Love me right | Chanrosé

C

— Muito obrigada pela carona, Minseok.

— É sempre um prazer ajudar vocês!

Chanyeol estava apoiado em Minseok, que o segurava firme, esperando Chaeyoung abrir a porta do apartamento. Era estranhamente reconfortante estar no corredor marrom e sem graça do andar décimo sexto, depois de passar uma semana no hospital. Qualquer lugar seria mais agradável do que aquelas paredes brancas, na verdade.

Eles adentraram na pequena sala de estar a qual Park sentira tanta falta e foi posto com cuidado no sofá por seu hyung, o pé acidentado apoiando na mesinha de centro.

Os outros dois presentes começaram a conversar algo sobre a esposa de Minseok estar na Nova Zelândia com a família e logo voltaria e outras coisas mas Chanyeol focava apenas em seu pé, processando tudo o que acontecera nos últimos dias. Estava numa quinta-feira comum de trabalho em uma das escolas em que lecionava, se dirigindo para a sala pelas escadas, quando acabou se distraindo e pisou em falso em um dos degraus. O pé entortou para o lado, o endireitou, e continuou o seu caminho como se nada tivesse acontecido. A dor veio depois, mas novamente ele a ignorou e saiu para andar de skate com os amigos resultando na bronca de sua esposa.

Um erro após o outro.

Agora ele tinha uma ruptura de ligamento, uma fratura no Umer, tornozelo quebrado, 2 pinos, 1 parafuso, 1 placa e 13 pontos.

Minseok se sentou ao lado do amigo no móvel cinza, lhe dando tapinhas na coxa.

-— Quem diria, hein.

— Pois é — bufou, notando os cômodos muito silenciosos — Onde está Chaeyoung?

— Foi comprar um anti-inflamatório no final da rua e aliás — ele se endireitou — foi em uma boa hora, preciso ter uma conversa séria com você.

Era só o que faltava.

— Ah Hyung, eu já estou estressado imaginando esses quinze dias que vou passar sem fazer nada. Sem sermão, por favor.

— Melhor ainda! Você vai ter muito mais tempo para refletir.

Park fechou a cara e encarou a expressão neutra do outro. Parecia um pai prestes a punir o filho de maneira suave, mas que doeriam mais que uma surra.

— Você é um bom marido?

— Hã?

— Só me diga o que acha, faça uma auto avaliação.

— Eu acho que sim... — respondeu depois de um tempo, confuso.

Minseok soltou um risinho.

— Esses dias que você ficou no hospital, eu pude conversar bastante com Chaeyoung entre minhas trocas de turno. — começou — No dia da cirurgia eu a chamei pra comermos juntos já que eu estava no horário de almoço. Ela parecia tensa.

" Perguntei como estava indo a universidade, ela me disse que faltavam 3 semestres e a conclusão do TCC. Falamos sobre o clima e vários outros assuntos sem nexo e chegamos até você.

" Como estão as coisas com o grandão?' lembro de ter perguntado, pronto para ouvir toda a tagarelice de uma jovem apaixonada casada há 24 meses, mas a situação foi toda ao contrário."

" Eu não sei, é um pouco confuso'

" Eu posso tentar entender' ela suspirou, brincando com os hashis na salada

" Quase não passamos tempo juntos por que ele está trabalhando, elaborando as aulas ou corrigindo provas e eu estou me preparando para seminários ou com a cara em algum texto acadêmico. Nós conversamos no final da noite, mas como estamos muito cansados, alguém acaba desmaiando no meio. Isso é fiustrante."

Chanyeol engoliu em seco com toda a história sendo despejada de uma vez para si, a mente ardendo em culpa. Ele sabia que não estavam sendo o "casal dos sonhos", mas lhe doía saber dos sentimentos magoados de Chaeyoung.

— Eu não estou te julgando, nem nada do gênero, eu entendo a situação de vocês... Mas Chanyeol, vocês são jovens! Estão na metade da casa dos 20.

Park riu sem humor.

—  Talvez seja por isso que somos tão bagunçados

— Não, pelo contrário — Minseok o repreendeu — Eu vejo a maturidade/erro de um casal de 40 anos, deixando o relacionamento em segundo plano focando apenas no trabalho. Claro, cumprir as obrigações é essencial, mas sair um pouco da rotina para ficar com quem ama é mais importante. Quando você vê, já passou.

Fora pior que uma surra de cinto, como previra. Aquelas palavras ficaria cravadas como facas em sua memória por um bom tempo (ou a vida inteira).

Minseok tinha feito o dever de casa.

A porta abriu-se, revelando a loira com um saquinho de farmácia em mãos.

— Muito obrigada novamente por sua ajuda.

— Não há de que, me chame se precisarem de mais alguma coisa. Eu já vou indo. — Chae assentiu, ele já estava no porta quando virou e lançou um sorriso para o amigo— Lembre-se Chanyeol, nada acontece por acaso.

***
Gente, não sejam um Chanyeol pela amor de Odin kkkkj

Espero que estejam gostando da história e como eu já havia falado antes, ela só tem 3 capítulos. Isso significa que o próximo é o último AAA.

Vejo vcs no próximo episódio, kissus!