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"Pode haver uma grande história por trás de um estou bem..."
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Felipe não levantou a cabeça. Seus olhos estavam inchados dos socos que lhe dei, alguns dentes lhe faltavam. Sua dignidade estava no chão.
Eu era um filho da puta sem coração. A crueldade do mundo me moldou assim e assim sobrevivi e não permiti que esses montes de merdas me massacrassem.
— Vai ficar calado, seu merda? — Ergo a cabeça do miserável, pegando-o pelos cabelos, tento olhar em seus olhos, ver se ao menos o imbecil está acordado. — Me fala como aqueles corpos foram parar na sua casa?
— Eu... — Ele se engasga com seu próprio sangue. O cuspiu e falou: — Eu não sei...
— Não? — Olhei para dois dos homens que trabalham para mim. — Amarrem ele.
— A cova estava fofa — disse Victorio, meu aliado. — Como se tivesse feita a poucas horas. Felipe foi seguido desde a hora que saiu daqui até a hora que entrou em sua casa. Não vimos nada que indicasse que ele carregava os cadáveres.
— Você entende que deixou uma enorme brecha quanto sua vigilância? — Encarei Victorio. — Se tivessem cercado a casa desse merda, saberíamos se ele tem alguma coisa relacionada com os corpos.
— Não sabemos se são elas, Hell — Victorio endireitou os ombros. — Me desculpe se dessa vez falamos, mas nunca iriamos imaginar que esse miserável teria cadáveres para esconder.
— Não escondi ninguém! — Felipe gritou. Chorou. — Por tudo que acredito nessa vida, eu nunca faria isso!
Eu acreditava naquele coitado. Tudo nele me dizia que não estava mentindo, embora eu sentisse que Felipe não me contou muito sobre sua vida ou escondeu parte dela.
— E o meu dinheiro? O prazo finaliza amanhã.
— Paguei minhas dívidas, o resto do dinheiro que o senhor me deu, sumiu. Minha casa perdeu valor depois que encontraram corpos no meu quintal. O advogado que contratei não quer mais trabalhar para mim porque acha que sou um assassino.
