Pov Klaus
Ela estava bem na minha frente. Num sono profundo. Não sei dizer se eram sonhos bons, pois sua expressão estava um pouco tensa. Ela dormia enquanto eu a admirava. Que falta eu sinto da Caroline. Na verdade, sinto falta de tudo. Da vida. Do poder. Da imortalidade. Da força ilimitada. De tudo o que o vampirismo me trouxe nesses mil anos de vida. Sinto falta dos meus irmãos. Sinto falta da minha filha.
Quando eu decidi me sacrificar por Hope, não pensei nas possíveis consequências do meu ato. Que eu poderia dizer que foi insano. Na verdade, a minha própria versão de mais de 18 anos atrás, com certeza diria algo assim. Mas não a minha versão atual. A versão "Klaus pai". Cheio de amor em seu coração. Eu não quis morrer. Mas precisei. Eu não ia admitir que minha filha fosse destruída pela Hollow e não fazer nada pra impedir. Então decidi dar a minha vida pela dela. Mas as consequências chegaram: Elijah decidiu morrer junto comigo. Achei essa decisão absurda, mas precisei lidar com ela. Não pude estar perto de meus outros irmãos e viver a vida com eles. Ver Freya e Keelin tendo um filho, Rebecah e Marcel vivendo seu amor em paz, Kol e Davina felizes. Não pude ser um pai presente pra Hope. Não pude ser o último amor de Caroline.
Mesmo morto, posso estar no mesmo espaço das pessoas que amo, mas por pouco tempo. Há uns dias ou sei lá quanto tempo atrás, desde que morri não consigo mais controlar nada, estive com minha filha. Hoje, estou com Caroline. Não que ela saiba. Eles nunca sabem. Nenhum deles. Ninguém nunca notou minha presença e sinceramente é melhor assim. Quero minha família vivendo em paz finalmente. Na última vez que vi Hope, me pareceu que ela sentiu sim a minha presença, mas pode ter sido impressão minha. Talvez no fundo eu queira que ela me note. Como eu queria abraçá-la novamente!
Caroline continua dormindo. E eu ali, olhando como se precisasse velar seu sono, cuidar dela ou algo assim. O que nunca se fez necessário. Caroline sempre foi uma mulher forte, independente e incrível. Minha admiração por ela e pela pessoa que se tornou ao longo dos anos, só aumentou. Me aproximei dela e toquei suavemente em seu rosto com a ponta dos dedos. Depois, coloquei uma pequena mecha de cabelo atrás da sua orelha. É claro que nada disso é real. Eu estou morto e ela, viva. Então quando toco em qualquer pessoa das que eu visito, não estou tocando de verdade. É apenas uma forma que a minha mente encontrou pra superar tudo o que aconteceu. Eu imagino que estou tocando as pessoas que amo e isso me acalma. Ela se mexeu um pouco. Achei melhor ir embora, apesar de saber que ela jamais me veria nem sentiria minha presença. Já estava me retirando quando ouço um barulho como de alguém se mexendo e a voz de Caroline atrás de mim ressoando pelo quarto.
- Klaus????
Ela está me vendo? Não pode ser... Me virei de frente pra ela totalmente incrédulo e a encontrei sentada na cama com uma expressão muito assustada. Isso é um sonho?
- Caroline? Você... consegue me ver???
Pov Caroline
Eu estava dormindo, mergulhada num sono pesado que deveria me permitir descansar, mas que me faz acordar pior do que quando eu vou dormir. E esse cansaço inexplicável tem ocorrido há alguns dias. Na verdade, eu tenho dormido mal desde quando Klaus morreu, mas nos últimos dias piorou.
Eu durmo menos do que dormia antes, mas quando durmo é sempre um sono profundo. E tenho sonhado coisas bem insanas e sem explicação. Nem sempre são exatamente pesadelos, eu na verdade nem consigo definir o conteúdo desses sonhos, mas sempre acordo muito cansada, com a cabeça pesada e uma sensação péssima física e emocionalmente. E em meio aos sonhos desconexos que invadiam minha mente em mais uma noite, senti um toque suave em meu rosto. Um toque reconfortante, que fez eu me sentir melhor, me arrancando da sensação estranha em que me encontrava. Finalmente um pouco de paz no meu sono. Quando eu achei que ia descansar, senti um movimento no meu quarto que me fez abrir os olhos. O vampirismo me obrigou a aprender a ficar atenta 24h por dia ao que acontece ao meu redor. E se eu notei que havia algo diferente perto de mim, eu precisava acordar e checar.
