Capítulo 2

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Kayla parecia estar se movendo lentamente, como se estivesse montando à cavalo. Ela então, ainda de olhos fechados, tenta se mover e sente algo peludo sob seu corpo - alguma coisa peluda e viva. Quando ela abre seus olhos desnorteada, percebe que está encima de um urso que anda vagarosamente ao lado de Vidar e da feérica ruiva. Eles caminham em silêncio e carregam somente suas armas e uma pequena mochila que a fêmea leva em seu ombro.
- Ah, você acordou
Disse Vidar olhando para ela

- Eu não disse que iria junto com vocês

Kayla diz isso ao mesmo tempo que tenta sair de cima do urso, sem sucesso. Parecia que estava colada a ele
- O que... Por que não consigo sair

Ela fala em um tom mais desesperado

- Não se preocupe. Só não queria que você caísse do Drakan enquanto dormia

- O-o Drakan é o urso?

- Sim

- Então me solte agora, por favor. Já estou bem acordada

- Solte ela, Vidar. Se ela fugir, nós a pegamos em um segundo
Disse a ruiva

- Não sabia que estava sendo sequestrada...

- Quantos anos você tem, garota?

- Quatorze

- Não sabia que humanos possuíam a habilidade da fala aos doze anos

- Ela não é humana
Sussurrou Vidar

- Meio humanos, então...

- Pra onde vocês estão me levando?

Kayla desiste de resistir. Eles não a deixariam ir embora, e ela não tinha pra onde voltar, afinal. Nisso ela sente como se um fio invisível ,que estivera segurando ela esse tempo todo, estivesse se afrouxando

- Antes de voltarmos para Hela, precisamos garantir que você consiga controlar minimamente seus poderes, para que depois você seja apresentada para a rainha

- Bom, eu não sei se tenho algum...

Poderes, ser meio feérica, tudo isso era muito novo e confuso para ela

- Você tem. Só precisamos achar um gatilho em você que o traga à tona

disse a feérica

Um piado de águia chama a atenção de todos, que olham para cima acompanhando a aterrisagem da ave no ombro de Vidar. Era uma águia com asas largas e garras que pareciam poder arrancar os olhos de Kayla se quisessem , e com penas brancas e cinza por todo o corpo do animal. O feérico pega um ramo do bico do pássaro, fazendo carinho em sua cabeça

- Muito bem, Sky.

- Ela encontrou um lugar para nós ficarmos - disse ele

Então Vidar toma liderança do grupo, andando na frente em direção a uma elevação do nível da floresta em que estavam

- Não é melhor seguirmos o curso do rio?

- É muito arriscado, Maia. Sky encontrou uma planície mais segura onde podemos nos alojar. Estamos perto

Kayla, se sentindo desconfortável encima do urso, desmonta do animal e começa a caminhar a seu lado, e este vira sua grande cabeça peluda para ela bufando.
Eles seguem para a colina, direcionados por Vidar, e montam um acampamento com os pertences carregados nas mochilas.

- Melhor não acendermos fogueira está noite. Podemos chamar convidados indesejados... - diz Drakan

- C-como assim?

- Têm criaturas nessa floresta que te devorariam em uma mordida... ou pior - fala Maia

Kayla já estava assustada com todos os acontecimentos desse dia, mas agora, agora ela estava mais que assustada

- Não precisa se preocupar - Vidar toca em seu ombro - Se não fizermos barulho e não acendermos a fogueira, eles não virão até aqui... e nós te protegeríamos de qualquer forma

A garota não confiava muito neles, mas não havia muito o que poderia ser feito nesse momento, então ela apenas se calou e se sentou em uma pedra.
Ao anoitecer, todos comem em silêncio pedaços de carne seca que Drakan tira de sua mochila, e vai para suas barracas

- Onde eu vou dormir ?

- Não esperávamos companhia, menina, mas você pode dormir em minha barraca - diz Maia

A noite estava abafada e silenciosa, e Kayla acordou suada no meio da noite com um pesadelo. No pesadelo, ela via aquela bruxa torturando e torturando seus pais, até que a coisa a viu, e o sonho acabou.
Kayla acorda meio afobada e desnorteada, precisando de ar. Com isso, ela decide sair de fininho da barraca para respirar ar fresco.
Ela abre a barraca cuidadosamente, tomando cuidado para não acordar a feérica dormindo ao seu lado, e sai pela abertura. A garota senta do lado de fora da barraca até de acalmar, até que escuta uma voz. Ela parecia familiar, mas devia ser coisa de sua cabeça...

"Filha?"

Era a voz da mãe de Kayla. A menina sentou-se mais reta, para ver se a escutava novamente

"Kayla"

A mãe dela estava viva! Ela precisava ir atrás dessa voz. A garota levanta de onde estava e da um passo em direção do som.
- mãe ?

Ao dar mais um passo, alguém a segura forte pelo braço e a puxa para trás de uma árvore. Vidar estava encostado atrás da árvore segurando seu punho e fez sinal de silêncio com as mãos. Nisso eles escutam passos e uma risada que não era humana. Pareciam várias crianças rindo, mas ao mesmo tempo não parecia.
Kayla foi dar um suspiro, mas o macho tampou sua boca e lançou lhe um sinal de aviso. A criatura parecia estar se afastando agora, e quanto mais baixo o som ficava, mais relaxados os dois ficavam. No fim, Vidar a guiou para sua tenda, ainda fazendo sinal para que ela não falasse e depois ele foi para a sua própria.
Por incrível que pareça, Kayla dormiu bem depois disso.

Na manhã seguinte, todos levantaram com o nascer do sol e começaram a desmontar as coisas para continuar a jornada. A menina ainda, meio zonza de sono, se aproxima de Vidar do outro lado do acampamento:

- Achei que fôssemos ficar por aqui mais dias

- Essa clareira não é segura. Percebi isso depois daquela criatura que estava rondando nosso acampamento ontem à noite

- E o que era aquela coisa?

- Creio que um eritio... criaturas que se alimentam de almas de crianças.

O sangue de Kayla gelou ao ouvir aquilo

- Então o que vamos fazer agora?

- achar outro lugar para ficarmos uns dias e conseguirmos treinar suas habilidades

- Eu não tenho poderes... - A menina resmunga

- Você realmente acredita nisso ainda?

- Vidar

O feérico se vira para Drakan

- Sim

- Está na hora de irmos

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Olá, espero que estejam gostando! Será que continuo?

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⏰ Última atualização: Feb 01, 2020 ⏰

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