VII - Sangue

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CAPÍTULO SETE

O responsável pelo 'veneno' era ninguém menos que Wu Cheng Chuan, sobrinho de Hong Yi e segundo na corrida pela herança da família. Ele chegou quase uma hora depois de ser chamado, segurando uma mala de couro marrom. Tinha atrás de si, uma pequena equipe composta de três homens que aparentavam ter idades semelhantes a ele.

Foi recebido pela estranha visão de seu primo amarrado em uma cadeira qualquer e seu tio em uma poltrona, não muito longe do filho. Atrás de ambos, estava Eunbi, segurando o revólver carregado com uma expressão cansada.

– Quem é você?! – Perguntou, assustado. Tropeçou lentamente em direção à porta.

– Se você der mais um passo, eu atiro.

O homem congelou no lugar, a encarando em absoluto terror. Ela suspirou, caminhando até ele em passos apressados. Balançou a arma à sua frente, inclinando a cabeça em direção à mesa.

– Coloca as suas coisas ali.

Vendo que ele não tinha planos de se mexer, Eunbi o puxou pelo braço o empurrando na direção da mesa de madeira maciça que havia sido limpada com esse mesmo propósito.

– O-O que você quer?! – Gritou, se apoiando na mesa para não cair.

– Quero um antídoto para o tranquilizante que você criou. – Ele franziu o cenho, balançando a cabeça.

– É impossível! Ele foi criado justamente para não ter um antídoto.

– Eu não perguntei se é possível. – Cortou sua frase no meio. – Se vira. – Pausou, tocando em sua cabeça com a ponta do revólver. – Ou você já sabe o que vai te acontecer.

– Você tem duas horas.

Cada segundo era crucial. Era impossível descobrir a quantidade que Chanyeol ingeriu ou o efeito que teria nele. Era impossível saber se ele ao menos estava vivo à essa altura do campeona–

Yi Fan escorregou na cadeira. Estava inconsciente há quase uma hora e não mostrava sinais de acordar. Vê-lo nesse estado a fazia se preocupar ainda mais com Chanyeol.

Cheng Chuan ficava, o tempo todo, olhando por cima dos ombros, checando se ainda tinha os olhos de Eunbi sobre si e em todas vezes, foi surpreso por seu olhar intimidador.

Tocou a proveta com mãos trêmulas, colocando a rolha para selar o bocal.

– Está pronto. – Disse, se virando para ela. Eunbi rapidamente se levantou de seu lugar, caminhando até ele.

Os outros três homens que trabalhavam no outro lado da mesa levantaram as cabeças, prestando atenção na reação de Eunbi. Ela pegou o tubo, chacoalhando o líquido escuro, levemente amarronzado.

Sorriu.

– Ótimo.

Cheng Chuan respirou aliviado, fechando os olhos por alguns segundos.

– Eu posso ir?

Eunbi se virou surpresa. – Como você pode ir sem ao menos testar o seu próprio produto? – Sorriu. O homem arregalou os olhos, a encarando. – Precisamos saber se ele funciona.

Ela colocou tubo de lado para pegar a xícara preparada que até então, sentava despercebida na mesa de canto. A segurou com ambas as mãos e caminhou até ele com um sorriso cínico.

– M–Mas se eu tomar o antídoto, não vai sobrar nada! – Exclamou, olhando a xícara de chá ainda quente.

– Você sempre poderá fazer mais! Não é como se não tivéssemos tempo. – Rebateu. – Aqui está a solução que foi dada a Chanyeol. Você não precisa se preocupar em tomá-la, já que temos o antídoto.

Shades of Red | Park ChanyeolOnde histórias criam vida. Descubra agora