Quando abri os olhos, vi um homem de costas pra mim se encaminhando pra saída do meu quarto. Já me preparava pra atacá-lo, quando o reconheci. Aquele cabelo, o corpo, a roupa, a postura, a forma de andar. Era Klaus!!!! Eu achei que estava acordada, mas acho que estou sonhando ainda!
- Klaus???? - O chamei não acreditando no que via.
Ele se virou lentamente, nos mais longos segundos da minha vida, até que consegui ver seu rosto e confirmar. Klaus estava bem ali. Ok, eu estava dormindo ainda. E isso era ótimo! Finalmente um sonho bom em meio a tantos ruins.
- Caroline... Você consegue me ver?
Me levantei e caminhei lentamente até ele enquanto respondia.
- Sim, Klaus! No mundo dos sonhos tudo é possível, certo? Finalmente estou tendo um sonho bom com você!
Disse isso tudo muito calmamente por dois motivos:
1- Eu tenho consciência de que nada disso é real, Klaus ainda está morto.
2- Eu vinha sendo atormentada nos meus sonhos há tantos dias e isso estava me machucando tanto, que preferi ir com calma. Vai que se eu ficasse alegre demais ao vê-lo, Klaus se desmancharia na minha frente, me fazendo mergulhar de novo nos malditos sonhos ruins?
Mas a verdade é que eu queria ignorar tudo isso e apenas abraçá-lo. Eu só queria beijar sua boca novamente. Já fazem 3 meses que Klaus morreu e eu ainda não consegui superar tudo o que houve. A única coisa que eu queria, vendo Klaus bem ali na minha frente em um sonho, é que tudo isso fosse real. Que eu estivesse acordada. Que ele estivesse vivo. Que eu pudesse tocar nele. E dizer o quanto sinto saudades. E principalmente, dizer claramente, com todas as letras, o quanto depois de tanto tempo eu finalmente estava aberta a viver um grande amor com ele.
Pov Klaus
Caroline se levantou e caminhou em minha direção com firmeza, como se tivesse o controle da situação. Disse que no mundo dos sonhos tudo é possível. Mas se é apenas um sonho, então por que estou aqui de verdade, ao invés de estar apenas um produto da imaginação dela? Normalmente, esse contato que mantenho com as pessoas duram somente segundos ou o que eu acho que sejam e após esse tempo, sou arrancado da presença deles e jogado de volta à escuridão e ao nada. Sempre é um momento bem rápido. Mas hoje, não sei porque, está demorando pra Caroline sumir. É algo bastante incomum. Eu poderia ficar preocupado com isso e achar tudo muito estranho. Mas a única coisa em que pensava vendo Caroline em pé na minha frente usando uma camisola curtinha e jovial, deixando ela com aquele jeitinho de menina, da menina que conheci em Mystic Falls, era o quanto a atração, a paixão, e tudo o que sinto por ela não diminuiu em nada com a minha morte. Se eu pudesse tocá-la de verdade nem sei o que faria!
- Caroline, não sei o que está acontecendo. Eu não esperava aparecer pra você de maneira alguma. Tenho acompanhado meus irmãos, principalmente minha filha e ninguém ali nunca notou minha presença. A não ser que tudo isso seja um sonho pra mim também...
Eu disse isso em um só fôlego, meio que temendo que ela se desmaterializasse na minha frente. Caroline me olhava nos olhos com um sorriso tão grande, que me deixava sem graça. Ela estava realmente feliz em me ver. Nos meus piores pensamentos sobre as pessoas que amo, Caroline sempre aparecia. Porque, por mais que ela tivesse afirmado que nunca me esqueceria e tivesse deixado claro que meu amor por ela é correspondido, não sei se no fundo ela guardou alguma mágoa por causa da minha atitude. E vê-la ali, sorrindo enquanto me admirava, olhando atentamente todos os detalhes do meu rosto, me mostrou que eu estava me torturando à toa.
- O que importa é que você está aqui. - Respondeu ela, ainda sorrindo.
Seu sorriso me transmitia uma calma sem tamanho e desejei tocá-la. Sei que é inútil, mas também sei que na minha mente funciona, apesar de não ser real. Então, toquei novamente em seu rosto. E ela fechou os olhos. Demorei um tempo pra entender a cena. Ela estava sentindo meu toque? Eu podia tocá-la realmente? O que estava acontecendo?
