Aquela Conversa

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Carolina_
  
         Antes de embarcar em meu voo decidi fazer algo que nunca imaginei que faria. Entrei em uma das joalherias que havia no aeroporto e comprei um par de anéis, nada muito exagerado, algo bem simples e delicado.

           Eu pensei que talvez estivesse acelerando muito as coisas mas, se fosse para Gabriela usar algum anel em seu dedo seria o meu! E eu estava disposta a entregar o meu para sempre ao lado daquela mulher.

            Não era um pedido de casamento, ou pedido de namoro. Era apenas uma forma de mostrar que eu estava completamente entregue a esse sentimento, a nós... e uma demonstração de que faria de tudo para dar certo.
        
             Cheguei em Ribeirão por volta de 19hrs como estava previsto, o voo foi super tranquilo e extremamente pontual o que me deixou ainda mais animada para ver Gabriela.

           Assim que desembarquei liguei para Nathália, irmã de Gabi. Ela me informou que Gabriela estava naquele momento juntando suas coisas prestes a sair em direção ao seu apartamento.

           Agradeci a mulher e tratei logo de chamar um uber até o endereço que Clarisse havia anotado em meu bloco de notas. O motorista conhecia bem a cidade e fugiu de qualquer trânsito, adiantando a minha chegada ao apartamento de Gabi.

              Eu não queria que Gabriela soubesse que eu estava em Ribeirão até que me visse, então consegui convencer o porteiro que me deixasse entrar sem precisar pedir autorização. Ele acabou cedendo fácil, provavelmente deve ter visto toda a confusão com meu nome e de Gabi pela Internet.

               Adentrei o prédio e peguei o elevador sentindo um frio na barriga enorme, eu estava me sentido uma adolescente apaixonada e por um momento me senti ridícula por estar tão "boba" assim.

               Caminhei até a porta do apartamento e respirei fundo antes de bater. Eu estava pensando em chegar com os anéis em mãos e já entregar logo de cara, mas enquanto esperava Gabriela abrir a porta preferi guardar por falta de coragem.

                - Carolina? - Gabriela falou assim que abriu a porta e colou seus olhos em mim com uma cara assustada, me fazendo sorrir largo ao ver o espanto da mulher.

                 - Oxente Gabriela, tá parecendo que viu um fantasma. - tratei de largar logo minha mala e pulei em Gabi, abraçando fortemente aquela mulher.

               Percebi que algo estava errado pois Gabriela permanecia estática, nem se quer retribuiu o abraço e eu podia sentir seu coração mais acelerado que o normal.

               Antes de me soltar da mulher abri os olhos, e para meu espanto fitei Maria Laura de pé em minha frente com um sorriso um tanto sarcástico no rosto, que fez sair do corpo de Gabriela mais que depressa.

               - Que porra é essa Gabriela? - perguntei sem tirar os olhos de Maria Laura e tremendo de raiva.

               - Calma, Peixinho! Não é nada disso que você está pensando. - Gabi falou segurando em meus braços e colocando seu corpo totalmente em minha frente, me fazendo olhar em seus olhos.

               - Tire as mãos de mim! - empurrei Gabriela me soltando e me afastando - Agora vai usar essas frases clichê comigo achando que sou idiota?.

                - Não é questão de ser clichê Carolina, é que realmente não está acontecendo nada do que possa estar passando em sua cabeça.

                  Eu olhava para Gabriela e sentia me corpo arder de tanto ódio por dentro. - "idiota, idiota idiota..." - repetia em minha mente tentando controlar minha respiração e toda a tremedeira.

No regretsOnde histórias criam vida. Descubra agora