Castilla e Leão - 1350.
Maria D'Padilla.
Meu coração pulsava em minha garganta, minha pele queimava ao encará-lo, meus olhos eram apenas dele... de mais ninguém, minha alma e meu corpo era todo seu quando quisesse. Meu amor por Pedro sobreviveria a eternidade. Era nosso destino, estava escrito em nossas linhas da vida.
— Se recomponha, Maria! — Mamãe me puxou para o canto, só assim para tirar meus olhos do campo de visão de Pedro. Foi nesse momento que o som da festa de casamento entrou em meus ouvidos. Eu estava em meus sonhos acordados desejando ardentemente, meu rei. — Visconde de Narbona está ao lado dele. Comece a praticar o respeito pelos aliados da sua nova Rainha!
Blanca não seria Rainha. No fundo eu sabia, mas o império de Pedro não.
Sim, aquela noite era o festejo de casamento de Pedro com Blanca, casamento esse realizados por procuração através do Visconde de Narbona.
Respirei fundo. Minha família, bem como eu, começamos a morar na corte quando formos servir a Rainha Maria de Portugal e ao Rei Afonso IV, pais de Pedro. Pedro I D'Castilla estava a poucos dias de sentar-se ao trono logo depois da morte do rei. Por questões políticas, se aliou a França por meio de casamento com Blanca.
Seus aliados políticos o encheram com ideias expansivas colocando assim Blanca de Bourbon como Rainha D'Castilla e Leão. Mas Pedro não a ama, eu vejo em seus olhos. Ele ama a mim!
— A senhora julga ser um ato desrespeitoso estar feliz na festa de casamento do meu rei, mamãe?
— Não seja dissimulada! — Rangeu os dentes. Estava com o medo corroendo os ossos de irmos para a forca ao desagradar a Blanca. — Você estava dançando, sorrindo apenas para ele, se fartando com seus olhos! Vi o jeito que o Rei olhava para você, assim como também notei que o Visconde percebeu seus encantos transbordando pelo rei.
— Não existe descrição no amor. — O amor que carrego para Pedro era destemido. — Pedro me ama. É um fato que toda a corte, e a senhora também, precisa entender!
— Você é uma empregada. A serviçal da Rainha consorte e amante de Pedro, nada além disso. Ele é ainda muito jovem, gosta de seus jogos de sedução. Se entrega por delírios não por responsabilidade afetiva. Há burburinhos nos corredores do palácio que você enfeitiçou o Rei Pedro. Se isso chegar ao sacerdote da igreja, você vai ser queimada.
Pedro nunca permitiria que o amor de sua vida agonizasse, até a morte, em uma fogueira.
— Não fale bobagem.
— Vi você fazendo aqueles preparados e jogando em um espelho no meio da mata. — Mamãe olhou para os lados, para se certificar que ninguém nos observava, me puxou pelo braço me deixando bem próximo dela. — Você vendeu sua alma ao diabo? Com quem aprendeu a fazer aquela feitiçaria e para que fim fez?!
— Não é o tipo de conversa que devemos ter em um salão cheio de pessoas curiosas e que me odeia. — Adverti saindo de suas mãos. — Não era feitiçaria. Não sou uma bruxa. Vi em um livro. Foi apenas uma receita inofensiva para trazer boas energias ao Reinado de Pedro.
— Quem lhe deu esse livro, Maria? Onde aprendeu a ler?
— Pare de me fazer tanta pergunta. — Comecei a me sentir aborrecida. Ela era a única que me fazia sentir com tanta facilidade. — A Rainha mãe deve estar sentindo sua falta pelo tempo que ficou aqui me enchendo com seus interrogatórios. Não fiz nada para me envergonhar. Nunca faria mal algum a Pedro.
— Quem você pensa que é diante da futura rainha e esposa de Pedro?
Me inclinei em sua direção, obtendo o cuidado de olhar bem nos olhos dela.
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COMPLETO DIA 20 DE DEZEMBRO | AMAZON.
RomanceR O M A N C E D A R K PROIBIDO PARA -18