Pov Caroline
Estar na frente do Klaus depois de sua morte foi algo maravilhoso, mas ao mesmo tempo não me passou despercebida a forma como ele estava e eu me preocupei. Seu olhar, sua expressão facial e a forma como falava comigo me transmitiam um cansaço que nunca vi nele. Nem na época em que nos reencontramos e ele estava sozinho, dando uma de "Klaus louco", matando inimigos do Elijah e não estando presente na vida de Hope. Nem sequer quando ele decidiu morrer unicamente pra salvar Hope do poder destruidor da Hollow e claramente não desejando passar por nada daquilo, ele se mostrou tão esgotado. Aquele Klaus que estava ali em meu quarto era um Klaus enfraquecido, desgastado. Ele não estava nada bem.
Me senti impotente porque sei que não conseguiria fazer nada pra tirá-lo dessa situação. Afinal de contas, estamos em planos espirituais diferentes. Será que daria pra fazer algo por ele? Enquanto estava imersa em meus pensamentos, não deixei de sorrir em nenhum momento. Pelo menos isso eu poderia fazer. Transmitir força, confiança, carinho, qualquer coisa que alimentasse sua alma de forma positiva.
Mas aí, ele tocou em meu rosto. E a sensação me pareceu familiar. Lembrei que tive essa mesma sensação enquanto estava dormindo, antes de vê-lo em meu quarto. E só aí percebi que foi Klaus quem me tocou naquele momento, antes de eu acordar. E essa sensação tão reconfortante me transmitindo calma e paz... fechei meus olhos. Queria sentir mais. Faz tempo que não me sinto tão bem assim.
- Você me sente? Sente meu toque? - Perguntou um Klaus estranhamente inseguro, interrompendo meu momento.
Eu abri os olhos e não respondi nada, mas minhas mãos procuraram sua pele. Precisava saber que tipo de sonho era esse em que tudo parecia tão real. Eu precisava senti-lo. Toquei em seu pescoço com as duas mãos, procurando sua nuca lentamente. Sua pele se arrepiou ao meu toque e Klaus suspirou baixinho. Fui surpreendida ao notar que ele podia ser tocado por mim e que me sentia e reagia a isso. O medo que eu tinha de que ele desaparecesse e eu caísse novamente em algum pesadelo se dissipou imediatamente. Uma alegria sem tamanho invadiu meu corpo inteiro, senti meu coração disparar e pulei em seu pescoço o abraçando tão forte que quase o derrubei.
- Você está aqui! Eu realmente posso te tocar! Senti tanto a sua falta! - Eu praticamente gritava, de tão eufórica.
Ele correspondeu ao meu abraço e eu o senti finalmente abrir aquele lindo sorriso que eu tive tanta saudade. Me afastei do abraço pra ver seu sorriso um pouco mais. Klaus me fazia muita falta. Muita mesmo. Quando voltei a Paris depois de sua morte, tentando de alguma forma resolver o problema das minhas filhas ou pelo menos começar a resolver, passava os meus dias concentrada nisso, mas ao chegar a noite, quando deitava minha cabeça no travesseiro, só conseguia imaginar como seria maravilhoso se ele estivesse ali comigo. Ele poderia me ajudar a resolver tudo, o que me deixaria menos preocupada. Ele poderia me mostrar os pontos turísticos da cidade, enquanto me fazia um carinho bem suave, como aconteceu quando olhávamos aquele quadro sendo pintado em New Orleans. E à noite, eu poderia simplesmente dormir em seus braços.
Pulei em seu pescoço novamente. Mas dessa vez não foi pra abraçar. Ao perceber que sentíamos um ao outro, como se Klaus estivesse vivo e nada tivesse mudado entre nós, senti meu corpo inteiro esquentar e pedir por ele, ou melhor, gritar por ele. Então o agarrei e o beijei loucamente. Como há muito tempo não beijava alguém. Como se eu estivesse com muita fome e seus lábios e sua língua fossem o alimento que necessito pra continuar viva.
Pov Klaus
Quando ambos notamos que podíamos de fato tocar um no outro, não nos importamos mais se era sonho ou realidade. Eu não me importei mais se tudo aquilo que estávamos vivenciando iria acabar em poucos segundos ou em algumas horas.
