02. A Touch of Reality

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Confesso que minha aparência não está uma das melhores para ficar sendo encarada, depois da morte do meu amado não vejo mais sentido para a vida. Tornei-me alguém totalmente excluída de tudo, não me importo com amigos, diversão ou com aparência, só quero ficar isolada de tudo e todos. Meu único companheiro é meu ipod. Nunca mais fui a escola. Minha mãe não está me obrigando a ir, apenas pergunta quando irei. Ao menos ela entende o meu lado, ela deve saber que o Tyler era e sempre vai ser o meu grande amor e que sua partida me afetou em tudo e mudou completamente minha vida.

Respiro fundo e começo a secar o cabelo e reparo mais a fundo em minha aparência. Meu Deus, como estou acabada... Olheiras, cabelo ressecado, magricela. O tipo de menina que não causa atração alguma. Guardo o secador e vou para o quarto. Abro o guarda roupas tiro uma lingerie, um short jeans branco e uma blusa preta de manga. Me deito na cama e abro o notebook, vou dar uma checada no Facebook, a primeira coisa do meu Feed é uma postagem da Sarah, uma foto em uma festa com a seguinte legenda: "A vida é curta, então curta.", na foto estão Sarah, Elisabeth e Spencer. Bate um aperto no coração, estou tão distanciada delas, sinto muito falta dos risos, palhaçadas, segredos, saídas na noite e pricipalmente de suas companhias diariamente. Mas não me sinto bem para retomar a vida de antes. Continuo olhando o Feed, a maioria são postagens do pessoal da escola. "Escola", outra coisa que também estou começando a sentir falta.

Fecho o notebook, ponho na penteadeira e fico olhando para cima. Ouço minha mãe chamando.

– Anne!

– Oi? - Grito.

– Vem tomar café da manhã, tá na mesa.

Me levanto, e vou descendo a escada. Eu simplesmente adoro a casa que moro, tem muitas janelas, paredes brancas e piso de madeira claro, menos na cozinha que o piso é de cerâmica. A sala é bem espaçosa, tem duas janelas de vidro, os sofás ficam no centro da sala e em frente a eles a TV. Abro a porta da cozinha, meus pais já estão sentados na mesa. Uma mesa de madeira rústica, seis cadeiras. Na mesa tem suco de maçã, algumas torradas e ovos mechidos, amo a comida da minha mãe. Cumprimento meu pais.

– Bom dia dona Ester e seu Petter.

– Bom dia, respodem em coro.

Me sento e começo a comer, está silencio, ninguém diz um "ai" se quer. Até que meu pai se levanta e pega sua maleta para ir trabalhar, ele trabalha na área administrativa de uma empresa de empréstimos.

– Estou indo, beijos. Tenham um bom dia, amo vocês.

– Tchau, pai. - Digo sem ânimo.

– Tchau, querido. - Diz minha mãe dando-lhe um beijo.

Termino de comer e coloco a louça na pia, vou saindo da cozinha quando minha mãe fala.

– Querida, podemos conversar?

– Ah, mãe. Depois, pode ser?

– Não, querida.

– Por favor, mãe. Mais tarde conversamos, agora não, tô com cabeça.

– Não, Anne Pierce! - Ela diz arrogante, me assusto. - Olha filha, me desculpe, mas não dá mais pra te ver assim, acabando com sua vida. Eu sei que dói, perder alguém não é fácil, mas não acha que já chega? Se passaram três meses desde a morte do Tyler e você aí, na mesma. Depressiva, não liga pra vida, não sai, não tem mais amigos. Uma completa morta viva. Sinto muito pelas palavras, mas você precisa de um chá de realidade. Até a escola você abandonou, não suporto mais te ver nessa situação, você está se desfazendo aos poucos, está em caminho ao abismo. Sério, filha. Isso acaba hoje, você que me desculpe. Mas amanhã você vai voltar a escola, eu e seu pai conversamos sobre isso e resolvemos tomar uma atitude devido a sua forma de viver. Nós te amamos, não queremos perder nossa filha, o seu namorado se foi, mas você não. Você continua aqui, com uma vida toda pela frente. Eu já esperei muito pra ver se você iria sair desse isolamento, te entendi e ainda entendo, mas já está na hora de um basta. - Nossa, estou surpresa. Nunca achei que minha mãe faria isso comigo, ela está praticamente me obrigando a viver a vida da forma que ela quer. Achei que ela me entendesse, mas pelo visto me enganei.

– Não, mãe. Você não entende! - Digo em um tom alto e ignorante. Saio da cozinha rapido, rumo a rua. Bato a porta com força, monto na bicicleta que está no jardim e pedalo rápido. Só deu tempo de ouvir:

– Anne, aonde vai?

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⏰ Última atualização: Oct 02, 2014 ⏰

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