Prólogo

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- Mantenham os olhos nessa bolinha porque eu vou fazer... – ele imitou o som de um tambor – ela desaparecer!

Um forte “ooooooh” veio da plateia de crianças de cinco anos quando o mágico apertou uma bola de ping-pong e fez ela sumir.

- E agora, para meu próximo truque, preciso de um voluntário – o magico tapou os olhos azuis com uma mão e usou a outra para apontar para alguém aleatório na plateia. O dedo comprido apontou para um garoto ruivo atarracado e gordinho, que tremeu de alegria. O garoto subiu no palquinho improvisado e parou, levantando o queixo como se ele fosse o magico.

- Qual é seu nome?

- Leonel Lorne, senhor! – o garoto ruivo levantou os calcanhares e levou a mão a testa como um soldado. Todos os adultos riram, principalmente uma senhora gorda usando um vestido florido. Ela tinha os mesmos cabelos ruivos e as mesmas bochechas rosadas.

- Leonel, você pode segurar este vaso, por favor? – o magico estendeu um vaso de porcelana ao garoto e ele hesitou antes de segura-lo com força. – Prestem atenção, crianças. Ah, e não tentem fazer isso em casa, é muito perigoso!

E então ele pediu para que todos contassem até três antes de estalar os dedos embaixo das mãos tremulas de Leonel. Uma chama azul tremeluziu na borda do vaso. O garoto soltou um grito e quase derrubou o vaso.

- Assopre, assopre! – o magico riu, claramente se divertindo. Leonel e mais todas as crianças da plateia assopraram o fogo. Uma fumaça rosa apareceu no lugar do fogo e no minuto seguinte, havia um arranjo de flores coloridas, brilhando em meio a folhas verdes saudáveis.

Os adultos pareceram mais fascinados do que as crianças. O mágico agradeceu e foi aplaudido de pé. Ele jogou uma bombinha de fumaça inofensiva no chão e enquanto os convidados esperavam a fumaça se dissipar, saiu do palco e tirou a capa purpura e a cartola exagerada.

Cooper admirava tudo de longe, abraçado a seu cobertorzinho surrado. Ele sorriu ao ver o pai a seu lado, com a capa e a cartola nos braços.

- O que você achou? – ele perguntou, entusiasmado.

- Legal – respondeu Cooper. – Você é muito bom nisso, papai.

- Um dia você vai saber fazer tudo isso, assim como eu – seu pai abriu um sorriso largo ao ver a cara iluminada do filho ao ouvir aquelas palavras.

- Você jura, papai?

- Juro.

Mas nem Cooper nem seu pai sabiam que não se deve prometer algo que não se pode cumprir.

Trawner correu os olhos pelas pessoas no salão. Seus olhos demoraram um pouco mais nos jovens com a Espada marcada na nuca. Apenas doze este ano, ele observou, decepcionado.

Uma mão de dedos magros e compridos tocou-lhe o ombro. Trawner admirou as unhas compridas e afiadas, pintadas de purpura. Virou-se e abriu um sorriso falso.

- O que acha? – a voz da mulher era fria como gelo. Seus olhos vermelhos parecendo penetrar no cérebro de Trawner. Ele não respondeu. – Poucos foram bons o suficiente, se é isso que está pensando.

- Seus critérios estão cada vez rigorosos, não é? – ele sentia-se desconfortável na presença dela.

- É assim que deve ser, Trawner – ela se aproximou mais – Falhas não são permitidas.

- Mas e aquele garoto? O que você afirmou ser a maior promessa da Espada este ano? – ele se afastou da mulher, hesitando. – Não fui apresentado a ele ainda.

- Nem eu, Trawner. Nem o próprio garoto sabe que pertence ao Congresso, mas não se preocupe, ele saberá em breve. Enquanto isso, é melhor deixa-lo em paz.

Os 4 ElementosOnde histórias criam vida. Descubra agora