Caroline se pendurou em meu pescoço com pressa, beijando minha boca desesperadamente, roçando sua língua na minha de maneira que me deixou tonto. Perdi as estruturas, porque além de estar novamente com Caroline depois de tudo o que aconteceu, além de conseguir sentir seu toque, sentir suas mãos, sua língua, eu também conseguia tocá-la. E o quanto eu desejei que esse momento acontecesse, o quanto eu sonhei com isso nos momentos em que me via na mais completa escuridão e precisava de algo que me trouxesse alegria, não dá pra medir.
Suspendi Caroline pela cintura com uma força maior do que pretendia e em super velocidade a imprensei no armário, beijando sua boca com voracidade e a apertando de uma maneira que ela mal conseguia respirar, mas que fazia com que seu desejo por mim se intensificasse. Eu roçava minha barba em seu pescoço e a beijava e lambia enquanto ela gemia ofegante, completamente arrepiada. Minha vontade era de permitir que nosso desejo nos consumisse completamente. Mas percebi que algo poderia dar errado. Interrompi o que estávamos fazendo e me afastei. Caroline reclamou.
- O que está fazendo? - perguntou ela visivelmente frustrada e irritada.
- Eu não posso, Caroline.
- Por que??
- Porque perdi o total controle sobre tudo. Sobre mim tb. Não tenho mais controle de tempo e espaço, até mesmo pra visitar as pessoas que amo, por mais que eu possa fazer isso eu não decido a quem eu vou visitar ou o tempo em que posso ficar perto deles. É tudo muito maior do que eu. Não tenho mais nenhum autocontrole. Nenhum mesmo. Não posso continuar com isso, Caroline! Não quero te machucar!
Eu estava decidido. Eu não iria estragar esse momento maravilhoso. Desejei tanto rever Caroline e agora que consegui realizar o que eu mais queria, não acho uma boa ideia dar a ela uma péssima lembrança de uma alma descontrolada. Não quero traumatizá-la. Não quero machucá-la de forma alguma. Caroline me ouvia atentamente apesar da irritação. Mas quando eu disse que não queria machucá-la, seus olhos brilharam.
- Você não quer me machucar... Mas EU quero. - Disse ela, cheia de malícia no olhar e na voz, rouca como nunca ouvi antes.
- O que? Caroline, não me peça isso, por favor! Você não sabe com o que está lidando. Eu mesmo não sei!
- Tem razão. Eu não sei com o que estou lidando.
Ela ia tirando a camisola devagar enquanto me olhava nos olhos.
- Mas quero muito descobrir. Muito mesmo...
Virou de costas pra mim e tirou a calcinha de forma sensual, abaixando a parte de cima do corpo bem devagar, enquanto se empinava toda, roçando em mim.
Ela estava brincando com fogo.
Pov Caroline
Klaus demonstrou medo de perder o controle. Mas eu queria justamente isso. Que ele perdesse o controle totalmente. Não sei o que me deu. Ver Klaus no meu quarto, em plena madrugada, num sonho bom depois de meses, sentir seu cheiro como se ele estivesse vivo, sentir que eu podia tocá-lo e que não haveria limites, me excitou de uma maneira que nem eu mesma conseguiria me controlar se eu quisesse. Tudo o que eu queria era sentir sua pele roçando na minha, sentir sua boca, sua língua lambendo meu corpo inteiro, suas mãos me apertando... como naquela tarde em Mystic Falls. Eu queria senti-lo dentro de mim desesperadamente, sem pudores. Queria ouvir sua voz rouca gemendo meu nome baixinho no meu ouvido. Queria me entregar completamente!
Comecei a me esfregar nele deliberadamente, quando notei que Klaus estava começando a se entregar. Eu já o sentia duro atrás de mim, então resolvi provocá-lo bem devagar.
- Caroline... - Ele tentou ainda me convencer, mas esse chamado soou mais como um gemido.
