Acordei sentindo meu corpo ser erguido no ar, sendo levado em passos suaves como se estivesse flutuando sobre plumas que faziam cócegas em minhas costelas.Abri meus olhos muito a contragosto e dei de cara com um rosto lindo envolto de um sorrisinho presunçoso que me fez sorrir também.
- Vamos pra cama, mocinha! - Can sorriu olhando atenciosamente para o meu rosto
Meus olhos que permaneciam nos dele desde que os abrira, instintivamente piscaram com a lembrança de alguns momentos atrás em que eu havia deitado no sofá e provavelmente adormecido. Cerrei os olhos para observar ao redor tentando descobrir se já era dia.
- Eu dormi por muito tempo? - perguntei enquanto ele ajustava suas mãos em minhas costelas enquanto subia as escadas
- Não! Só o tempo em que estive no banheiro - respondeu e eu sorri enterrando a cabeça no espaço entreaberto do pescoço dele
Fechei os olhos absorvendo toda leveza que aquele momento propiciava. Sua mãos tão firmes e tão fortes, mas sempre tão leves e suaves descarregavam em mim uma sensação de paz incrível.
Ele me pos na cama assim que chegamos no quarto. Quis protestar, estava tão bom nos braços dele. Mas não o fiz, não enquanto seus olhos estavam descarregando as mesmas sensações em mim.
Seguramos o olhar um do outro por um tempo até que ele se levantou, pegando travesseiro e um cobertor e fez menção de sair do quarto.
- Onde você pensa que vai? - exigi me apoiando nos cotovelos para observa-lo
- Estou indo dormir no quarto de hóspedes - respondeu
- Como assim? - indaguei cerrando os olhos em sua direção - Porque você vai dormir no quarto de hóspedes, Can?
- Bem, você queria ficar sozinha.. estava chateada... eu provavelmente te chateie.. peço desculpas por isso - declarou com sinceridade - então estou indo dormir no outro quarto, não quero que você se irrite mais por minha causa.
- Can - intervi meneiando a cabeça para o lado - Eu já estou bem! Estou mais calma! Não estou irritada com você.. não agora - falei sorrindo e ele riu também - E como é possível que sua presença me irrite, me diga como?
- Te irritou a noite inteira - relembrou dando um sorrisinho amarelo e eu sorri lembrando das cenas que ele havia protagonizado bêbado
- Mas é diferente, você estava bêbado - pontuei desdenhando - Você bêbado é uma tragédia, um mico, uma dor de cabeça..
- Tudo bem, já entendi - afirmou me cortando - Fui um bêbado bem chato esta noite - balançou a cabeça concordando e rindo - Tem mais alguma qualidade pra acrescentar? - indagou me fazendo gargalhar
- Tenho - comecei - Preciso destacar a sua incrível capacidade de se manter irresistí... - parei um pouco para observa-lo dos pés a cabeça me demorando nos pontos que faziam meu peito pulsar acelerado. A boca rosa indefectível, o peitoral malhado, aquele abdômen que desenhava um caminho incrível até o cós da samba canção que ele usava. Ui! Só tinha uma palavra para descrever o corpo daquele homem "Sensacional".
- Irresistí..? - indagou me tirando dos meus pensamentos - Você pode continuar, por gentileza - provocou com um sorrisinho malicioso surgindo em seus lábios. Que sorriso lindo. Era lindo. Eu tinha que agradecer muito por ter uma boa visão pra enxergar tudo aquilo.
- Por gentileza - concordei - Érr... preciso dizer que se você vai dormir no quarto de hóspedes não precisa levar travesseiro, lá tem.. E a propósito este travesseiro que está com você é meu - provoquei mordendo os lábios.