"[...] ao ler esse conto, você vai perceber o porquê, colocar três jogadores em um navio, em alto-mar, foi a ideia mais errada que poderíamos ter!"
* Este conto se passa após os acontecimentos narrados nos livros anteriores. *
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— Não acredito nisso! — Lindsay proclamou furiosa logo que colocou seus olhos em Kalel e o viu com os braços ao redor de uma mulher.
Que Deus a ajudasse, porque ela mataria alguém neste cruzeiro e esse alguém com certeza era seu Destruidor. Jogaria o brinquedo do homem direto ao mar!
— O que eles fazem arreganhando os dentes desse jeito para essas mulheres? — Gwen também não parecia nada contente.
As duas relancearam o olhar para Madison e a notaram com as mãos travadas, os nós dos dedos brancos de tanta força empregada, ao lado do corpo, disposta a assassinar alguém.
Se haviam pessoas mais irritadas que as três neste momento, entraria para a história.
— Filho da... — Madison começou a blasfemar, mas lembrou-se que a sogra é a pessoa mais maravilhosa que ela já teve chance de conhecer. — Eu vou cortar um pau hoje, juro que vou! E fazer assado de cachorro! — rosnou e se adiantou para o cassino, pisando duro, até que fosse impedida pelas mãos firmes em torno do seu braço.
Gwendolyn a impedira.
Não para benefício próprio, entretanto, para um bem comum.
Elas dariam o troco nos caras merecidamente. Se eles não aprendessem a lição no susto, ela não sabia do que seriam capazes.
— Tenho uma excelente ideia! — A voz melodiosa da mulher ao seu lado a fez prestar atenção — Podemos assustá-los. Voltamos para a cabine e esperamos que cheguem pra poder nos esconder e fazê-los perderem a cabeça, pensando que desaparecemos ou algo do tipo.
Tanto Lindsay quanto Maddie acharam a ideia maravilhosa, todavia, eles mereciam sofrer tanto assim?
No mesmo momento em que Madison se fez essa pergunta, uma das três se aproximou do seu marido, deixando claro o que queria fazer.
E o filho da mãe deixou!
Deixou!
Sim, eles mereciam toda a maldade!
— Sou toda ouvidos, Gwen. — proferiu.
— Também tô dentro — concordou Lindsay.
As três se viraram e deram as costas para os homens que nem imaginavam o aperto que estavam prestes a passar.
Se eles saíssem incólumes dessa viagem, poderiam se considerar os caras de mais sorte no mundo!
Elas entraram na terceira suíte, a que Linds estava com o Destruidor e sentaram-se na cama, para finalizar os planos. Era simples, quando os ouvissem do lado de fora da porta, entrariam no armário e se manteriam lá até que eles saíssem desesperados à sua procura.
Era um plano estúpido e que as colocava em categorias infantil?
Sim, sem dúvida.
Porém, quando se casava com jogadores como os maridos, o mínimo que deveriam manter era o senso de humor. Eles eram um tanto peculiares juntos, por conta, eram insuportáveis, a ponto de serem irresistíveis, era bem verdade.
No entanto, amavam cada um da sua forma. Sem desejar mudarem nada. Por essa noção, tinham a certeza de que eles não haviam feito nada de errado, os conheciam e só estavam mesmo bolando planos para poder descontar tudo o que eles as faziam passar.
Ainda terminavam os ajustes, quando ouviram os passos e logo depois as gargalhadas combinadas dos três. Não se importaram em como teriam que amenizar tudo depois, no fundo, era o que mais queriam, aproveitar a noite.
— Entra logo aí, porra! — Madison esbravejou com a lerdeza da Gwen.
Ouvindo a voz do Kalel mais próxima do que imaginou.
— Cacete, Maddie, tá me machucando! E quando fala palavrão só fica parecida com o cachorrão, já te disse isso?
— Eu tô parecendo alguém com paciência, caralho?! — Colocou os dedos na boca ao perceber o que tinha acabado de fazer.
De fato, a convivência com a má influência que era Craig Monroe poderia ser considerada uma ameaça nacional.
— Vocês duas ainda vão me matar de rir! — Lindsay emitiu uma risada baixa, no mesmo momento em que ouviram a trava da porta ser aberta.
Madison fechou a porta do armário com rapidez e cuidado, sem emitir qualquer barulho quando a madeira deslizou.
— Linds! — Os passos do Destruidor se afundaram no quarto e as três nem ao menos respiraram. — Amor? Cadê você? Não vai acreditar no que aconteceu! — Seus passos se afastaram, provavelmente enquanto ele seguia até a varanda para procurar a mulher, e Madison não suportou a curiosidade.
Abriu uma fresta.
Viu Kalel parado na saída do quarto para a sala de estar da cabine, com uma mão na cintura e outra na cabeça.
Ele parecia desnorteado.
Ela se controlou para não rir e alertá-lo das suas presenças dentro do armário.
O homem virou-se rapidamente quando o silêncio do lugar se infiltrou nele e correu para fora, onde elas ouviram as vozes dos outros dois, exaltadas.
Gwen atrás da Madison sorriu baixo.
Aumentaram a fresta, para ouvir a loucura nas vozes dos homens que elas tanto conheciam. A porta da suíte fechou-se com força e as três se permitiram sair do seu esconderijo improvisado.
Não se aguentavam de tanto rir.
Tinha sido a pegadinha do século!
Elas estavam cansadas de sofrerem as ironias dos três e era a primeira vez que descontavam de verdade.
Até mesmo sobre o massagista do SPA elas tinham mentido, para atiçar o ciúme de caras que já eram muito exagerados. Não no sentido ruim da palavra, claro, pensou Madison.
— Ai, eu vou mijar de tanto rir! — Lindsay se segurava para não ajoelhar de gargalhar.
As outras duas não estavam tão diferentes.
— Mija na calça agora não! Precisamos estar plenas para assistir à queda dos três! — Madison proclamou.
Era a mais sensata, desde o princípio.
Quando finalmente pararam de rir da loucura que formaram, pediram champagne e se moveram até a sala de estar. Sentando-se e desfrutando da calmaria que se instaurava quando nenhum dos três estava por perto.
Quando eles voltassem, elas estariam muito bem.
Desfrutando de uma taça de tranquilidade.
E ainda teriam feito com que caíssem nas próprias artimanhas! Diriam que não haviam saído dali em momento algum. E elas veriam a reação de descrença dos jogadores que se autoproclamavam implacáveis.
Poderiam até serem, mas quem de fato eram as badass da relação, sem sombra de dúvidas, eram as mulheres.