Me virei de frente pra ele e beijei sua boca novamente. E naquele momento já não havia mais barreiras entre nós. Nosso beijo começou lento, mas foi se intensificando, porque eu tinha pressa e Klaus já não se importava com mais nada. Ele apenas me queria, na mesma intensidade que eu o queria. Tirei seu casaco, a blusa e desabotoei sua calça. Até esse momento, Klaus me permitiu tomar a iniciativa. Mas logo depois eu me via virada contra o armário, com Klaus atrás de mim, roçando sua barba em meu pescoço. Ele parou o que estava fazendo pra tirar a calça e a cueca, tentei me virar pra chupá-lo mas ele não permitiu, me virando bruscamente de frente pro armário de novo, mas dessa vez colocando minhas mãos acima da cabeça, fazendo meus seios roçarem na madeira fria e meus mamilos se eriçarem. Klaus não parava de me beijar e se esfregar em mim. Ele lambia minhas costas e ia descendo lentamente, me arrepiando, até chegar ao cóccix, me provocando mais com a língua. Deu um tapa forte em minha bunda, que me fez gemer com mais intensidade. Ele ainda estava abaixado e eu de costas quando o senti enfiar dois dedos em mim. E meus músculos se abriram facilmente pra sua passagem enquanto ele se divertia, brincando comigo. Mesmo sabendo o que eu realmente queria, Klaus simplesmente não parava de me provocar de todas as formas possíveis, enquanto eu não parava de gemer, sem controle algum. O que eu mais queria mesmo era que ele me fodesse. Sim! Com todas as letras! Mas as provocações naquele momento eram tão deliciosas que eu nem conseguia reclamar.
Mais de 17 anos depois que transamos e o tesão continua o mesmo! Eu já tinha notado no dia em que nos reencontramos, quando Klaus flertava comigo enquanto eu tentava abrir seus olhos e fazê-lo mudar de atitude em relação à filha dele. Pra começar, ele questionou o que eu estava fazendo em Paris. Poderia ter sido menos explícito, mas quando Klaus quer, ele se controla. Então ele perguntou aquilo consciente do que estava falando. Depois, quando estávamos limpando o vidro sujo de sangue, ele me olhou de forma tão intensa que precisei interromper esse momento. Eu não fui atrás dele pra isso. Na verdade, tive um certo receio do que encontraria. E nem estou falando do que ele estava fazendo de errado com os outros. Meu receio era justamente como ele reagiria quando me visse. Ele iria gostar? Será que ainda sentia algo por mim? Acabei confirmando que sim alguns dias depois. Eu sei que ele flertou comigo. Eu percebi. Mas passei um bom tempo me questionando se aquele flerte foi real ou se fui eu que apenas queria acreditar nisso.
Pensei nisso tudo muito rápido, minha memória foi invadida pelo olhar dele enquanto limpava aquele vidro, por um segundo, mas eu não queria me distrair. Voltei a aproveitar o momento. Klaus, depois de me provocar com os dedos, resolveu me chupar ali mesmo, comigo ainda de costas pra ele. Ele enfiava sua língua na minha entrada com força enquanto a minha própria força se esvaia conforme eu gozava em sua boca. Agora sim, ele se mostrou satisfeito e levantou, me dando tempo pra respirar e por a cabeça no lugar.
Por um breve momento. Segundos depois ele me jogou na cama e se deitou sobre mim.
- Você disse que quer descobrir com quem está lidando, não é?
Ele disse isso bem devagar, com aquela maldita e deliciosa voz rouca no meu ouvido.
- Sim...
Só consegui dizer isso mesmo. Além de eu estar anestesiada pelo que acabamos de fazer, sua voz era carregada de promessas perigosas.
- Então isso significa que eu posso fazer o que eu quiser com você?
- Qualquer coisa.
Falei antes de pensar.
Klaus abriu aquele meio sorriso que eu conheço muito bem. Mas o que há comigo? Meu tesão está falando mais alto que a minha sensatez! Eu realmente queria qualquer coisa que ele quisesse fazer comigo naquele momento, porém eu deveria tomar cuidado, porque aquele não era mais o Klaus que eu conheço. Era um Klaus diferente, cuja alma esteve em algum lugar longe daqui, um Klaus que não estava bem, que perdeu o total controle de si!
Mas eu o queria tanto...
Depois de eu dar total liberdade, Klaus amarrou minhas mãos na cabeceira da cama com a camisola que eu tinha acabado de tirar enquanto provocava ele. Eu nunca tinha passado pela experiência de estar amarrada antes. Bem, pelo menos não na hora do sexo e com a minha autorização. Então isso me excitou mais ainda. Klaus beijou minha boca e foi descendo pelo meu pescoço. Ficou ali, roçando sua barba, enquanto observava meus arrepios ao seu toque. Quando chegou aos seios, se concentrou ali ao máximo. Fez tudo o que quis. Depois de beijar lamber e chupar, mordeu um mamilo, enquanto apertava o outro com os dedos, e fazia tudo ao mesmo tempo e com tanta intensidade que me fez gritar num misto de dor e prazer e eu não me reconheci.
