Não foi preciso esperar um mês inteiro para voltar a vê-la. A empresa era grande, mas não tão grande. Duas semanas depois da fatídica reunião, Colin se viu preso depois do expediente, terminando os relatórios de produtividade do seu departamento. Não era tão tarde na hora que terminou para que o prédio estivesse completamente deserto, mas a agitação do dia de trabalho havia terminado, e os funcionários em excesso — de acordo com Otto Tremblay, pelo menos — da zeladoria começavam seu turno.
Normalmente, Colin tomava as escadas até o térreo. Era apenas dois níveis e não valia a pena se espremer com os funcionários ansiosos para chegar em casa. Mas sem ninguém por perto e sua energia desgastada pela papelada tediosa, ele decidiu que não tinha problema em ser preguiçoso desta vez.
Havia duas pessoas presentes no elevador quando as portas se abriram. Um senhor mais velho que Colin não tinha certeza de qual departamento era e, claro, Eva Ivashkova.
Colin acenou para o homem e entrou, propositalmente ficando mais perto de Eva do que o necessário no elevador quase vazio. Ela não se afastou nem mesmo olhou para ele enquanto as portas se fechavam e o elevador começava a descer.
A voz suave, pré-gravada anunciou a chegada ao térreo. As portas se abriram e o homem mais velho saiu. Colin não andou em direção à saída, nem Eva. Eles ficaram lado a lado enquanto as portas se fechavam e o elevador ficava parado e silencioso.
Cada um esperou que o outro fizesse ou dissesse algo, mas nenhum dos dois o fez. A tensão expectante no ar ficou mais espessa entre eles. Ela poderia ter saído, Colin pensou, poderia ter andado direto por aquelas portas sem pensar duas vezes. Mas ela não foi. Ela tinha ficado. Tinha que ter uma razão.
Antecipação percorreu Colin, disparando por sua espinha direto para os dedos dos pés. Algo estava prestes a acontecer. Podia sentir.
Ainda assim, Eva não fez nada. Cabia a ele e estava cansando de esperar.
Ele moveu-se rapidamente, virando-se de modo a ficar diretamente na frente dela, invadindo seu espaço. Ela fez um ruído de surpresa e recuou, chocando-se com a parede espelhada atrás de si. Sua respiração prendeu quando ele se aproximou, prendendo-a entre os braços.
— O que pensa que está fazendo? — ela perguntou. Apesar do ligeiro tremor em sua voz, ela definitivamente não parecia assustada. Havia um brilho malicioso em seus olhos.
Colin conseguiu de algum modo impedir sua mão de tremer, enquanto a deslizava pela parte traseira das suas coxas, parando para manusear a bainha da saia.
— Só verificando uma coisa — disse ele, surpreso com o tom confiante em sua própria voz.
Quase soou como se tivesse alguma ideia do que estava fazendo.
Eva fechou os olhos, mas não protestou. Sua respiração tornava-se mais instável e mais trêmula quanto mais as mãos de Colin subiam, até que os dedos dele estavam acariciando lentamente o comprimento das suas dobras, livre de renda, algodão ou qualquer outro tipo de tecido.
— Porra — ele exalou, chegando ainda mais perto, assim podia sentir os seios dela se movendo contra seu peito no ritmo das respirações instáveis. Cada vez que seus dedos provocavam o contorno da vagina nua, ela se tornava mais escorregadia. — Você nunca usa calcinha, Ivashkova ?
Ela não abriu os olhos, apenas virou a cabeça de lado.
— Não — sussurrou. Olhou para ele então, coquete, por baixo dos cílios. — Não se eu acho que posso esbarrar em você.
Era só uma provocação, mas não importava. A ideia de Eva andando sem calcinha o tempo todo — esperando que algo assim acontecesse entre eles — fez o sangue dele correr. Não importava se não era verdade.
Bastou um pouco de pressão e seu dedo escorregou entre os lábios externos, para onde a carne estava escorregadia e quente. Céus, ela já estava tão molhada, tão macia e inchada, por nada além que alguns toques leves. Ele podia sentir o calor dela contra sua palma, enquanto procurava as dobras encharcadas do clitóris. Ela deixou escapar um pequeno suspiro e agarrou seus ombros.
O pênis de Colin estava dolorido, cruelmente preso dentro da calça. Ele queria libertá-lo e tomá-la ali mesmo, contra a parede do elevador, as pernas dela ao redor da sua cintura. Mas primeiro, queria assisti-la gozar. Queria olhar em seus olhos, enquanto a fazia vir com nada além que seus dedos e—
— Portas abrindo no andar térreo — anunciou a voz automática.
— Merda! — praguejou Eva, enquanto as portas de metal começaram a abrir. Ela empurrou com força o peito de Colin.
Colin recolheu sua mão e conseguiu saltar alguns centímetros para o lado antes que as portas se abrissem para revelar uma mulher baixa, de meia idade com um penteado espalhafatoso meio torto no topo da sua cabeça. A senhora fez uma pausa no meio do caminho e olhou para eles com os olhos apertados por um momento antes de erguer o nariz no ar e entrar no elevador resolutamente.
— Sua saia — disse ela com uma pequena tosse, virando as costas para os dois.
Eva tivera tempo suficiente apenas para se cobrir, mas a saia ainda estava amontoada em torno das coxas. Seu rosto então pálido, corou, enquanto ela puxava a barra da saia para baixo até os joelhos.
— Com licença — ela murmurou, tomando seu caminho para fora do elevador.
A mulher de meia-idade se aproximou do painel de botões.
— Subindo, meu jovem?
Colin teve certeza de ouvir o riso em sua voz.
— Não — ele disse amargamente, enquanto passava por ela em direção ao átrio. Olhou ao redor, mas Eva já tinha ido embora. — Não mais.
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Quebrando o Tédio
RomanceEle sempre soube que as reuniões mensais eram entediantes, mas não tinha percebido o quanto até que ela se ofereceu para lhe mostrar algo um pouco mais interessante.