2 meses depois.
Lauren
— CAMILA! — Grito pela pequena macaquinha que se pendurava entre o vão das escadas — Deus amado, eu só fui ao banheiro! — Camila sorria enquanto eu desesperada, tentava de alguma maneira impedir sua queda — bebê, por favor uhm? — Insisti fazendo com que ela sorrisse com aquela lingüinha entre os dentes fazendo meu coração sambar em meu peito. — Isso, menina obediente — Senti ela entrelaçar seus pequenos braços e suas pernas ao redor do meu corpo, e foi nesse momento que ela, fez uma observação:
— Putê lolo tá sem talça? — Senti suas mãoszinhas apertarem minha bochecha enquanto sorria curiosa.
— Ops — Gargalhei — Lolo esqueceu — Sorri enquanto caminhavamos até o quarto e a depositava sobre a cama — Não pode brincar ali, poderia cair — Sentei ao seu lado e segurei seu rosto para que ela olhasse para mim — É perigoso, poderia ter se machucado.
Chamei sua atenção, porém eu sabia que a culpa não era dela, que nós deveriamos ter colocado um portão que a impedisse de subir ou descer as escadas sozinha, Camila estava conosco a cerca de 2 meses, ela tinha suas limitações, tinha a mentalidade de uma criança de 2 a 4 anos, se vestia e agia como um bebê, sua fala e seu jeito inocente, encantava a todos, e nos a amávamos, não mudariamos nada nela, porém era necessário.
Camila tinha 16 anos e depois de muito conversar, decidimos que ela precisava fazer terapia, ela tinha que ir a escola, querendo ou não, ela era conhecida por meio mundo, afinal fazia parte de uma Girl band junto comigo e as meninas, e não teriamos como explicar sua saída da banda, então entramos em um acordo, ela fora de casa iria ser uma adolescente, dentro de casa, aos nossos olhos, seria a nossa bebezinha, a nossa menina, o único problema disso é que, lidar com uma adolescente e lidar com uma criança, era duas coisas totalmente opostas.
— Não quelo fralda — Camila cruzou os bracos e fez bico, fazendo com que eu levantasse os braços em rendição.
— Amor, o que nos conbersamos uhm? — Ally acariciava o rosto da menor que fazia bico.
— Que neném tem que obedecer puque a momy sabe o que é melhor pra neném — Falou bicuda enquanto Dinah e Mani, sorriam.
— Exatamente — Ally sorri segurando a fralda — Vamos na casa da tia Demi, você ainda está se adaptando lembra? Não sabe ser a nossa garotinha grande ainda, a fralda vai ajudar a bebe — Camila desfez o bico me fazendo sorrir com a cena — Posso por? — Minha namorada insistiu e vi a menor assentir ainda emburradinha.
— Camila ... Quer dizer ... Eu tenho vergonha, minha roupinha vai marcar — Vimos a preocupação da menor e sentamos ao teu lado.
— Sua roupa é larga meu anjo — Dinah sorriu fazendo carinho em seu cabelo — E não precisa ter vergonha, amamos você assim, cuidar de você é a nossa maior alegria — Afirmou fazendo Camila sorrir.
— E se eu falar errado? — Questionou enquanto Ally ajeitava sua roupa.
— Se você falar errado, estaremos lá com você uhm? — Ajeitei seu cabelo e assim que Ally terminou de vesti-la, a peguei no colo.
— Eu já sou menina gandi — Camila afirmou em meu colo.
— É a nossa bebê, sendo grande ou não — Sorri
— Sempre será a nossa menina — Mani estava do meu lado com uma mochilinha que tinha as coisas da Mila — Nossa fadinha — Camila deitou a cabeca sobre meus ombros e sorri olhando minhas namoradas, trocamos um selinho e ao escutar um " Eca " enchemos a menor de beijos e cosquinhas.
Era sempre assim, eramos diferentes, Camila também era diferente e acredito que seja por isso que ela nos escolheu, sabia que não a julgariamos e que ela ser diferente não a tornava estranha, e sim única.
Que nunca, lhe faltaria amor.
Era uma adaptação difícil, ela entrar e sair do seu mundinho sem perder sua essência, acontecia alguns acidentes, ela fazia birra, ou acabava se machucando e não podia chorar, não podíamos dar colo, sabiamos o quanto era difícil pra ela, mas pra nos era mil vezes pior, por que ela continuava sendo a nossa menina, a nossa filha, e queríamos cuidar dela, mas muitas vezes não tinha como, ao menos, não como nós queríamos.
Eu e as meninas cuidavamos dela como nossa filha, e ela estava começando a se sentir assim, começou a chamar Ally de Momy, passou a entender que não queríamos mudar, mas sim que ela se adaptasse aos dois mundos e nos ensinasse a entender o mundo dela.
— A gente já chegou? — Camila questionou no banco traseiro enquanto olhava as janelas — Quero ver a tia Demi e a tia Sel — Fala animada
— Sabemos que sim filha — Ally sorriu — Estamos chegando — Afirmou ajeitando a menor no banco.
— Será que vai ter repórters? — Dinah questionou com o seblante preocupado.
— Estaremos com ela amor — Afirmei — Demi e a Sel também, nada vai dar errado — Tentei tranquilizar minhas namoradas, mas a verdade era que minha vontade era dar meia volta e ficar em casa. — Nada vai dar errado.
— Uia, que tantão de gente — Camila sorriu animada — Quero tirar fotinha — Mani me olhou insegura assim como Ally e Dinah.
— Deus — Inúmeros fotógrafos e reportes estavam impedindo a entrada da mansão. — Demi disse que era um evento fechado — Suspirei
— O que faremos? — Dinah olhou a animação de Camila e suspirou.
— Rezar pra nada sair errado — Ally disse preocupada enquanto entravamos na mansão.