Eu queria tocar nele. Queria arranhar ele. Queria mordê-lo. E o fato de eu estar presa me dava mais vontade ainda. Eu sou uma vampira, claro que eu poderia me soltar facilmente. Porém, aquele era o Klaus que perdeu a noção da força que tem. E ele amarrou minhas mãos mais forte do que eu imaginei que seria. E essa força desmedida dele só me estimulava a me entregar mais e mais. Porque eu me sentia vulnerável pela perda total de controle por estar amarrada. Mas por outro lado isso, surpreendentemente, alimentava meu lado mais selvagem.
Pov Klaus
Caroline conseguiu me fazer esquecer da minha tentativa de autocontrole. Quando ela se mostrou disposta a me aceitar nas condições em que eu estava, e desejou a mim, mesmo minha alma estando em seu pior momento, meu desejo por ela se intensificou. Amarrei suas mãos na cama depois de estimulá-la bastante ainda em pé. Eu não permiti que ela fizesse nada comigo, porque queria dar prazer a Caroline e queria que ela apenas aproveitasse cada momento. Eu estou morto. Isso quer dizer que logo serei arrancado de perto dela e jogado na escuridão novamente. E sabe-se lá quando e se vou encontrá-la de novo. Então aproveitei pra investir nessa dinâmica de dominar e ser dominado. Ao amarrar suas mãos e ela permitir, tive certeza da total liberdade pra fazer o que eu quisesse com ela. Então eu posso dominá-la. Mas ao mesmo tempo me sinto dominado por seu corpo, sua boca, sua voz, seus gemidos, por ela inteira. Sua essência me domina desde sempre!
Me concentrei em sua boca e pescoço da forma que quis e no tempo que achei que poderia. Aproveitei ao máximo e me deliciei com sua respiração ofegante e seus gemidos enquanto ela se contorcia sob mim. Quando me concentrei nos seios e resolvi morder e apertar seus mamilos tudo ao mesmo tempo, Caroline gritou e eu me excitei mais ainda. Não consegui esperar mais. Por mim eu brincaria com o corpo dela deliciosamente pra sempre, mas depois de ouvi-la gritar, senti uma necessidade incontrolável de estar dentro dela. Então a desamarrei e a virei de bruços. Ela se preparou pra ficar de quatro pra mim, mas eu fiz ela se deitar de forma meio grosseira. Eu a queria deitada de bruços. Relaxada. Aberta. Submissa. Caroline suspirou e se ajeitou empinando um pouco seus quadris e abrindo uma das pernas enquanto a outra permanecia reta. Eu a vi ali, tão entregue a mim, que esqueci de tudo. Esqueci que estou morto. Que aquilo com certeza era um sonho. Esqueci de quem eu era. Eu só conseguia ver Caroline. Ela se empinou um pouco mais, exigente. Eu a testei, enfiando dois dedos em sua entrada, e comprovando que ela estava definitivamente pronta pra mim. Me enfiei nela de uma vez, fazendo ela gritar novamente. Ela estava tão molhada que consegui deslizar totalmente pra dentro dela sem esforço. Eu a fodia com força, várias e varias vezes, sentindo a maciez dentro dela e o quanto ela estava apertada. Olhei pro seu rosto, pra ver o quanto ela ainda estava ali. E ela estava por completo. Seus olhos estavam fechados e seu rosto contorcido num prazer ilimitado e compartilhado comigo.
Como eu sonhei com esse momento desde o dia em que nos reencontramos em Paris. Eu destruía mais uma família inteira que representava perigo pro meu irmão sem memória. E eu precisava proteger Elijah, que se encontrava vulnerável nessa situação. Caroline voltou pra minha vida como um furacão, literalmente me jogando contra a parede. Quando eu vi quem apertava meu pescoço eu só consegui sorrir como um idiota. Eu precisava manter a postura de “Klaus louco” pra tentar enganá-la e ela me deixar em paz, já que Caroline voltou mais Caroline que nunca, tocando em assuntos delicados da minha vida e jogando verdades na minha cara que eu não queria ouvir. Aquele não era o momento pra isso. Eu ainda tinha as mãos sujas de sangue. Mas ao mesmo tempo que eu me irritava com sua postura, eu a desejei tanto! Quando eu toquei em seus braços e senti seu calor através da roupa, tive que me controlar pra não agarrá-la. Quando limpamos o vidro, eu a olhei e tentei transmitir tudo o que eu estava sentindo naquele momento. Que nem eu sabia definir. Talvez um misto de alegria em revê-la depois de tanto tempo com curiosidade em saber o que ela pensava de mim, desejo de tê-la em meus braços novamente... e a conversa que tivemos, a preocupação dela com a Hope e comigo enquanto pai e o fato de confessar que eu sou alguém que vale a pena conhecer... Ela me deixou sem fala. E desde esse dia, sonhei com ela todas as noites.
