William Reymond Roriz

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Não muito longe dali

10.04.2019.Toronto - Rússia

Era por volta de 16 horas quando saí à rua,me sentia desolado e destruído. caminhei sobre a camada de gelo bem grossa de baixo dos meus pés. O sol brilhava fraco por de baixo das nuvens acinzentadas no céu.

Não sabia para onde meus pés me levavam já que estava de cabeça baixa enquanto algumas lágrimas caíam aquecendo meu rosto pálido e frio por conta do contacto com o frio.

Ouvi uma buzina fraca logo atrás de mim,me virei vendo um carro preto e grande,era de luxo no lugar do motorista consegui um mar azul em um dia de sol.

Me afastei para que ele pudesse passar, mas aqueles olhos ficaram em minha mente,quando dei por mim estava na frente da lanchonete que conheci minha falecida esposa,olhei para aquele estabelecimento um pouco melancólico deixando algumas lágrimas aquecerem meu rosto,atravessei a estrada e me sentei em um banco no parquinho onde minha falecida mulher me contou que estava grávida,me lembrei de todos os momentos felizes que passei ali me permitindo chorar mais e mais

Toronto 03:42AM

Noah Kannenberg

Acordei com berros do meu cachorro,me Estiquei na cama e olhei o relógio que marcava três horas da tarde me arrastei até o banheiro onde tomei um banho quente,saí do banheiro tremendo de frio,me sequei e procurei una cueca que não fosse apertada em minha gaveta de cuecas,vesti uma calça de moletom cinza blusa de frio preta e uma jaqueta de couro com mangas de moletom coloquei um cachecol preto em meu pescoço e uma touca também preta peguei calcei um tênis quente e confortável,peguei minha carteira e meus óculos escuros,meus olhos eram sensíveis a claridade

Passei um pouco de perfume e desci quase tropeçando nos degraus

- Oi filho - mamãe disse brincando com meu cachorro Dusty de raça alemã

- Oi mãe,estou saindo,vou encontrar a Ingrid e o Iago no alouette - falei brincando com o pêlo de Dusty - até já beijei a testa da minha mãe

Peguei meu carro na garagem, apertei o cinto de segurança e coloquei as luvas que estavam no porta luvas

Dei partida saindo de casa,recebi uma mensagem de Ingrid reduzi a velocidade para poder respondê - lá

Mensagem de Ingrid: Onde você está Noah? Sorri imaginando minha amiga impaciente

Mensagem de Noah: já estou chegando - enviei a mensagem e guardei meu celular a tempo de ver um homem na frente do carro fui dirigindo devagar acompanhando seu passo para não assustá - lo e correr o risco de machucá - lo,mas em nenhum momento ele me notou então eu dei uma leve buzina,seus olhos foram de encontro com os meus,seus olhos eram de um castanho líquido,por uma fracção de segundos eu me perdi neles,naquele momento eles não transmitiam mais do que tristeza,eles brilhavam por conta das lágrimas,acelerei um pouco e passei por ele,mas aqueles olhos tristes e cansados não saíram da minha mente.

- Finalmente,pensei que não viesse mais - disse Ingrid fazendo seu drama costumeiro.

Sorri e me sentei no sofá vermelho e quentinho daquele estabelecimento aconchegante,me sentei de frente para grande janela daquele lugar tendo uma vista perfeita daquele parque que eu tanto fui quando era mais novo,pedi apenas um chocolate quente não estava com muita fome, como era de se esperar Ingrid pediu um hambúrguer uma coca cola,chocolate quente e bolo de chocolate

Ingrid era magra mas muito bonita e gostosa,ela era baixinha,branca de olhos castanhos,sua boca era carnuda e estava sempre vermelha graças ao batom da mais famosa e cara marca Diamond,só o batom que ela usava aquela tarde custava mais de 13 milhões,seu cabelo era curto estava em um lindo chanel com a raiz negra e as pontas loiras. Era também muito dramática,divertida. Mas o que ela tinha de beleza tinha de fome meu deus aquela garota comia por dois,eu e Iago não entendiamos como ela continuava tão em forma sem nem frequentar uma academia ou um ginásio.

