No fundo do outro lado do universo.

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Respiração em eco infinito,

E o mar sob meu corpo,

As baleias-corcundas vem cantar para mim,

E enfim me trazer a luz,

Luz do dia.

Meus pulmões outrora cinza,

Agora perdem o contorno,

Respiro com meu corpo,

Enxergo com meu corpo.

O choro dos empáticos

È abafado pelo grito do universo cambiante,

Eu posso sentir o movimento de seus fios inquietos,

Fios maternos emaranhados a existência,

Fios que me lembram o cabelo dela...

Agora...

Deixo essa terra que não mais pertenço,

Sem esperar,

Pois já esperei de mais para me conhecer,

Ela me diria sorrindo: tudo tem seu tempo...

Mas eu tenho medo!

Meu peito dói por entender

Que não posso te esperar desse lado.

Espero que não me procure nesse universo,

Mas espero te encontrar,

Desse lado.

Por esse universo eu chorei,

Chorei por ver seus olhos nas estrelas,

Chorei por esperar piadas ruins,

Chorei,

E chorei por que pensei ter ouvido tu me chamar,

Me tornei estrelas luminosas e buracos negros,

E das minhas lagrimas sem olhos sairam vida.

E agora no fundo do outro lado do universo 

Eu te espero com a mesa pronta e um chá da tarde.

Routineurótico.Onde histórias criam vida. Descubra agora