Barreiras

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Gabriela_

          Passei o vôo todo pensando em minha pequena discussão com Carolina. Era estranho a forma com que não conseguíamos nem o fato de realmente sentar e falar tudo, ou brigar realmente, parecia que eu não me via no direito de discutir depois do que fiz. E Carolina por algum motivo também preferia evitar.

         Assim que desembarquei fiz o que Carolina mandou, liguei para ela mas não obtive respostas por duas vezes, e então resolvi mandar uma mensagem avisando que já havia chegado.

           Minha mãe já estava me esperando no aeroporto como combinado antes, senti um alívio enorme quando me aconcheguei em seu abraço.

            - Como foi a viagem de volta, meu amor?

            - Foi ótima, mãe. Nossa, que saudade desse abraço! Acho que eu tava precisando disso.

            - Também acho que estava viu! Que carinha é essa? Achei que voltaria mais animadinha.

             - Se eu soubesse pelo menos um motivo, com 100% de certeza de que fosse o problema, eu resolvia. - Falei colocando minha bolsa no banco traseiro do carro e entrei no lado do passageiro.

               - Mas já estão brigando? Primeiro final de semana juntas. E pela foto que você postou pareciam estar tão bem. - a mais velha falou arrancando o carro para irmos até sua casa.

                - O final de semana foi bom, parcialmente... Mas, na verdade foram assuntos que estavam pendentes, acho que ainda estão.

                - Por causa do dia da festa?

                - Sim. É que no dia depois do evento, que começou toda a confusão. Eu deixei a Carolina no hotel e fui atrás da Maria Laura, e a Peixinho ainda não me perdoou por isso.

                 - VOCÊ O QUE ? - fitei minha mãe que me olhava boquiaberta. - Você deixou uma mulher que estava sendo vítima de ataques sozinha?? Pois ela está certíssima em não perdoar viu.

                - Até você? Eu não fiz por mal, você me conhece, sabe o quanto eu não sei lidar com emoções. E quando cai na real do que havia feito, eu vi que não poderia ser covarde com a Maria Laura e deixar ela completamente no escuro, sem explicação.

                 - E podia deixar a Carolina sozinha, sendo taxada de piranha, fura olho, e todas aquelas coisas horríveis? Não foi assim que eu te eduquei não Gabriela, não me mata de vergonha não. - ela falou seria mas me fez rir com o comentário.

                  - Eu já me desculpei por isso, e reconheço que fiz errado. Eu estou tentando de tudo para que ela me perdoe, mas não consigo. Nós duas não conseguimos esclarecer nada direito, o que tá nos matando.

                   - Vocês estão agindo como duas adolescentes então. Nada flui na vida se não houver diálogo e esclarecimentos.

                  - Realmente parecemos duas adolescentes! Na mesma hora em que eu sou uma babaca idiota, eu me arrependo e vou atrás. Depois ela fica com joguinhos tentando me punir e quando é pra conversar sério, choramos feito duas crianças e continuamos estagnadas.

                   - Vocês precisam tomar uma iniciativa, e você dona Gabriela Hebling, trata de concertar essa furada logo! Eu te criei pra tratar uma mulher muito bem.

                    - Ain mãe, eu te amo! - falei rindo e acariciando os cabelos da mais velha que estava do meu lado.

                    - Eu também amo você, filha! E vai dar tudo certo. Chama ela pra um jantar fora, leva ela pra viajar, trás ela pra um almocinho com a sogra. -ela falou com um sorrisinho no rosto e dando um tapinha em meu braço.

No regretsOnde histórias criam vida. Descubra agora