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Quem tá vivo sempre aparece, não é mesmo? Desculpem a demora, eu havia postado uma nota antes dizendo que postaria em setembro, mas eu acabei procrastinando um "pouquinho" e só pude finalizar o episódio essa semana que eu entrei de ferias.

Sem mais delongas, aproveitem o último capítulo de LMR!!!

— Chae, em que campus você está? 

— Aquele que tem o prédio novo... mas por quê?

Um automóvel estacionou a alguns centímetros de distância da mulher e a medida que o vidro ia descendo a expressão de Chaeyoung se tornara algo cômico, enquanto guardava o celular. Ele tinha quase certeza que era por conta dos óculos.

— Isso responde sua pergunta? —  Chanyeol sorriu

A loira adentrou o veículo, sem dizer uma palavra, e foi assim até eles pararem em uma sinaleira e o Park sentir os olhos de gatinho da mulher em si.

— O que foi?

— Estou me perguntando no que você estava pensando quando colocou esses óculos e entrou no carro.

— Estava pensando em você

— Em me matar, não é ? Quem dirige á noite de óculos escuros, Chanyeol?

— Você emana muito brilho, sabe? Tenho que me proteger.

Chaeyoung riu de forma genuína, fazendo o coração do Park falhar uma batida. Fazia um tempo que ele não a via tão animada, ainda mais entrando na sua onda.

— Me conte, como foi o seu dia? — ela indagou de forma doce, ao passarem por uma curva

—  Normal. Terminei a terceira temporada de Gossip Girl e fiquei decepcionado, para dizer o mínimo

— Acredite, vai ficar pior.

— Vou ter até as férias para me preparar, então —  riu soprado — Mas e aí, o que te deixou de tão bom humor? Você estava quase me matando hoje cedo.

— Ah, sei lá — deu de ombros — eu estava sofrendo com a descamação do meu útero, quando de repente um doido que diz ser meu marido me fez uma ligação e veio me buscar até em casa. Espero chegar viva...

Não pôde nem fazer uma gracinha; Chanyeol pisou fundo no freio ao voltar a atenção para a estrada quando se deu conta do acidente que estava prestes a acontecer. Com a parada brusca, ambos bateram o rosto no airbag  ao serem jogados para frente e o seus ouvidos foram preenchidos pela buzina do carro de trás. Ele gemeu, sentindo algo estranho na perna curada.

— Chanyeol ? — a Park o sacudiu preocupada. O mais velho fez uma careta — Chan, fala comigo, você tá bem?

—  Meu pé... tá doendo muito

[...]

— Apenas um mês e você estaria totalmente recuperado, Chanyeol. Um mês!

Minseok lamentou enquanto analisava minuciosamente o membro re-lesionado. Deram sorte de uma ambulância estar por perto - vazia - na hora do acidente.

—  E esperar tudo isso pra te ver? —  exclamou com uma falsa indignação—  'tava morrendo de saudades, é mais fácil entrar em contato com a rainha Elizabeth que com você! O mesmo com a Chaeyoung!

— Onde eu entro nisso?

A mulher deu um riso soprado no canto do quarto, mas logo voltou a atenção para a bolsa de soro pendurada ao seu lado. Isso fez Chanyeol rir também.

— Uhum, tá bom. Isso não justifica suas idiotices, Park.

— E digo mais... não deu para passear de ambulância da última vez, eu precisava achar uma desculpa.

— Se você continuar com essa imprudência, vai passear de cadeira de rodas por tempo indeterminado. Parece que o rompeu alguma coisa...—  respondeu o médico, com as feiçãoes sérias.

— Você tá acabado hein, hyung. Olha só essas linhas de expressões

Desde que se tornara médico cirurgião, Minseok andava por aí com um par de sombra preta natural embaixo dos olhos igual a um panda, o que reforçava o caso de não aparentar ter a idade que tem. Suas armas eram as palavras, porém Chanyeol parecia estar imune de qualquer que fosse o sermão daquela noite.

— Eu direciono a maioria dos plantões desse hospital e durmo menos de 6 horas por dia, Chanyeol. Aqui não é nenhum dorama e eu não sou o Lee Jongsuk.

— Amputa logo a perna dele e acaba com essa palhaçada — Chaeyoung retrucou, já sem paciência 

— Não é má ideia — fez cara de pensativo, enquanto se dirigia até a porta — vou reservar a sala de cirurgia para amanhã bem cedo.

— Ei, volte aqui seu idoso de meia tigela!

— Ele foi marcar o raio X, pateta —  Chaeyoung sentou na poltrona ao lado da maca do marido.

O silêncio se instalou por um curto período na sala, mas foi suficiente para a mente de Chanyeol ir longe; se algo realmente saiu do lugar ou o osso tiver re-lesionado isso significa que ele teria que fazer outra cirurgia. Mais anestesia, agulhas, repouso...ugh!

— Você está estranho

— O quê?

— Digo..., desde o acidente você começou a agir de forma diferente —  Cheyoung passou os dígitos pela tatuagem do Park no antebraço, evitando o contato visual — Tá tudo bem?

—  Acho que passei a ver algumas coisas em perspectivas diferentes

—  E foi dirigir de óculos a noite?

— É, eu queria te fazer uma surpresa — Chanyeol sorriu bobo — eu posso ter me machucado, mas acho que deu certo

A mulher riu, mas desceu os dedos até a mão acalorada do outro apertando e comentou:

—  Já agradeceu ao Minseok?

Chanyeol franziu o cenho

— Eu não sei do que você está falando

— A conversa depois do hospital. Eu escutei tudo.

Ah

— Ah

— Não precisa ficar assim — o Park não sabia se sufocava com o travesseiro da maca ou se jogava da janela ao lado. Não daria em nada por estarem no primeiro andar, mas... —  Pelo menos você foi humilde o suficiente para escutar, reconhecer e procurar a mudança.

Chaeyoung fez uma careta ao dizer a última parte.

Foi a sua maneira, mas ela compreendia que algumas coisas faziam parte de sua personalidade e não poderiam ser mudadas. E mesmo que isso lhe custasse uma dorzinha de cabeça, Park Chaeyoung o amava.

— Desculpe por te fazer passar por esse estresse todo.

—  Estou acostumada. Mas desculpas aceitas.

— Já decidiu se queria me ver ou andar de ambulância? — Kim reapareceu no quarto.

Os três caíram na gargalhada. Tudo parecia estar em ordem naquele instante e Chanyeol estava em paz com a situação. Era um milagre!

Até Minseok mostrar o papel com a data da cirurgia. 

Love me right | ChanroséOnde histórias criam vida. Descubra agora