Senti que Caroline gozou em torno de mim, e fui diminuindo as investidas. Ela estava completamente mole quando eu saí de dentro dela. Ficamos alguns segundos assim, eu sentado, admirando seu corpo lindo, suado e relaxado enquanto Caroline se recuperava.
- Pra quem está incontrolável, você está se controlando bem pra gozar...
Disse Caroline sorrindo de orelha a orelha enquanto se levantava.
- Não dá pra subestimar mil anos de experiência, amor. Pelo menos nisso...
- Que bom. Porque agora chegou a minha vez de brincar um pouquinho.
Ela disse isso com aquela voz rouca de novo. E me vi sentindo o peso dela me derrubando na cama. Caroline sentou sobre mim e começou a se esfregar no meu pau, me fazendo endurecer mais, enquanto beijava minha boca e usava a língua com mais intensidade. Depois afastou o rosto e procurou meu olhar. Seus olhos estavam mais azuis do que o normal. Ela estava diferente. Mais selvagem. Mais decidida. Mais gostosa ainda. Voltou a me beijar e foi descendo pelo meu pescoço, chegando a me morder um pouco, bebendo meu sangue e me deixando mais duro pra ela, mas não ficou ali muito tempo. Continuou descendo enquanto eu apenas aproveitava o momento. Ela me lambia e arranhava com uma força e uma fome maior do que eu esperava. Acho que estar amarrada e de uma certa forma submissa a mim a estimulou a reagir assim. E eu estou adorando. Ela abocanhou meu pau de uma vez, sem pudor algum. Eu só conseguia gemer enquanto ela me chupava com uma dedicação que me lembrou aquela tarde maravilhosa que passamos em Mystic Falls. Essa mulher...
Ela percebeu pelos meus gemidos cada vez mais descontrolados que eu estava quase gozando então interrompeu o que estava fazendo e se levantou. Eu olhei sem entender nada, um pouco frustrado pela interrupção do melhor orgasmo que minha alma poderia experimentar ainda mais depois de morto. Caroline me lançou um olhar tão significativo, como se quisesse me dizer algo importante que me sentei na cama e a encarei atento. Ela se sentou sobre mim, descendo no meu pau sem parar, mas bem lentamente. Entrelaçou suas pernas em minha cintura e desceu por completo agora, beijando minha boca de forma bem mais carinhosa e lenta nesse momento. Ela subia e descia bem devagar e não desviava seu olhar do meu entre um beijo e outro. Eu senti que o clima mudou. Éramos puro desejo até aquele momento, mas ali, com Caroline sobre mim, me acariciando com seu corpo inteiro, pude notar que ela tomou alguma decisão. Bem, não me cabia questionar nada, ainda mais naquela situação perfeita em que nos encontrávamos. A nossa conexão voltou. 17 anos depois. Na verdade, sempre esteve lá. Intacta.
Pov Caroline
Eu estava em cima do Klaus colocando em prática tudo o que prometi pra mim mesma enquanto ainda estava amarrada. O mordi, arranhei, beijei sua boca, seu corpo, fiz tudo o que quis enquanto ele se entregava. E toda a dedicação dele naquela noite, em me dar prazer mesmo estando com a alma claramente atormentada, mesmo perdendo o controle de quem é, mesmo perdendo tudo e todos que amava através da própria morte, me fez lembrar os vários momentos em que Klaus sacrificou suas vontades pra fazer as minhas. E em alguns desses momentos eu não precisei nem pedir. Meu coração acelerou de tal maneira que eu achei que ele fosse ouvir. E enquanto estávamos ali no nosso momento mais selvagem, percebi que tudo era um sonho. O melhor sonho da minha vida, mas ainda era sonho. Logo eu iria acordar e Klaus não estaria deitado ao meu lado. Então decidi finalmente ser sincera. Comigo mesma e com ele. Parei o que estava fazendo e sentei sobre ele, ditando um ritmo diferente. Eu queria amá-lo lentamente agora. Porque eu precisava dizer algo. E se não fosse naquele momento, eu talvez não poderia dizer nunca mais. Não sei se verei Klaus novamente. Continuei subindo e descendo e nosso prazer aumentando cada vez mais quando encostei minha testa na dele.
