chapter two • sensorial approach

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"Me sinto obrigado a te sentir, dentro da minha memória."

(Autor desconhecido)


Jaebum acordou com uma imensa dor de cabeça e um mal estar terrível. Provavelmente do trabalho extra que vinha fazendo naquela semana. Ou algo inevitável que acontecera noite passada. Tomou um banho quente para relaxar e enquanto preparava o seu café um nome vinha constante na sua cabeça.

Park Jinyoung. Como aquele nome insistia em aparecer na mente de Jaebum, até quando não devia. Ligando o carro, pegando o celular, assinando papéis. Ele deve ter assinado três ou quatro vezes o nome que ouvira pela primeira vez na vida.

Mas seu rosto era tão familiar. Alguém próximo. Tão próximo. Como podia esquecer aquele rosto tão angelical ou aquela voz tão doce. Meu Deus, como Park Jinyoung estava na sua cabeça, e pelo visto não sairia tão fácil. E Jaebum nem fazia questão de tirá-lo.

Pediu para terminar mais cedo o trabalho por contas das várias horas extras que tinha feito ao longo da semana, e conseguiu. Assim que foi dispensado, correu até em casa, coisa que nunca antes fizera. Era uma sensação nova, mas precisava conversar mais uma vez com Jinyoung. Talvez conhece-lo melhor. Jaebum estava completamente obcecado no novo vizinho, não entendia o motivo. Lembrou da voz, do sorriso gentil, do rosto bonito. Talvez aquela obsessão fosse explicável.

Olhou o relógio. 14:57. Cedo, extremamente cedo. Tomou banho, trocou de roupa e abriu a porta. "Será que ele está em casa?", ponderou parado na frente do seu apartamento. Pelo menos até ouvir algo cair no chão e a voz suave exclamar algo. Jaebum riu e bateu na porta.

– Jaebum! – Jinyoung disse abrindo a porta e um sorriso gentil – Que inesperado. Posso ajudar em alguma coisa?

– Jinyoung. Oi. – Jaebum disse com o olhar baixo e suas palmas suavam como nunca antes, mas esfregavam-se freneticamente – Eu preciso falar com você sobre uma coisa.

– Entra, por favor. – Jinyoung abriu a porta, dando passagem para seu visitante. – Só não repara na bagunça, ainda tô tentando me organizar.

– Sem problemas. – o outro disse, entrando no cômodo que parecia inacabado.

Notou uma poça no chão e o cheiro foi familiar.

– Você deixou algo derramar? – perguntou, curioso.

– Você reparou, né? – Jinyoung disse, voltando da cozinha com um pano nas mãos – Eu deixei cair minha caneca com um pouco de chá.

– Ginseng? – franziu o cenho e se concentrou no cheiro.

– Sim. – Jinyoung disse com um sorriso orgulhoso. – V-você gosta?

– É o meu favorito. – disse, empolgado.

– O meu também. – Jinyoung disse, terminando de limpar.

– Poucas pessoas sabem como preparar esse chá, pelo menos do jeito que me agrada. – Jaebum disse. – Eu gosto de duas colheres de açúcar...

– Com uma folha de maça. – Jinyoung completou com um sorriso contente.

– Exato. – Jaebum disse, tentando miseravelmente esconder um sorriso.

Os dois ficaram se entreolhando por uns instantes, pareciam se comunicar daquele jeito. Jinyoung entrava na mente de Jaebum e bagunçava tudo.

– O que você queria falar comigo? – Jinyoung perguntou, meio sem jeito.

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