7 parte 2

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Quando entro na minha sala, antes mesmo de me acomodar no meu lugar, dou de cara com meu pai de costas para a porta encarrando uma das minhas estantes de livros, meu escritório e composto por três delas, todas cheias, uma extensão do meu quarto, meu sorriso que vinha reluzente até apouco minutos se fecha tão rápido como surgiu, meu pai nunca vem à empresa, deixa tudo por minha conta e do Fernando nosso braço direito aqui, o que me deixa em alerta, a verdade é que meu pai não gosta nem um pouco do seu trabalho com a editora, ele só está com o negócio porquê somos um nome conhecido, e devido ao nosso mercado ser sólido e render lucros generosos, ele herdou a editora do meu avô , esse sim amava isso aqui e sabia o significado que os livros tem, o valor que é produzir e vender livros, meu pai é capitalista, pensa somente em dinheiro, retorno, o lance dele é está a frente de negociações, e quer que eu seja o mesmo, tem sido assim a vida toda, cursei administração por sua causa, fiz tudo seguindo seu plano de vida para mim, como uma maldita marionete na suas mãos, aos 26 anos eu sou a porra de uma marionete, e tudo porque prometi ao meu avô em seu leito de morte que nunca deixaria meu pai acabar com seu sonho, com sua "livros e sonhos" , sou muito grato e devo muito ao meu avô por isso nunca me desviei do minha promessa, me deixando inclusive ser o bonequinho que meu pai acha controlar, tem sido cada dia mais difícil viver nessa bolha. Ele se vira para mim, quando escuta meu movimento com um sorriso falso no rosto, meu queixo fica tenso.

- Meu garoto, resolvi fazer uma visitinha

Vou até minha mesa sento, depositando minha bolsa ao lado, ele da a volta e senta na cadeira minha frente, me olhando

- Oi pai! O que o trás aqui?

A palavra Pai sempre sai com alguma dificuldade dos meus lábios, Ligo meu computador .

- Passei para acertar com o Fernando alguns detalhes sobre o novo autor vamos fazer uma festa para lança-lo com muita mídia. E aproveitei para dar uma olhada no meu Herdeiro.

Controlo-me para não revirar os olhos, mas faço isso na mente, meu pai e sua merda de orgulho falso.

- Evento grande? Precisa isso mesmo, nem ao menos sabemos quem vai ganhar e devemos levar em conta se o escolhido vai se sentir confortável com toda a exposição, levar em conta seus sentimentos quanto a isso pai, alguns escritores podem ser bem reservados.

Seu rosto se tenciona e agora vocês podem comtemplar a verdadeira face de seu Carlos Albuquerque.

- LEVAR EM CONTA SENTIMENTOS? QUANDO VOCÊ VAI COLOCAR NA CABEÇA QUE ISSO AQUI É UM NEGOCIO GAELIO, ELE SERÁ CONTRADO POR NÓS UMA OPORTUNIDADE ÚNICA, TEM QUE FAZER O QUE QUISERMOS QUE FAÇA, POR DEUS PARA COM ESSA MERDA, DEIXA ESSA VIADAGEM DE SENTIMENTOS FORA DISSO.

Grita a plenos pulmões, eu engulo em seco, para controlar o meu tom de voz, e se eu for o escolhido, minha preocupação só aumenta, não por mim mas por minha ruiva, meu pai vai surtar quando isso tudo vier a tona.

- Tudo bem pai faça como o senhor achar que deve ser feito!

Respondo controlando meu tom para não transparecer o quanto isso me afetou, volto a me direcionar ao meu computador, fingindo que estou concentrado, mas a verdade é que minha cabeça está a mil.

Depois do papo tenso com meu pai a manhã de trabalho volta ao seu ritmo normal, encontro alguns autores que já fazem parte da editora, entro em duas reuniões e logo é hora de almoço, a vontade é de almoçar com a ruiva, mas depois da ultima vez que fiz isso vi que foi uma tolice, chamei atenção para mim por nada, melhor ficar mais reservado, até saber como posso revelar a ela sobre esse rolo todo, sem contaminar o que estamos construindo, duas horas da tarde hora da Lavínia sair do trabalho, mando uma mensagem para saber se precisa que eu a leve para a faculdade

-Gostaria que minha primeira mensagem fosse algo mais significativo, mas acho que falhei, só quero saber se quer que eu a leve para a faculdade?

Não demora e a resposta chega

- Fico lisonjeada pela oferta, mas já chegamos juntos, e essa hora tem muita gente saindo ou voltando para a editora, acho melhor não, espero que não se chatei mas por enquanto acho melhor sermos mais reservados quanto a isso, não quero gerar nenhum burburinho.

Estarei mentindo se disser que isso não me chateou um pouco mas está tudo indo muito rápido, para mim eu tenho plena noção do que estou sentindo, já que conseguir ter uma intimidade anterior com ela por trás das conversas como anônimo, mas para ela deve está sendo uma loucura afinal nossa primeira intimidade maior na cabeça dela descarta todas as conversas noturnas, e se fecha em poucas conversas aleatórias que eu arriscadamente causei, e uma noite muito fora do comum em uma balada, e até onde sei ficas de baladas não decretam nenhum compromisso, espero mudar isso hoje, tenho que buscar um jeito de deixar claro o que sinto por ela sem mencionar esse lance de escritor anônimo, pelo menos por hora, esse rolo todo está se complicando mais para mim, eu me arrisquei demais e agora não tem como voltar atrás só tenho que tentar a melhor maneira para resolver isso antes que tudo vire uma bola de neve ainda maior.

Cinco da tarde hora de sair da Editora, chego em casa, entro no meu quarto guardo minha mochila, jogo as roupas sujas no cesto e tomo um banho, coloco calças de moletom fico sem camisa mesmo, mando um e-mail para Lavínia com as correções feitas no primeiro capitulo do livro e o restante, depois mando uma mensagem no celular dela sobre nosso encontro.

- Vou te buscar as 8 está bom para você?

Ela não demora e responde

- Tudo bem estarei pronta .

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