Capítulo 3

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Estou tomando café, meio sonolento. Há pouco tempo concluí a limpeza do meu apartamento de ''cabo a rabo'', depois de Annie saiu com uma roupa até decente e discreta, realmente não gostava de chamar atenção.

O relógio na parede marcava 23:15 min. Está atrasada, nada muito preocupante, mas mesmo assim me irrito, eu encaro o celular como se ele fosse o culpado já visualizando-o voar pela janela se eu ligar para aquela peste e ela me responder mal educada como sempre. Suspiro, preciso ligar, penso pegando o aparelho e discando o seu número e levando o aparelho a orelha, ouvindo-lhe chamar.

- Caixa postal - respiro fundo repetindo o processo ate que ser atendido. - Pretende ficar a noite toda fora? - falo mal humorado olhando o relógio novamente, notando ser 23:24min, isso realmente me irrita.

- Não é como se eu quisesse estar atrasada para o seu toque de recolher, Cabo Certinho. - a voz dela está estranha, fanha e alta como se estivesse chorando ou prestes a chorar.

- O que houve? - me alarmo. Sabia que não deveria ter deixado-a sair de casa.

- M-M-Mikasa f-foi atropelada - declarou entre fungadas e soluços. - Ela não estava acordada, Levi - mais soluços. - Eu tô com medo.

- Onde vocês estão? - corro pela sala pegando um casaco e as chaves do carro.

- No hospital. – Annie não parece nada bem, talvez esteja se controlando para não chorar ou algo do tipo. - Não quero que ela m-morra, Levi. – soluços altos. - É tudo culpa minha...

- Não, não é sua culpa, ela vai ficar bem, estou indo para aí. - encerro a ligação correndo para o elevador que por sorte estava no meu andar. - Mas que droga! - resmungo impaciente esperando o elevador ir mais rápido.

Estou tão desesperado achando que a Annie podia estar ferida que nem me dou conta de já ter atravessado as portas duplas do hospital e já corro até a recepcionista, perguntando por uma paciente chamada Mikasa. E quando aquela lesada me dá a localização da mesma não faço outra coisa a não ser correr ate lá levando várias advertências das enfermeiras, mas não liguei, quando dou por mim estava com Annie chorando em meus braços.

O quanto isso é estranho? Não sei dizer, não tem nem 24 hs que estamos no mesmo teto, onde ela fez questão de aprontar com suas brincadeiras, me trancando em um armário, esfregar na minha cara que sou obcecado pelo meu vizinho e que foi chantageado e ameaçado pela mesma, mas mesmo assim estou com a mesma em meus braços aos prantos e eu simplesmente acaricio as suas costas como se isso resolvesse tudo. Nem sei por que corri tanto até ela, nós não nos dávamos bem e eu não tenho mais o que fazer ali a não ser consolá-la e me sentir um inútil impotente diante dos acontecidos.

- Foi minha culpa... E-eu fiquei com ciúmes e briguei com ela - ela aperta o meu casaco, desesperada. - N-não quero que ela morra...

- Tudo bem. Não foi sua culpa, calma vai ficar tudo bem - não faço mais do que repetir estas palavras tentando fazê-la parar de chorar, coisa que demorou um tempo maior do que eu esperava. Só quando ela fica mais calma e consigo fazê-la sentar percebo que não somos apenas nós dois ali. Ignorei os mesmos, não estou interessado neles, tenho problemas maiores para resolver. - Agora me diga o que houve. – Peço calmo e baixo.

- Nós e-estávamos na b-boate nos divertindo. - ela funga um pouco e lhe dou um lenço de papel que tinha na mesinha de centro na sala de espera. - obrigada. – A garota respira fundo e volta a falar. - Uma garota veio falar com a Mikasa e meio que ela só deu atenção para esta piriguete e eu fiquei irritada então gritei com ela e sai correndo, e então ela veio atrás de mim. – Annie limpa as lágrimas que insistiam em sair. - Eu não olhei para onde estava indo, não sei bem o que houve só sei que quando abri os olhos me vi no chão e a Mikasa passando por cima do carro que a atropelou. – a garota se agarrou a mim e voltou a chorar. - Era para ser eu ali, mas ela me salvou. Não quero perde-la!

A Culpa é das Fujoshis (Abandonado)Onde histórias criam vida. Descubra agora