela não possa esquecer que a tem.
Pelo menos não foi Bucky quem atirou nela desta vez.
Sam sobe para tomar banho, e Natasha perambula pelo complexo até ouvir os sons ofegantes de Steve rindo e Wanda falando em pontos de exclamação da sala de treinamento. Ela sorri, cansada, e caminha até o quarto, encostada na porta bem a tempo de ver Wanda jogar Steve nos tatames, e o sorriso no rosto de Steve diz a Natasha que ele absolutamente deixa isso acontecer.
— Melhor! — ele sorri para Wanda, que está suada, mas sorrindo, e ele pega sua mão e a deixa ajudá-lo.
— Você encontrou o seu ponto de cócegas? — Natasha se afasta da porta e entra na sala, seus sapatos rangendo nas esteiras. Wanda e Steve se voltam para encará-la, o rosto de Steve se escurecendo quando ele vê o estado em que ela está, sua coxeadura, a não presença de Bucky. Ela pode sentir os olhos de Wanda nela, e não pode negar a energia nervosa que tem sob sua pele com a emoção que pode sentir irradiando dela.
— Natasha —Wanda começa, indo até ela e apoiando a mão em seu braço, mas Natasha ainda não quebrou o contato visual com Steve. Os ombros de Steve caem na esperada derrota, seus olhos tão azuis e dolorosamente tristes que leva o resto da energia de Natasha para manter seu olhar.
— Você está bem? — ele parece que vai chorar. Natasha lhe dá um sorriso que se assemelha mais a uma careta, seu ombro se encolhe.
— Eu vou viver. Sam está lá em cima. Ele vai te dar o resumo — ela hesita antes de estender a mão para o bíceps de Steve. — Eu sinto muito, Steve.
— Ei, não sinta. Obrigado por tudo — Steve dá a ela seu sorriso mais vitorioso e o Capitão América acena antes de sair, indo para o corredor e, provavelmente, para as escadas. Natasha se eleva e olha para Wanda pela primeira vez em quase treze dias, e a preocupação que ela encontra absolutamente a impede de andar.
— Você está ferido — não é uma pergunta, e as lágrimas nos olhos de Wanda respondem por ela. Natasha suspira, mas sorri para ela, cansada, tentando não se apoiar muito na mão que Wanda está subindo pelo braço e usando para acariciar sua bochecha.
— Eu vou ficar bem. Aconteceu há uma semana. Só tem que terminar de sarar. Acho que não vou subir em nenhuma árvore tão cedo — ela estende a mão para cobrir a mão de Wanda em sua bochecha, deixando-se cair naqueles olhos que não a deixaram desde que entrou na sala.
— Fico feliz que você esteja em casa — diz Wanda em voz baixa.
Natasha quer dizer a ela que Wanda é o que a faz sentir como casa, que ela pensa nela o tempo todo, em todos os lugares escuros e escondidos que teve que agachar, em todas as noites sem dormir. Ela quer tanto, mas, em vez disso, simplesmente sorri, inclinando-se para frente e pressionando um beijo na testa de Wanda, bem entre os olhos.
— Vou tomar banho e relaxar. Estou prestes a desmaiar. Amanhã, ao meio dia, temos uma sessão de tatuagem, ok? Vamos fazer isso — Natasha levanta uma sobrancelha para ela, sorrindo quando os olhos de Wanda se arregalam.
— T-tudo bem. Sim, sim, isso está na nossa lista — as mãos de Wanda se afastam dela, e Natasha dá um passo para trás em direção à porta.
— E você vai dirigir.
Wanda olha para ela, sua linda boca aberta. Natasha sorri.
— Nat, espere — Wanda atravessa as esteiras para chegar até ela, estendendo as mãos. Natasha pode sentir um pouco de energia contra as palmas das mãos, e ela olha para Wanda em alarme.
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espaço para influenciar
Hayran KurguWanda e Natasha decidem fazer uma lista com cinco coisas que nunca fizeram e sempre tiveram vontade. Tradução consensual | a obra original pertence a usuária dollylux no site archiveofourown!