Iago era mais calmo falava só quando era necessário,ele era brasileiro,branco de olhos verdes,tinha o cabelo negro como a noite meio ondulados,seu rosto era bem sereno,era inteligente e muito sábio.

Iago comia um bolo de chocolate enquanto contava sobre a menina que ele estava gostando. Ele era meio tímido razão pela qual eu pedia o número das garotas para ele.

Minutos depois o mesmo homem que eu quase atropelei se sentou em banco no parquinho a frente,reconheci pelo casaco xadrez e touca cinza.

Ele se sentou de cabeça baixa e pude ver seus ombros balançarem

Ele estava chorando

Me levantei levando meu chocolate e o de Iago que ainda nem tinha tocado

- A onde está indo com meu chocolate ? Perguntou com sua serenidade

- Eu já volto - garanti me retirando sob olhares dos meus amigos

Sai da lanchonete ouvindo o sino no cimo da porta tilintar. Atravessei em passos firmes sem saber porquê estava fazendo aquilo,eu estava indo falar com um homem que eu nem conhecia,e se ele quisesse ficar sozinho ? Se me expulsasse de lá, ou até mesmo se me batesse?

Mesmo com essas possibilidades me sentei ao lado dele e o ofereci o chocolate quente que era do meu amigo Iago,o homem olhou de mim para o chocolate em minha mão com um ar cansado,não pude deixar de reparar no seu rosto,ainda que inchado ele era lindo,seu maxilar era quadrado e barba por fazer seus olhos eram ainda mais lindos

- Obrigado - sua voz era aveludada e um tanto sensual,ele pegou o copo de minha mão e bebeu um pouco

- Está tudo bem ? - perguntei com uma pintada de medo,vai que ele não queria falar

O homem me olhou e suspirou brincando com o copo em suas mãos

- Desculpa se não quiser falar eu entendo,vou deixá - lo só - falei me levantando

- Não, fica - disse segurando minha mão me causando um calor estranho

Voltei a minha posição anterior e bebericando meu chocolate

- Eu perdi minha esposa a algumas semanas - disse

- Eu sinto muito - falei me sentindo mal por fazer ele tocar naquele assunto

- Não sinta - disse me olhando - a alguns dias fui acusado de roubo,perdi meu emprego,minha casa,meus carros,meu dinheiro,minhas contas estão todas bloqueadas,não tenho dinheiro nem pro leite da minha filha,estou morando na casa de uma amiga e ela não está conseguindo alimentar nós três com os bicos que ela faz - disse e voltou a chorar,me senti comovido e sem saber o que fazer,passei a mão em suas costas

- Vai ficar tudo bem - falei sentindo o peso de suas palavras em mim,me levantei e fui até meu carro pegar o livro de cheques e escrevi uma boa quantia ali e voltei com o cheque em mãos parei em sua frente e o estendi em sua direção

- O que é isso ? - perguntou olhando dentro dos meus olhos

- Um cheque, tem algum dinheiro que você precisa aqui - falei e ele fez que não com a cabeça

- Não,eu não posso aceitar - disse decidido

- Por favor - pedi prestes a chorar,eu queria muito ajudar ele

- Não, não posso nem vou aceitar

- Não receba por você,pense que é pra sua filha - falei e ele pareceu pensar

- É pela Eloah - disse pegando o cheque mas eu não dei em sua mão eu o abracei e coloquei em seu bolso

- Cuide bem da sua filhinha, e ah só abra o cheque no banco boa sorte,sorri ao pensar na minha frase seguinte - dê um beijo na Eloah - sorri ainda mais com a semelhança daquele nome com o meu,o homem sorriu e então dei meia volta voltando para lanchonete mas antes eu ouvi um "Obrigado" me virei vendo o homem de nome por mim desconhecido sorrir e sorri em resposta

Me despedi dos meus amigos e voltei para casa,não estava em condições de continuar ali

Quando cheguei a casa fui recebido por Dusty,fiz festa nele e beijei seu nariz e fui até o quarto de mamãe e ela estava vendo um programa em sua enorme televisão

Contei a ela sobre o homem misterioso e depois fui pro meu quarto me deitei na cama ainda tendo aqueles olhos em minha mente

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