Capítulo 1

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"Como o dia chega ao fim a história das nossas enigmáticas cavaleiros também estava chegando, conforme a chuva caia, os dragões despencavam dos céus, os demônios voltavam para o inferno, e a guarda celestial não sabia mais como resolver o seu problema, uma vez que os grandes amores de sua vida estavam ali. Lucy, Juvia, Erza e Levy finalmente teriam o seu grande e honorável fim. Elas seriam lembradas por tantas e tantas gerações como as simples cavaleiras que destruíram demônios, montaram dragões, lutaram ao lado de anjos e salvaram aqueles que amavam. Elas se amavam também, talvez por isso decidiram que um sacrifício seria melhor do quê se alguma sobrevivesse e ficasse remoendo a perca de sua irmã..."

Fechei o computador quando me dei conta que o despertador tocava anunciando que eu havia passado mais uma noite escrevendo uma história qualquer ao invés de dormindo e descansando para o dia de aula seguinte, ou seja, meu pai me mataria se soubesse, por isso deitei na cama e como toda vez que eu realmente durmo esperei ele bater na porta do meu quarto desesperado por eu estar arrasada. Assim ele fez em minutos:

- Lucy minha filha, em nome de Deus, levanta dessa cama ou você vai se atrasar novamente! - ele parou de bater e se afastou, mas eu ainda podia ouvir ele batendo o pé na mesinha do corredor e chingando por ter perdido a hora.

Levantei e fui até o banheiro, tomei um banho rápido, necessário para nada, escovei os dentes e saí, vesti meu uniforme, peguei o celular que estava no criado mudo e desci para o café, meu pai estava na mesa tentando arrumar a gravata e comer, tudo ao mesmo tempo.

- Já não conversamos sobre o senhor sempre se enrolar quando tenta fazer isso? - perguntei enquanto sentava e enfiava um pequeno grande pedaço de pão na boca.

- Já não conversamos sobre a senhorita acabar solteira se comer assim na frente de algum garoto que tiver interesse? - neguei com a cabeça e ele riu - Pelo menos não vou precisar conhecer nenhum genro ou nora - deu de ombros e enfiou também um pedaço enorme de bolo na boca.

Meu pai e eu éramos muito amigos, o suficiente para eu passar todas as minhas tardes de sábado com ele assistindo lutas ou futebol e bebendo cerveja, raramente eu saia nesse dia com as minhas amigas, só quando ele ia viajar e eu não queria ficar sozinha. Mas nem sempre fomos assim. Quando a minha mãe morreu nós entramos em guerra, mas não culpo ele, eu era criança e era inocente de mais para perceber que não era e nunca seria culpa dele.

- Te levo hoje ou vai com a Levy? - fiz um dois com os dedos enquanto tentava terminar de mastigar o bolo de cenoura com chocolate que preenchia minha boca - Levy? - assenti - Ah, okey - ele levantou e beijou a minha testa - Não chega tarde hoje - assenti.

Assim que ele saiu eu terminei de comer e segui o mesmo caminho, peguei a mochila e calcei meus tênis, saí e fiquei esperando Levy na frente de casa, ela era a minha vizinha e melhor amiga, ela, Erza e Juvia, sim, as quatro são sempre inspiração para minhas histórias, já que não tenho criatividade para nomes.

- Não dormiu de novo? - fiz que sim com a cabeça e ela riu - Céus, um dia você ainda chega na escola parecendo um zumbi - mostrei a língua para ela e nós caminhamos em direção ao ponto de ônibus.

Lá era o ponto de encontro com Erza e Juvia também, mas hoje a ruiva tinha demorado mais que o normal, quase perdeu o ônibus, mas tudo foi justificado quando ela apareceu com o namorado, Jellal Fernandes, um moço mais rico do quê nós quatro juntas.

- E ai, meninas - ele sorriu e fez um V com os dedos.

Era estranho ele ser tão fofo, ele era alto, bonito, se vestia bem, era educado, mas só era estranho ele ser fofo porque ele tinha uma puta tatuagem no olho direito, na cor vermelha, combinava com os cabelos azuis dele.

- Isso que está usando é o uniforme da nossa humilde Fairy Tail? - ele assentiu e eu e Levy junto com Juvia arregalamos os olhos.

Jellal era rico, já falei sobre isso, mas ele era muito rico, então estudava em um colégio particular só para garotos, ele e alguns amigos, Alexandria o nome, era uma linha de escolas britânicas que havia se instalado também aqui no Japão, para jovens "príncipes".

- A Alexandria está renovando os prédios velhos, isso significa que os alunos tiveram que ser remanejados para novas escolas temporariamente - ele explicou - Eu e alguns amigos fomos, para a minha sorte - ele olhou para Erza e sorriu, enquanto a ruiva ficava mais vermelha que o escarlate dos cabelos dela - Remanejados para a Fairy Tail, por ser mais próximo às nossas casas.

Assim que ele terminou o ônibus chegou, foi estranho ver ele entrando em um ônibus, geralmente ele ia de carro em todo e qualquer lugar que Erza chamava, mas acredito que não para ir para a Fairy Tail. Nós enfim chegamos na nossa escola velha e confortável, mas ele pareceu estranhar o clima um pouco, pensamos que era isso quando ele se recusou entrar, mas só quando os amigos dele, deuses, chegaram que lembramos que ele não havia sido o único enviado para aquele inferno.

- Estão todos olhando para nós - um alto cheio de piercings falou e olhou para Jellal - Espero que a reforma na Alexandria não demore muito - fez que estava enjoado e então os três que se entre olhavam finalmente olharam para mim e as minhas amigas.

- Lembram que eu falei sobre a Erza ter amigas também? - Jellal perguntou nervoso e corado.

Só eu acho que a Erza se sente desalojada quando saí com o namorado e os amigos igual o coitado sempre fica tenso quando saí com ela e nós três?

- Essas são Lucy, Juvia e Levy - Erza falou e nós três nos curvamos diante os meninos que fizeram o mesmo.

- Eles são Natsu, Gajeel e Gray - os meninos sorriram sem graça e olhavam nervosos para o pobre azulado.

Enquanto caminhávamos para dentro eles foram alvo das atenções, todos olhavam sem parar para eles, meninas e alguns meninos, ah, mas já até sei quem vão sair do armário. Cutuquei Levy apontando os "heteros" e ela riu, nós duas demos as mãos e nos despedimos das outras duas, enquanto caminhávamos ouvi Juvia choramingar. Infelizmente Levy e eu estávamos na sala B, enquanto Erza e Juvia eram da A, tudo porque as quatro conversavam muito e uma atrapalhava o desenvolvimento alheio, mas claro que não bastou trocar de sala, eles também fizeram uma sentar em um canto e a outra no outro, eu sentava na janela e Levy na porta. Poxa, eles nos separam desde o primeiro ano, custava deixar a gente aproveitar agora o último?

Litlle Levy:
Viu como eles olhavam para a escola?

Com nojo, desdém?

Não é atoa que eles estão socados naquela merda de colégio particular para príncipes -_-

Ri com a mensagem da menina e guardei o celular assim que o professor de história, Gildarts, o pior, entrou na sala olhando fixamente para quem tinha qualquer coisa que não fosse livros e canetas na mão.

Quando o Amor chegar Onde histórias criam vida. Descubra agora