17. Youth

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Zayn estava nervoso ao entrar na casa de Liam, não era sua primeira vez ali, mas temia que fosse a última. Todo o medo que sentiu quando seu pai ameaçou a Liam estava voltando, com talvez mais intensidade. E se por causa do seu coração tolo e apaixonado o moreno se machucasse? Não queria carregar essa culpa consigo.

— Está tudo bem? – Liam perguntou segurando suas mãos – está tremendo.

Ele ao menos tinha percebido.

— Vou ficar – respondeu e respirou fundo – só preciso fazer isso logo.

— Okay – Liam também já estava ficando apreensível – vamos lá pra cima.

Liam já retirava sua gravata e seguia o caminho para as escadas, mas foi interrompido.

— Não... – Zayn segurou em seu braço – podemos conversar aqui, na sala?

Liam então se virou, voltando para a sala e se sentou no sofá, esperando que Zayn o acompanhasse. Não queria apressar o moreno, mas toda aquela esperava estava o deixando louco. Zayn respirou fundo antes de se sentar no sofá, afastado de Liam.

O moreno ficou alguns minutos apenas mexendo com seus dedos, sem coragem de encarar o homem a sua frente, e Liam esperou pacientemente, pois sabia como era difícil para o outro abaixar a guarda, se mostrar indefeso, mas isso também o assustava.

— Você já ouviu falar do meu pai? – Zayn perguntou baixinho, como se seu pai pudesse escuta-lo falando sobre ele – Yaser Malik.

— Uma vez ou outra no jornal – Liam respondeu – sei que é procurado, nunca encontrado.

Zayn riu fraco, se lembrando de uma das frases do seu pai.

— "Nós encontramos, nunca somos achados" - Zayn o citou – por muito tempo eu vivi assim também, apenas sumindo de um lugar a outro. Minha mãe e minhas irmãs vivem assim até hoje...

— Você tem contato com elas? - Liam se lembrava de Zayn o dizer que não tinha família.

— Às vezes – Zayn deu de ombros, era perigoso se ligasse sempre – elas nunca fizeram mal a ninguém, mas meu pai tem tantos inimigos que seria perigoso elas viverem em público.

— E por que você não está com elas?

Liam tentava acompanhar a linha de raciocínio de Zayn, não o criticando, apenas lhe guiando.

— Quando completei 18 anos meu pai me deu uma escolha – Zayn tomou coragem para olhar Liam nos olhos – entrar pros negócios ou continuar fugindo. E eu estava cansado de fugir, cansado de me esconder, então aceitei sua proposta.

"Eu fui enviado para o Brooklyn, sozinho, como um novo morador, vivi em um pequeno apartamento somente algumas quadras depois de onde vivo hoje. Eu finalmente estava livre, podia sair pelas ruas, ver pessoas, conhecer a vizinhança. Foi quando conheci Louis, que era meu vizinho, ele tinha apenas mulheres na casa, então não demorou para nos tornarmos amigos, Lou conhecia cada pedacinho do Brooklyn, e me mostrou todos eles. Eu estava me divertindo, sendo o adolescente que nunca fui. Esperando por meu trabalho começar."

Zayn riu, se lembrando da sua ingenuidade naquela época.

— Eu era tão estúpido – ele olhou para Liam – como eu pude acreditar que tudo ia ficar bem?

— Você não era estúpido – Liam tentou se aproximar, mas Zayn só se afastou mias. Seus olhos já estavam cheios d'água. – Você só estava curtindo sua liberdade.

"Foi o que eu pensei, mas meu trabalho tinha começado no segundo em que pus meus pés no Brooklyn. Meu pai sempre dava um jeito de me ligar, perguntando sobre o que eu tinha visto, como eram as coisas, eu até cheguei a pensar que ele estava preocupado comigo. Mas não, fazia parte do trabalho, ele queria saber sobre o território. Ele fingia se interessar por minhas aventuras com Louis, mas na verdade só queria colher informações. Até que um dia ele perdeu a paciência e foi direto, perguntou sobre a atividade criminal no Brooklyn, mas bem, não havia uma."

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