Nesta noite tão escura quanto um céu sem estrelas, as ocas cintilam como as estrelas que deviam estar nos céus, todos descansam de suas longas jornadas entre caças, pescas e lutas para se defender, quase não se ouve outros sons além dos da floresta entre os animais e insetos que balburdiam a noite inteira sem cessar, mas essa noite incomum estava silenciosa como a morte.
Em um rio próximo a aldeia um jovem pesca distraidamente que nem nota o desaparecimento do sol que trazia a noite consigo, ele não havia conseguido nenhum peixe desde que tinha começado a pescar, então estava decepcionado ao ponto de não desistir até pegar algo que realmente o satisfazem-se. Ele ouve passos estranhos entre as moitas que o incomoda e o faz parar de se concentrar do seu trabalho.
-Quem está aí? Nina é você? Ele levanta-se abruptamente de seu acento e continua a perguntar, então anda lentamente em direção ao arbusto no qual ouviu o tal barulho e chegando a tal arbusto depara-se com um porco selvagem que ali estava comendo algumas frutinhas na moita, mas assim que o animal me notou saiu correndo como se estive de cara com a morte. Ao mesmo tempo o vento noturno se acalma rapidamente e a lua começa a aparecer por detrás das nuvens e começa-se a notar estranhas sombras ao redor do índio que vira-se em espanto e assusta-se com a sua visão...
No outro dia uma algazarra se instala por toda a aldeia, todos parecem se perguntar o que aconteceu na noite anterior, nenhum daqueles presentes parece aceitar o acontecido, o jovem índio Apoema aparecerá morto pendurado pelas pernas em uma arvore próxima a sua Oca, e com sua barriga aberta como se algo o tivesse abrido e o devorado. A pobre Nina, a mulher prometida por casamento do jovem Apoema não se aguentava de tanta tristeza e acabou aos prantos de tanto chorar, nesta hora chega Raoni, o pajé da aldeia, clamando por proteção.
- Oh! Jaci nos proteja e nos mantenha fortes para enfrentar calamidades! O que ouve aqui? –Pergunta o pajé
Raoni
- Encontramos Apoema morto, tudo o que sabemos foi que o Apoema estava pescando até tarde da noite. –Responde um dos sacerdotes que lá estavam
- E melhor começarmos o ritual para a partida do jovem. – Diz o pajé Raoni
-Temos que fazer algo em quanto a isso Pajé, não podemos simplesmente deixar tudo como está! –Fala Nina a noiva do falecido que estava em prantos
- Isso ocorreu pois o jovem não vigiou minha filha ele não pediu proteção a Tupã não podemos fazer nada, mas para te acalmar vou mandar dois homens darem uma olhada no último local onde o jovem foi visto. - Diz o pajé Raoni
Mais tarde os dois homens enviados por Raoni chegaram ao local onde o jovem foi visto pela última vez, e se deparam com uma grande poça de sangue entre os arbustos com alguns animais vasculhando o local, quando eles se aproximaram os animais saíram assustados e, atrás do arbusto, estava um jarro de mais ou menos dois palmos de altura, um deles, curioso abriu o jarro e olhando para dentro estava...
Enquanto isso na aldeia o corpo do jovem Apoema já tinha sido retirado pelos sacerdotes e já estava pronto para a cremação, pois o costume deles era cremar os mortos ao anoitecer quando o sol se afasta da lua. As pessoas da aldeia começavam a comentar entre si, alguns falavam que era obra de animais, outros de espíritos malignos, mas todos concordavam em uma coisa, eles não estavam mais seguros a noite, por essa razão muitos não compareceram ao ritual de despedida, apenas Nina e os sacerdotes junto do Pajé Raoni que começavam uma oração para que o jovem fizesse sua passagem em paz.
Ao mesmo tempo que os sacerdotes estavam orando um dos homens que o Pajé mandou ir ao local onde o Jovem foi morto voltou correndo e com o rosto com feições de medo, ele para em frente ao corpo, sua pele estava coberta de suor e sua respiração estava ofegante, então o Pajé aproxima-se do homem e o pergunta o que ocorreu.

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O Melhor da Natureza
Historia CortaUma coletânea de contos sobre um ser ancestral possuidor de muitos nomes e nenhum ao mesmo tempo, por muitos apenas chamado de "Ele" tentamos juntar vários ideias malucas em um único mundo desde criaturas mitológicas indígenas a demônios.