- Klaus... Eu te amo...
Disse em meio aos nossos gemidos. Afastei meu rosto do dele e olhei em seus olhos.
- Caroline...
Klaus suspirou meu nome enquanto me olhava profundamente, como que lendo minha alma.
- ... Eu sempre te amei. Sempre...
Faltou pouco pro meu coração sair pela boca. Eu sempre soube que ele me amava. Eu sempre soube que o que eu sentia por ele não era só atração. Nunca foi. Mas nós nunca dissemos isso um pro outro. Faltou oportunidade. Faltou muita coisa pra que desse certo. Mas o que importa é que, seja sonho ou realidade, eu fui sincera comigo mesma. E ele também. Isso me deixou sem ar. Mas ao mesmo tempo aumentou também meu tesão, então meu ritmo sobre ele se intensificou e ele agarrou minha cintura e aumentou suas investidas dentro de mim de forma bem mais rápida. Nos beijamos com muita fome agora, como se nos libertássemos de amarras que nos impediam de nos abrirmos explicitamente um pro outro. Não havia mais nada. Ele estava morto. Não tinha porque me esconder mais.
Senti Klaus gozar dentro de mim enquanto me fazia gozar loucamente também, me deixando bem apertada e exausta depois de toda essa loucura. Encostei minha testa na dele mais uma vez enquanto controlávamos nossas respirações.
O melhor sonho da minha vida.
Sai de cima dele e nos deitamos. Ele me abraçava e nossas pernas se entrelaçaram enquanto eu fazia carinho em seu peito.
- Você vai embora, não é?
Fiz uma pergunta retórica. Mas na verdade eu queria ouvir que não.
- Acho que sim. A qualquer momento.
Ele acariciava meus cabelos de forma leve. E isso foi me acalmando até que dormi, com meu corpo anestesiado ainda, depois dessa noite perfeita de sexo e com o coração limpo e feliz pela primeira vez em muito tempo.
Acordei no dia seguinte com o sol batendo na minha cama. Virei pro lado e não encontrei ninguém. Claro que ele não estava lá. Porque foi tudo um sonho! Me levantei pra começar o meu dia quando notei algo. Eu estava nua. Estranho. Não costumo dormir nua. Procurei minha camisola. E ela estava largada pelo chão. Toda retorcida. Olhei em torno do meu quarto. Porta do armário levemente amassada. Calcinha eu nem sei onde se enfiou. Cabeceira da cama um pouco torta... e só nesse momento notei que o cheiro dele estava em toda parte.
Uma felicidade me invadiu a alma e eu fiquei sem chão.
Tudo aquilo que vivemos foi real!!!
Pov Klaus
Acordei em meio ao nada como sempre acontece depois que encontro alguém que amo. Mas dessa vez as lembranças desse sonho louco que vivi com Caroline estão tão vivas em mim que consigo conviver com a solidão e a ausência de paz. Ainda me pergunto como aquilo aconteceu. Eu estar num sonho de alguém. É algo inédito. Me levantei da superfície fria em que me encontrava. Estava mais frio que o normal. Percebi que estava sem o casaco. Notei que ele estava jogado num canto. Interessante... peguei pra vestir e senti o cheiro dela. Ok, é impressão minha. Fui vestir e percebi que tinha algo grudado nele. Era um fio de cabelo loiro. Olhei pra mim mesmo e minhas roupas pareciam amassadas. Minhas maos tinham o cheiro dela. Minha boca tinha o gosto dela. E eu não me sentia tão infeliz nem tão fraco como me sentia antes de vê-la. Comecei a me dar conta dessa situação completamente fora do comum. Lembrei das palavras de Caroline. Ela finalmente assumiu que me ama.
Algo próximo de felicidade inundou minha alma. E essa sensação maravilhosa vai me acompanhar por um tempo, me anestesiar e me renovar, até o universo conspirar a meu favor e eu ver novamente todos que eu amo.
E tive a plena certeza que cada segundo que vivemos ali, misteriosamente, foi a coisa mais real que vivi desde quando eu estava vivo.
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"I'll never forget you" - Klaroline
WampiryCaroline Forbes tem um encontro inesperado com Klaus Mikaelson, 3 meses após sua morte.