Abrigo Incomum

Tomada por angústia

Era uma manhã bem tranquila, com um vento suave e um sol leve e encantador.

Ainda estou deitada, olhando inevitavelmente para o azul do céu

Pela janela do meu quarto.

Aquele azul me encanta de tal maneira

que meus olhos fixam naquele céu

que consegue por alguns segundos me fazer esquecer do mundo em volta

Nada me tira o foco do céu, não há nenhum pensamento em minha cabeça, meu coração parece que bate ao ritmo daquela manhã, quando o despertador toca me chamando a atenção.

São 10:30, me levanto caminho até a cozinha cantarolando uma de minhas composições.

Apanho um suco da geladeira e ponho no copo, me viro e de um uma maneira assustadora, Meu padrasto está a minha frente.....

Não consigo o encarar, fecho a geladeira, e rapidamente volto ao meu quarto.

Sem ao menos beber o suco, apoio o copo sobre a pequena mesa ao lado de minha cama.

Fecho os olhos fortes, me deito, respiro fundo e me encontro em um estado de Tristeza....

Me pergunto, porquê é tão difícil esquecer? Superar?

Sinto um aperto em meu coração

E não sei o que fazer para evitar pensar em cada coisa que ele já fez a mim, as lembranças vêem como facadas para mim, e cenas, como a vez em que ele me pôs contra parede e tentou me enforcar, ou a vez que presenciei ele empurrando minha mãe da escada.... Mil e umas perguntas começam a me cercar, não, não posso pensar nisso, Mais é inevitável....

Levanto ainda meio fraca e confusa

Não posso limitar minha vida a sentir ódio dele, preciso e tenho que fazer muitas coisas....

Vou até meu guarda-roupa

Pego um Jeans escuro mas bonito

Uma camiseta preta e simples

É vou para o banheiro

Tomo uma ducha rápida para que eu não me atrase para o inferno infantil, mais conhecido como ''escola''

Volto ao quarto, o Sol se escondeu, e o vento está mais forte, ponho a blusa da Escola por cima da camiseta preta

E coloco meu tênis, assim que término vou direto fechar as janelas

Me inclino e as fecho, Nesse exato momento meu celular toca

É meu pai

Atendo

-Oi Pai

Com uma voz doce e calma.

-minha filha, como você está? E olha a hora, não vai a escola?

Diz com um tom autoritário mas ao mesmo tempo preocupado.

-Estou bem Pai, sim, eu irei, já estou terminando

Respondo com uma voz tranquila

Meu pai por alguma razão é meio maníaco com meus estudos

Esta o tempo todo me dando sugestões de faculdades ou fazendo seu longo e cansativo discurso sobre a importância de um diploma.

-Filha, só liguei para avisar que passarei para lhe buscar amanhã cedo

-ok Pai, estarei a sua espera, bjs

Me despeço desligando o celular

Me sinto cansada mesmo tendo acabado de acordar, como se algo pensasse sobre mim.