Meu ômega.

Capítulo Um: Eu sinto sua falta.

Saudade; afastamento de uma pessoa, uma coisa ou um lugar, ou à ausência de experiências prazerosas já vividas.

Na Jaemin e Lee Jeno sentiam saudades de seu doce ômega, Huang Renjun.

Tudo começou quando os pais dos dois alfas anunciaram seus casamentos no final de outono, tal notícia que acabou por chocar a todos menos Renjun, afinal o chinês já sabia que os alfas das famílias Na e Lee estavam prometidos antes mesmo de começarem um relacionamento, mas tal fato jamais impediu de se apaixonarem perdidamente um pelo outro.

Além de que Huang já estava ciente do desgosto dos progenitores de seus amados por si, esse casamento não fora novidade nenhuma para sua mente já calejada.

Ele só não estava contando que seus queridos namorados concordassem com a ideia. Em sua cabeça os companheiros iriam negar fala de seus pais e lutariam pelo relacionamento, mas pelo visto estava enganado.

Então, fez o que qualquer pessoa faria em seu lugar, sumiu da vida dos alfas.

[...]

Era uma manhã fria de inverno, Jaemin, o mais novo daquele apartamento, foi o primeiro a acordar. Soltou um suspiro baixo ao olhar para cama e ver apenas Jeno, seu marido, ali adormecido de maneira calma.

O Na ainda não acreditava que seu pequeno Huang havia sumido. Aconteceu tudo tão rápido... Um dia estavam rindo no antigo apartamento do Lee e no outro se viam aos prantos por uma pequena cartinha que Renjun deixou para trás. Jaemin sentia os olhos lacrimejarem apenas ao se lembrar das palavras manuscritas, foi horrível demais para si, afinal mesmo sendo um alfa, era o mais emotivo entre os três.

Balançou a cabeça para os lados e levantou-se sem fazer muito barulho. Não queria acordar o marido, sabia que Jeno se encontrava tão cansado quanto ele.

Se aproximou lentamente da escrivaninha do quarto e encarou um porta-retrato — que havia ganhado de Mark, melhor amigo de seu ômega — como fazia todos os dias. O mesmo que expunha uma pequena foto dos três, sorrindo largamente. Jaemin lembrava perfeitamente daquele dia e com essa pequena lembrança sorriu bobo, no entanto logo se encontrava novamente perdido junto com olhar que fora parar mais uma vez naquele pequeno pedaço de papel.

Aquela maldita carta que Renjun havia deixado.

Inevitavelmente se lembrou do dia mais desesperador de sua vida.

[...]

Dois meses atrás.

Jeno soltou um resmungo baixo assim que tentou abraçar o corpo do ômega, encontrando-se apenas contra o vácuo. Abriu os olhos lentamente por conta da claridade e não viu o pequeno ali. Com angústia já presente em seu coração, cutuca o braço de Jaemin, forçando o suficiente para despertar o noivo, que solta um grunhido baixo.

— Porra, Jeno! Me deixa dormir! Você sabe que o Junnie acabou com as minhas costas ontem...

— Eu sei, Nana, eu sei... Mas... Cadê o Junnie?

Tal pergunta fez com que Jaemin abrisse os olhos rapidamente e desse uma rápida olhada pelo quarto, tentando inutilmente achar o menor.