• Capítulo 13: Desafio •

10.9K 1.2K 966
                                    

— Não vai passar no refeitório? — questionei, olhando-a remexer em sua bolsa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


— Não vai passar no refeitório? — questionei, olhando-a remexer em sua bolsa.

— Não, minha mãe insistiu que eu trouxesse sanduíche, de acordo com ela, não estou me alimentando direito — falou, pegando um recipiente médio e transparente. — E você, não vai?

Respirei fundo e me peguei pensando se deveria descer e deixá-la sozinha ou só ficar fazendo-lhe companhia com o biscoito de chocolate que peguei emprestado do estoque da Dakota. A segunda opção pareceu-me mais agradável.

— Vou ficar por aqui mesmo.

Elisa sorriu levemente e deu uma mordida em um pedaço de seu lanche, já eu, retirei o meu de dentro do pequeno bolso da minha mochila.

— Se sua mãe acha que você não está se alimentando direito, nem consigo imaginar o que ela diria ao me ver comendo isso.

Elisa me encarou com um sorriso em seu rosto e pareceu me observar enquanto eu abria o pacote. Assim que olhei em sua direção, notei Isaac Melton adentrar a sala, algumas mechas de seu cabelo castanho extremamente liso caíam em seu rosto e ele parecia impaciente com aquilo, pois suas mãos passeavam desesperadamente por sua face, tentando ajeitar os fios insistentes e rebeldes.

Parando para observá-lo melhor, notei que Isaac continuava igual a antes, não se bronzeou nem cortou aquela peruca em sua cabeça. Ainda era o mesmo magricelo que se esconde atrás de algumas roupas mais largas que o normal. Só aparentava estar ainda mais alto do que na última vez que o vi. Quando o mesmo se aproximou de nós, Elisa finalmente o notou e, seu olhar, que antes estava voltado para mim, foi direcionado ao rapaz.

— Não acredito que o Newton decidiu dar as caras — disse em um tom brincalhão, arrancando uma risada dele e levantando-se, indo de encontro a um carinhoso abraço.

— Eu que deveria dizer isso, não? Você nem apareceu ontem.

Observei-os, ambos sorriam e se apertavam envolvidos um nos braços do outro. O garoto segurava um saquinho de papel em sua mão direita e assim que se separaram, ele colocou o item em cima da nossa banca.
Em seguida, arrastou a cadeira da mesinha destinada ao professor, e colocou-a encostada na parede, sentando-se junto a nós.

— Oi Sam — falou, estendendo sua mão para mim e sendo retribuído com um forte aperto.

Nos entreolhamos e ficamos quietos por alguns segundos, até ele novamente se manifestar. Havia esquecido que o garoto fala pelos cotovelos.

— Então... dividir o lanche fortalece a amizade, o que acham? — indagou e em seguida pegou o sanduíche das mãos de Elisa, abocanhando-o.

Ela semicerrou os olhos e deu um tapa na cabeça dele, fazendo com que eu risse quase exageradamente ao ver a careta que ele fez. Logo em seguida, dividimos o que tínhamos.

— O que fez nessas férias? Só foi me visitar nas duas últimas semanas — Elisa indagou, antes de voltar a comer.

— Sabe que tô sem celular, né? Então, parece que meus pais decidiram me castigar novamente pelo que fizemos naquele dia. Viajamos para o interior, para visitar uma tia-avó minha. — Fez uma pausa curta para consumir mais do doce. — Mas não foi tão ruim, digamos que fiquei ocupado demais conhecendo o amigo do meu primo.

Garotas também gostam de garotas | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora