Capítulo 4: Primeiro Dia no Jornal

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Quando eu desci para o primeiro andar dei uma passada para ver em qual mesa eu iria me apossar, era a mesa da esquerda para à janela que dava de frente a escada para o segundo andar, achei um ponto estratégico para eu prestar atenção em quem entra e em quem saí. Um bom jornalista tem que usar todos os elementos ao seu favor, principalmente o da curiosidade.

Já passava da uma da tarde então fui embora. Dessa vez fui andando mesmo, visualizando os pontos do bairro, lojas e qualquer estabelecimento que me poderia ser útil no dia a dia, em meio a tanta correria ia precisar de estratégias para economizar tempo, também estava a procura de uma loja para comprar uma pasta nova, uma camisa para o meu primeiro dia de trabalho, entrando na loja encontro meu amigo Caio da faculdade, eramos chegados sabe, aquela amizade que parece que você vai manter para o resto da vida, mas tudo mudou quando ele começou a namorar. Mas era um baita de um amigo, aquele que é pau e pedra para toda obra quando estávamos conversando ele me perguntou o que eu fazia no jornal já que ele me viu entrando lá, tive que contar minha mais nova novidade. Ele ficou super feliz por mim e me desejou felicidades no novo emprego, respondi com um obrigado sincero e direto.


Escolhi minhas roupas, duas camisas uma ousada mais para o branco e a outra mais para o amarelo juro, que não teve nada a ver com as cores do jornal só percebi isso quando saí da loja.

Depois fui procurar uma pasta nova e parei em uma lanchonete, para fazer um lanche enquanto meu pedido ficava pronto. Eu liguei para Rute ela disse que estava na sua casa que eu poderia passar lá, só disse por volta das 16 horas eu passaria lá e desliguei a ligação.

Eu estava comendo meu lanche, um delicioso sanduíche com bastante ketchup apimentado confesso que esse era meu lanche favorito dessa minha vida, acompanhado de um refresco super gelado, estava tudo maravilhoso, já por satisfeito fui em direção ao ponto de ônibus mais próximo para pegar condução e ir para minha casa, ainda tinha que ir na casa de Rute me perguntava porque ela não me disse nada por telefone, nem se quer adiantou o assunto fiquei super curioso e ao mesmo tempo imaginando coisas, poderia ser um problema familiar, um problema pessoal sei lá pensei várias coisas naquele momento.

Em um trajeto de pouco mais de 1h30 de percurso, eu me pegava vendo as diferentes construções do centro aos bairros mais pobres, ao som de Alright da Janet Jackson a irmã do Michael fez o próprio nome sem a sombra do irmão. Era incrível, os grandes pontos do centro, rodeado de favelas, uma desigualdade absurda, perto dos barões da cidade. Triste realidade porém necessário para os políticos lembrarem que tem muito trabalho a ser feito.

Nas eleições seguintes certeza que seria bem cobrado, ou muitas vezes não. Costumamos dar muita corda para nós mesmos sofrer as consequências mais tarde. Embora sempre pensamos que estamos livres. Hoje em dia, muito da verdadeira democracia está perdida, entre esquerda e a direita, a forma de agir é conivente apenas no próprio bem estar do mesmo.

O JornalistaWhere stories live. Discover now